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12/12/2009 - 09:41

Indústria de ração recua 0,5% em 2009

Setor prevê recuperação e oportunidades no próximo ano .

São Paulo- A produção da indústria de ração animal no Brasil recuou 0,5% em 2009 em relação ao ano passado, enquanto a demanda por sal mineral recuou 10%. As projeções do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) revelam um recente período de recuperação, já que a queda foi menos acentuada que a registrada no terceiro trimestre e fez com que a produção anual se aproximasse da estabilidade. O Sindirações estima o fechamento de 2009 com produção total de 58,4 milhões de toneladas de ração e 1,8 milhão de toneladas de sal mineral.

As expectativas para 2010 são de continuidade na trajetória de recuperação – o crescimento previsto é de 5% a 10% no próximo ano, levando em conta projeções baseadas em séries históricas de demanda, elasticidade de preços e simulação de cenários, além das tendências elaboradas de produção animal, em especial das entidades de avicultura e suinocultura.

“Teremos oportunidades e ameaças à vista. Acreditamos em um impacto negativo do câmbio, que pode reduzir a competitividade do produto brasileiro, mas novos mercados estão se abrindo para o país, principalmente na Rússia e países asiáticos. O Governo precisa diminuir a pesada carga tributária que paira sobre a cadeia de produção de carnes e desburocratizar o setor de alimentação animal para garantir a segurança alimentar, que começa com suprimento suficientemente seguro”, afirma Ariovaldo Zanni, diretor executivo do Sindirações.

Em todo o ano de 2009, houve redução no uso de tecnologia, em parte compensada pela maior adição de milho, cujo preço foi bastante atrativo. Buscando controle nos custos de produção, o produtor optou por aumentar a parcela do grão na composição da ração e reduzir o uso de premixes.

Avicultura de corte - A avicultura de corte, setor de maior demanda de ração animal no país, registrou crescimento de 0,8% em 2009 em comparação com o ano passado. O produto de exportação brasileiro perdeu competitividade durante o ano, graças ao câmbio valorizado, o que forçou a queda no preço interno e na rentabilidade dos produtores. A margem menor fez com que houvesse redução no consumo de tecnologia nutricional. A expectativa para 2010 é que o setor encontre novas oportunidades e mercados, o que deve impactar positivamente a demanda por rações e tecnologia nutricional.

Avicultura de postura - O consumo de ração para aves de postura registrou crescimento de 3,7% em 2009, graças aos bons preços que os ovos tiveram no mercado durante o primeiro semestre. Como a produção brasileira de ovos é basicamente voltada ao mercado interno, o setor não sofreu de maneira direta com a valorização do câmbio durante o ano.

Bovinocultura de corte - A produção de ração para bovinos de corte sofreu queda de 6,0% durante o ano de 2009, graças à redução expressiva de uso de tecnologia entre os produtores bovinos. Os motivos para o recuo nos programas de confinamento foram, além da crise, o câmbio valorizado e o congelamento de transações, o que colocou muitos frigoríficos em situação financeira frágil. O descompasso entre o preço da arroba do boi e o preço do bezerro e o acentuado índice de chuvas tardaram o confinamento e impactaram a queda no consumo total de ração e suplementos.

Bovinocultura de leite - A bovinocultura leiteira sofreu diante do descompasso entre receita e custos de produção, nível de captação, preço do leite no varejo e queda na demanda durante o ano de 2009, situação que ainda não está em equilíbrio. Isso fez com que houvesse redução no uso de tecnologia e queda de 7,9% no consumo de ração. Outro impacto negativo sofrido pelo setor foi o da competição de leite em pó proveniente da Argentina e do Uruguai, em um momento em que a produção local era suficiente para atender à demanda local.

Suinocultura - Apesar de ter sido influenciado pela crise, sofrendo com baixa rentabilidade e preços no mercado internacional, a suinocultura conseguiu aumentar os embarques em 2009, registrando também maior produtividade das matrizes. O consumo de ração para suínos foi praticamente o mesmo do demandado em 2008, apesar da flagrante queda na mobilização de tecnologia nutricional. As expectativas, porém, são otimistas para o setor – há projeção de crescimento de 3% na produção de carne suína em 2010, graças ao aumento esperado na demanda internacional e a campanhas de aumento no consumo doméstico. A produção de rações para suínos deve acompanhar essa demanda no próximo ano, o que pode significar recuperação para o setor de premixes.

Cães e gatos - Apesar de registrar queda de 3,4%, graças à crise internacional e seus impactos na renda familiar, o setor de rações para cães e gatos resistiu, dada a importância cada vez maior que o proprietário tem dado à alimentação completa e balanceada para os animais de estimação. A falta de liquidez, o desemprego e o endividamento das famílias determinaram uma migração para compra de produtos mais baratos.

Outros - Os outros setores de produção de ração voltados a eqüinos, caprinos, ovinos, avestruzes, roedores, camarões e outros animais, tiveram queda de 7,7% em 2009. O impacto da crise internacional foi o principal responsável por esta queda. Porém, o setor de peixes registrou crescimento de 17%, graças a investimentos de alguns grupos privados e apoio do governo em projetos de piscicultura.

Perfil do Sindirações - O Sindirações, Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal, foi fundado em 1953, e é hoje o principal representante da indústria brasileira de ingredientes, premix, suplementos e rações para animais. Com sede em São Paulo, no edifício da Fiesp, a entidade reúne cerca de 160 associados – que representam cerca de 90% do mercado comercial de produtos destinados à alimentação animal –, tem como parceiro a Asbram, Associação Brasileira da Indústria de Suplementos Minerais e é filiado a FEED LATINA, Associação de Industrias de Alimentação Animal da América Latina e Caribe e à IFIF – International Feed Industry Federation. | www.sindiracoes.org.br.

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