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12/05/2007 - 09:57

Indústria de adesivos enfrenta alta de preços mesmo com importação favorecida

Principais insumos para produção do setor registram aumentos de mais de 100% em dólar, e têm oferta cada vez mais reprimida no mercado mundia.

A baixa cotação do dólar, que tem favorecido a importação de diversos materiais para a indústria calçadista, não se reflete no segmento de adesivos. As constantes elevações de preços dos insumos e a escassez cada vez maior da oferta de algumas matérias-primas vêm pressionando e preocupando os fornecedores desta área. “No ano passado já registrávamos o problema, agora agravado pela redução ainda maior da produção de insumos e matérias-primas para adesivos, o que eleva brutalmente os preços destes produtos, essenciais para a indústria do setor”, destaca Ilse Biason Guimarães, superintendente da Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos).

Um dos produtos que mais interfere nos preços de adesivos é o policloropreno, uma das principais matérias-primas utilizadas na fabricação de adesivos para o setor coureiro-calçadista. Nos últimos dois anos, seu reajuste somou mais de 100% em dólar, o que representa um impacto de aproximadamente 70% para as empresas brasileiras no período, já descontados os ganhos com a valorização do real. “É uma situação que não depende dos fabricantes de adesivos para calçados. A única alternativa é pressionar para que os aumentos sejam os menores possíveis e absorver ao máximo esta variação antes de repassar ao mercado, mas não há mágica neste processo”, analisa Ilse. “Fatalmente os preços dos adesivos seguirão a tendência de alta registrada mais acentuadamente desde o ano passado.”

A alta de preços também está relacionada à redução de 50% na oferta de policloropreno nas unidades produtoras da Dupont (EUA) e da Enichem (Europa). “Há, ainda, aumento do consumo do produto pela Ásia, o que sempre gera instabilidade nos mercados de outros continentes, além da utilização de materiais relacionados a este produto pela indústria automobilística, priorizada pelos fornecedores em razão da maior escala de consumo e melhor remuneração, se comparada à indústria calçadista”, saliente a superintendente da Assintecal.

O policloropreno, porém, não é o único vilão desta história. Os insumos de poliuretanos, outra matéria-prima utilizada para os adesivos de PVC ou PU, igualmente decolaram, com aumentos superiores a 55% em euros. E também houve encerramento das atividades da DOW que fabricava o produto na Europa, reprimindo a oferta e, conseqüentemente, elevando preços, assim como dificuldades de produção na planta da Bayer no Texas (EUA), no final de 2006. “Muitos outros insumos estão subindo, e todos estão diretamente vinculados ao preço do petróleo, que retomou o viés de crescimento desde o início do ano, depois de uma fase de pequena queda e estabilidade no segundo semestre de 2006. Ou seja, o cenário é totalmente desfavorável quando se fala em estabilidade de preços na indústria de adesivos, com os naturais reflexos em toda a cadeia produtiva”, resume Ilse.

Abaixo, seguem gráficos apresentados no site da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) – www.opec.org – sobre a variação do preço do petróleo nos últimos meses e a comparação com o preço médio dos últimos anos.| www.assintecal.org.br

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