Posse do terreno da UNE no Rio de Janeiro será discutida em audiência pública

Uma reunião para discutir o apoio da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) aos jovens ligados à União Nacional dos Estudantes (UNE) e à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), que reivindicam a retomada do terreno da antiga sede da UNE, na Praia do Flamengo, será realizada dia 12 de fevereiro(segunda-feira), às 15h, na sala 311 do Palácio Tiradentes. A iniciativa é do presidente da Comissão de Assuntos Municipais da Alerj, deputado Rodrigo Neves (PT), que é ex-líder estudantil. "Precisamos lutar, principalmente, pela posse do terreno que abrigou a sede do órgão até 1964 e, para isso, buscarei auxílio jurídico na Procuradoria Geral da Alerj", afirmou Neves, confiante de que as entidades terão rapidamente o direito sobre a área.

Para Rodrigo Neves, a recuperação do espaço é uma questão histórica que reafirma a democracia. O terreno, que foi incendiado durante a ditadura, se transformou em um estacionamento ilegal. De acordo com o presidente da UNE, Gustavo Petta, o presidente Itamar Franco devolveu o terreno à UNE e à Ubes em 1994, quando o estacionamento já estava em funcionamento, mas até hoje a atividade continua sendo exercida no local. Os estudantes estão otimistas e esperam uma vitória. Segundo o presidente da Ubes, Thiago Franco, apesar de a sede provisória ainda não existir, a sede política já foi transferida para o espaço.

A iniciativa de Rodrigo Neves tem o apoio do deputado Fernando Gusmão (PCdoB), que foi presidente da UNE. Enquanto Neves já esteve no terreno, na última segunda-feira, Gusmão marcou uma visita ao local para às 11h dia 12 de fevereiro, quando conversará com os estudantes acompanhado da deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB-RS). A ocupação está sendo realizada por 250 estudantes, desde o dia 1º deste mês. A intenção do grupo é construir uma nova sede no local, além de um centro cultural e um museu permanente sobre a história do movimento estudantil, caso recuperem a posse do terreno. Antes, porém, seria montada uma sede provisória no local e buscado um apoio financeiro para a construção de uma sede definitiva, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que presenteou as entidades, em 2001, com a planta.