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Maior reunião de bancos da América Latina propõe total inclusão financeira

A 40ª Assembléia Anual Latino-Americana, organizada pela Federación Latinoamericana de Bancos (Felaban) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) – sua afiliada brasileira – teve início com cerca de 1.350 inscritos vindos de bancos de 49 países e com diretores de 13 patrocinadores, autoridades financeiras e 84 estandes de expositores. O evento registrou não apenas representantes dos países das Américas, mas a participação de delegações de Europa, Japão, África do Sul e até de distantes nações como Cazaquistão e Benin. Entre as muitas propostas levantadas no início das conferências e painéis que se seguirão até dia 14 de novembro, um dos destaques foi a urgência em por fim à exclusão bancária em toda a região.

Estratégias de bancarização - Antonio Niño, presidente da Felaban, destacou a necessidade de aperfeiçoamento dos marcos regulatórios e de mais eficiência no sistema judicial como bases para expansão do crédito a agentes econômicos de menor porte. “Para desenvolvimento do sistema financeiro da região, é preciso uma política que respeite a dignidade humana”, mencionou. O presidente citou também outros eixos da agenda das instituições latino-americanas, como a governança corporativa (como a adesão ao protocolo de Basiléia II) e pulverização das operações.

“O acesso ao serviço bancário é uma questão de cidadania. Desprovido desse direito, o indivíduo ou família não pode poupar, não tem acesso a crédito, não consegue administrar seus recursos e atender as suas necessidades de forma adequada. E isso é uma injustiça. Em termos de inclusão bancária, temos avançado com rapidez na América Latina”, afirmou Márcio Cypriano, presidente da Febraban.

Demian Fiocca, presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), reconhece que a tendência de expansão do crédito, iniciada em 2003, foi muito concentrada no financiamento para consumo. “Isso é importante, mas precisamos de crédito orientado ao crescimento”, afirma, ao destacar a construção civil como setor com potencial de expansão se associado ao crédito.

Entre as áreas estratégicas apoiadas pelo BNDES, o executivo destaca os financiamentos para investimentos em infra-estrutura e exportação. No segmento de microcrédito, ele falou do Cartão BNDES, para financiamento de capital de giro, que deve atingir um volume total de R$ 200 milhões em 2006.

Fiocca informou que em 2003, o BNDES respondia por 25% do volume total de crédito. Hoje o percentual é de 19%, e cai conforme a disponibilidade de recursos oferecidos pelo crédito privado. Ou seja, a participação do banco público percentualmente diminui à medida do reaquecimento da economia.

95 milhões de contas e campanha contra a burocracia - No painel Expansão do Acesso aos Serviços Bancários, realizado hoje durante a Assembléia 2006, Fernando Nogueira da Costa, diretor-executivo da Febraban, elencou iniciativas para expandir a base de clientes em faixas da população ainda não atendidas pelo sistema financeiro. “A característica desse momento é o acesso popular aos serviços bancários”, resumiu. Costa também apontou outros fatores, como o aumento da capilaridade da rede de correspondentes não bancários e o crédito consignado. “A bancarização da população brasileira cresceu de 63 milhões de contas em 1999 para 95 milhões hoje. Com uma população economicamente ativa de 79 milhões de pessoas no Brasil, caminhamos para a universalização dos serviços bancários”, afirmou.

“As instituições têm de fazer a sua parte, mas a bancarização envolve diversos fatores, relacionados a condições sócio-econômicas, legislação e cultura”, observou Liliana Rojas-Suárez, coordenadora do Comitê Latino-americano de Assuntos Financeiros (CLAAF). “Não vai se resolver a bancarização enquanto houver elevados níveis de pobreza”, reconhece. “Mas o sistema financeiro tem papel fundamental em uma estratégia mais ampla de inclusão”, pondera.

Mesmo dependendo de fatores externos, Liliana destaca que o sistema financeiro tem ajustes próprios a serem feitos, no sentido de capacitá-lo a expandir o alcance dos serviços. “Há ineficiências bancárias que inibem o relacionamento entre as instituições e as pequenas e médias empresas. Os problemas incluem a burocracia para abertura de contas e realização de operações e a falta de mecanismos massificados de avaliação de risco”, afirmou.

Febraban - Fundada em 1967, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é a principal entidade representativa do setor bancário brasileiro. Representa 114 associados – de total de 161 instituições bancárias (em 2005) – com 94% do total de ativos do sistema e 95,3% do patrimônio. Entidade busca a melhoria contínua da eficiência do sistema financeiro e de suas relações com a sociedade, contribuindo assim ao desenvolvimento econômico e social de Brasil.

Realiza seus objetivos por conferências e reuniões técnicas, incluindo o Ciab Febraban (Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras), um dos maiores eventos dedicado ao mercado financeiro da América Latina, composto de feira de soluções em tecnologia e congresso para o setor. Mais informações em: www.febraban.org.br.

Felaban - A Federación Latinoamericana de Bancos (Felaban) representa mais de 600 instituições bancárias e financeiras de 19 países da América Latina. Foi fundada em 1965, em Mar del Plata, Argentina. É uma organização sem fins lucrativos que cumpre seus objetivos por conferências e reuniões técnicas e mantém Centro de Documentação, publicações e programas de formação profissional. Para mais informações, visite www.felaban.com

. O evento Assembléia 2006 está sendo realizado no Rio de Janeiro, até dia 14 de novembro, no Hotel Windsor Barra. www.assembleia2006.com.br

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