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16/12/2009 - 11:00

O voo do infinito


Aprendi desde cedo que para Deus não há coincidência. Quando conheci, há mais de 10 anos, o General de Divisão José Carlos Albano do Amarante, então Reitor do Instituto Militar de Engenharia, com ele me identifiquei pela preocupação comum com a visão humanística dos seus alunos. Segundo deixou claro, na conversa que tivemos no prédio da Praia Vermelha, a modernização do ensino pressupunha o enriquecimento cultural dos alunos, para a formação de engenheiros da Idade Tecnológica, com base politécnica e visão holística.

Do encontro, promovido pelo professor Rex Nazaré Alves, nasceu o convite para uma conferência, que fiz com muito prazer, oferecendo aos alunos do IME a experiência diversificada do meu currículo, que começou com a licenciatura em Matemática, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Lembro que, à época, travava-se uma grande discussão acadêmica sobre as operações cibernéticas. Fiz os alunos raciocinar sobre esse pensamento de Norbert Wiener: Deve-se dar à máquina o que é da máquina e ao homem o que é do homem. Fazia-se confusão sobre os limites de cada um, parecendo que seríamos suplantados pela inteligência do computador.

Segundo me afirma, hoje, o General Amarante, que leciona “Ciência, Tecnologia e Defesa” na Universidade Federal Fluminense (Centro de Estudos Estratégicos), sua visão de humanidade o levou a escrever, com muita propriedade, o livro em que aborda, de forma didática e erudita, as 100 tecnologias que modificaram a face da Terra. É obra que se torna indispensável aos que se preocupam com o nosso futuro e que foi lançada no IME, com o título “O voo da humanidade” (Bibliex).

Com a experiência louvável de Doutor em Aeronáutica e Astronáutica, pela Universidade de Stanford (EUA), o autor analisa desde os primeiros conceitos de invenção, para discorrer sobre o processo civilizatório da humanidade, alcançando a Sociedade da Revolução Agrícola. Tudo numa leitura extremamente agradável. Passa pela Revolução Urbana, a Revolução Filosófica (com os pontos luminosos do pensamento grego), a Contra-Revolução Religiosa e depois, sucessivamente, as Revelações Cultural, Científica, Industrial e Tecnológica.

Como homem de pensamento, promove atraentes reflexões prospectivas, discutindo a ciência do amanhã e os seus pertinentes presságios sobre uma nova revolução sociocultural. Descobre na atual turbulência ecológica os primeiros sintomas de pré-falência ambiental, associados com a camada de ozônio, o aumento da temperatura média do planeta e até o quase inacreditável aumento de nível dos oceanos, sepultando países que tendem a desaparecer como Atlântidas perdidas em função de todos esses elementos. Só a tecnologia limpa terá condições de conduzir o voo da humanidade para lugares seguros – e é essa a nossa grande esperança.

Deseja-se socializar o conhecimento. A era da prosperidade deverá ensejar maior bem-estar para todos. A melhoria do padrão educacional tem esse escopo fundamental.

Se a educação definirá, nos próximos anos, os rumos da economia dos Estados Unidos, com a habilidade dos trabalhadores para desenvolver novas tecnologias e adaptar-se rapidamente às mudanças (como fizeram os japoneses), por que não se pode esperar o mesmo do Brasil?

. Por: Arnaldo Niskier da Academia Brasileira de Letras [ABL] e presidente do CIEE/Rio | Contato: [email protected]

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