Movimento nas rodovias concedidas cai 0,8% em abril

Economista explica que o resultado não significa reversão da trajetória de crescimento.

São Paulo - O fluxo de veículos nas rodovias concedidas caiu 0,8% em abril, em relação a março, já considerando ajustes sazonais, conseqüência da queda de 0,9% no fluxo de veículos leves e de 0,8% no movimento de veículos pesados. Este é o resultado do Índice ABCR de Atividade de abril, produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada.

De acordo com o economista Juan Jensen, da Tendências, este resultado é pontual e não chega a reverter a tendência de crescimento do índice, refletindo o bom momento da economia brasileira, e que é importante avaliar os dados do Índice ABCR num período maior (veja gráfico abaixo). "Verifica-se que o crescimento, ao longo dos últimos meses, foi significativo e que o dado de abril não representa uma reversão desta tendência, mas uma acomodação natural dos resultados", afirma Jensen. "A comparação de abril deste ano com o do ano passado, por exemplo, mostra um forte crescimento no fluxo total de veículos". Com relação à queda do fluxo de veículos leves, Juan Jensen explica que houve influência do feriado de Tiradentes, que este ano foi comemorado num sábado e no ano passado, na sexta-feira.

Em relação a abril do ano passado, o índice total cresceu 4,8%. Nesta mesma base de comparação, o fluxo de veículos leves aumentou 4,6% e o de pesados, 5,2%. Nos últimos doze meses (acumulado de maio de 2006 a abril de 2007 sobre maio de 2005 a abril de 2006) o fluxo total de veículos subiu 2,3%. Nessa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 2,5% e o de pesados, 2,0%.

O movimento de veículos nas rodovias está diretamente ligado à atividade econômica. O fluxo de veículos pesados tem alta correlação com a produção industrial e agrícola. Se o nível de produção na indústria ou no campo varia positiva ou negativamente, a conseqüência é logo percebida nas estradas, com o aumento ou a diminuição do tráfego de caminhões. Já o fluxo de veículos leves tem relação com o fator renda. A lógica é semelhante. Maior ou menor movimento de automóveis é sinal de crescimento, queda ou mesmo estabilidade do nível de renda.

Taxas de crescimento do fluxo pedagiado: Total | Leves | Pesados

Abril/07 sobre abril/06:::::::::::::::::::::::::::: 4,8% | 4,6% | 5,2%

Abril/07 sobre março/07 c/ ajuste sazonal:: -0,8% | -0,9% | -0,8%

Últimos doze meses::::::::::::::::::::::::::::::::: 2,3% | 2,5% | 2,0%