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12/12/2009 - 08:01

Físico do Observatório Nacional descobre relação do sítio arqueológico calçoene com o equinócio, no Norte do Amapá

O mesmo pode ser um "stonehenge brasileiro".

O sítio arqueológico de Calçoene, no Norte do Estado do Amapá, na latitude de + 2 graus 37' (está no hemisfério Norte), distante 384 km da capital Macapá, tem várias pedras monolíticas que estão fincadas no solo, algumas com até quatro metros de altura. Uma delas possui um buraco circular do diâmetro de um palmo. O local está no alto de uma colina, e as pedras possuem pequena inclinação que está relacionado com o movimento do Sol no céu, formando um círculo de 30 metros de diâmetros. As pedras maiores estão num círculo de 20 metros em pé.

Segundo dados do Instituto de Pesquisas Científica e Tecnológicas do Estado do Amapá - IEPA, que estuda o local desde 2006, ali foi descoberto por Emilio Goeldi em 1905, e data de civilizações de uns 1.000 anos. Um outro a visitante foi o etnólogo alemão Curt Niemandaju, no início da década de 20 e na década de 50 o casal de arqueologos norte-americanos Cliffords Evans e Betty Meggers. O sítio fica a 14km do centro da cidade de Calçoene, de 9.000 habitantes. Mas tudo isso ficou esquecimento por muito tempo e até muitos do moradores nunca tinham ouvido falar dali. Só a a partir de 2005/2006 é que o sítio arqueológico, que já está conhecido como "stonehenge brasileiro", e teve o interesse do Governo do Estado do Amapá, passou a ser estudado com detalhes pelos arqueólogos Mariana Petry Cabral e João Darcy Moura Santana, do IEPA, sendo catalogado pelo IPHAN como Sítio Megalítico AP-CA-18 e aárea foi cercada. Nessa época foi encontrando uma relação de algumas pedras monolíticas com o solstício de inverno (hemisfério Norte), quando o Sol está mais afastado do Equador, em cima do trópico de Capricórnio. Agora mais recentemente, entre os dias 4 a 6 de dezembro, o físico Marcomede Rangel, do Observatório Nacional, do Ministério da Ciência e Tecnologia, foi ao local pela segunda vez e descobriu nova relação dessas pedras monoliticas, mas com o fenômento do Equinócio.

É o dia em que o Sol caminha perfeitamente na linha do Equador. Nasce a Leste e se deita a Oeste. Anda em cima da linha do Equador, visto da Terra, e o dia tem a mesma duração da noite. É nesse ponto que o Sol passa de uma hemisfério geografico para outro, determinando o início das estações primavera e outono, conforme o hemisfério. Civilizações antigas antigas marcaram a data para suas atividades, para fazer um um calendário, e a partir daí saber a época de plantar, colher etc, bem como a época de chuva e seca.

Mapeando o local - Com o uso de teodolito, GPS, bússolas, trena e cartas magnéticas, Marcomede mapeou o local, com ajuda de estudantes do curso de turismo do Centro de Educação Profissional do Amapa - CEPA, na chamada "Expedição Calçoene", que integrou o Ano Internacional do Planeta Terra - AIPT (2007-2009), instituido pela Unesco. Ele já havia visitado o local em setembro passado, em companhia do prof. Paulo de Tarso Gurgel, do CEPA, que esteve também nessa expedição, um dia antes do Equinocio, que foi dia 22 de setembro. Com o uso de uma bussola de precisão e correção da declinação magnética notou a relação com o Equinócio muito próximo.

Pediu, então que Ulisses Silva, da Prefeitura Municipal de Calçoene e Leilson Carmelo da Silva, conhecido como Garrafinha, capataz do sítio, que observa-se no por do Sol a luz solar penetrar numa pedra, mais alta que um homem, e de um metro e meio de largura, que tem um buraco um pouco acima do meio, projetar uma bola de luz, provocada pela luz solar, numa outra pedra, distante uns 15 metros, e inclinada. O resultado foi positivo. Agora nas medidas com o teodolito e restante do equipamento ficou confirmado que nessas duas pedras passa a linha Leste- Oeste, o Equador terrestre, onde o Sol a percorre nos Equinócios. Assim, segundo Marcomede Rangel, além do fenômeno Solstício, que ocorre agora no dia 22 de dezembro, também tem-se no sítio megalítico de Calçoene, uma relação com o Equinócio. Com os dados obtidos será confeccionado um mapa também com relação as constelações para encontrar outras relações com estrelas brilhantes e a Lua, como acontece acontece com o sítio Stonehenge no Sul da Inglaterra apesar de ser mais antigo. | Por: Marcomede Rangel, físico do Observatório Nacional [[email protected]]

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