Vale e Dongkuk anunciam início das obras da Companhia Siderúrgica do Pecém

Empreendimento, estimado em US$ 4 bilhões, vai gerar 15 mil empregos durante a implantação.

A Vale e a Dongkuk anunciaram no dia 16 de dezembro (quarta-feira), o início das obras da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), primeira usina siderúrgica integrada a coque do Nordeste do Brasil. O projeto, localizado no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), em São Gonçalo do Amarante, no Ceará, vai gerar mais de 15 mil empregos durante as obras. A previsão é de que a CSP entre em operação em 2013, com produção estimada em 3 milhões de toneladas de placas de aço por ano na primeira fase, podendo ser ampliada para 6 milhões de toneladas/ano em uma segunda fase. Além de placas de aço, a CSP também produzirá energia elétrica para consumo próprio, sendo que o excedente será disponibilizado ao mercado nacional.

A nota ressalta que a CSP é um dos mais importantes empreendimentos privados do Nordeste e um dos maiores do Brasil. Faz parte da estratégia da Vale incentivar novos projetos siderúrgicos no Brasil, um dos países que possuem o mais baixo custo de produção, através de participações minoritárias temporárias com o objetivo de ser fornecedor exclusivo de minério de ferro e pelotas. Além disso, o projeto permitirá promover o crescimento da siderurgia no País, agregando valor ao minério e gerando riqueza e desenvolvimento para o Brasil e para o estado do Ceará. A CSP tem investimento estimado em cerca de US$ 4 bilhões na primeira fase. O Ceará foi escolhido devido às facilidades logísticas e à sua localização estratégica favorável para a exportação. Além disso, a área de cerca de mil hectares possui solo apropriado à instalação desse tipo indústria. A siderúrgica contará ainda com a infraestrutura portuária do CIPP, que possui excelentes instalações de carga e descarga de materiais e produtos, além de acesso fácil por rodovias e ferrovias.

“No fim do mês passado, a CSP recebeu a Licença Prévia (LP) do Governo do Estado do Ceará para o início das obras, que começam pela terraplenagem. O documento foi liberado após a aprovação por unanimidade do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema), que avaliou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (RIMA). Todo o projeto foi compartilhado com comunidades, empresários e o poder público, enfatizando sempre o compromisso socioambiental da CSP, que destinará cerca de 25% do investimento para modernos equipamentos de controle e monitoramento de emissões, lançamento de efluentes e gerenciamento de resíduos”, adianta.

“Além de movimentar a economia com a geração de emprego, renda e capacitação de mão de obra local, o empreendimento contribuirá para o crescimento do PIB do estado do Ceará”, continua.

“Mão de obra local - Já na primeira fase de obras, o projeto deverá gerar mais de 15 mil empregos diretos. Na fase de operação, em 2013, serão mais de 4 mil empregos diretos. Durante a construção da usina, a mão-de-obra local será priorizada nas contratações. Para isso, a CSP vai atuar em parceria com instituições de ensino na promoção de cursos de capacitação técnica para formar os profissionais para os postos de trabalho que serão abertos.

Parte da contratação da mão-de-obra especializada também será fruto da parceria entre a CSP e com o governo do Estado do Ceará, que iniciou a construção do Centro de Treinamento Técnico Corporativo, um empreendimento voltado exclusivamente para a formação de profissionais para atender às demandas das empresas instaladas no CIPP”, informa.

Cronograma estimado de implantação da CSP.: 2010 – Obras de terraplanagem | ..2011 – Obras civis | .2012 – Chegada dos equipamentos | ..2013 – Montagem dos equipamentos e início da operação da usina.
Números da CSP:
…....................................................................................................1ª Fase
Investimento estimado....................................................................US$ 4 bilhões
Capacidade de produção.................................................................3 milhões de toneladas/ano
Empregos na construção diretos (pico da obra).............................15 mil
Indiretos..........................................................................................8 mil
Empregos na operação diretos.......................................................4 mil*
Indiretos..........................................................................................10 mil
Tempo estimado de construção.......................................................3 a 4 anos**
.[ 1 O incremento no PIB estadual inclui o efeito multiplicador do investimento da CSP no longo prazo, que incorpora todos os impactos sobre o PIB, a renda, o emprego e a base tributável da economia do Ceará. | 2 Fonte: Análise de Impacto do Projeto CSP na sua Área de Influência. Paulo Haddad. Phorum, mar09 | * Inclui próprios e terceirizados | ** O tempo de construção inclui terraplenagem].

Perfil da Dongkuk Steel - A Dongkuk Steel é uma siderúrgica coreana com mais de 50 anos de atuação e a principal empresa do Grupo Dongkuk, um dos 20 maiores conglomerados empresariais da Coréia do Sul. Além da siderurgia, o grupo atua nos setores de equipamentos e maquinários, logística e tecnologia da informação.

Terceira maior siderúrgica da Coréia do Sul, a Dongkuk Steel é a segunda maior produtora de chapa de aço daquele país, com cerca de 2 mil empregados. É também o maior importador de placas de aço do mundo, com cerca de 4,5 milhões de toneladas/ano.

Sua capacidade anual de produção é de 7,35 milhões de toneladas por ano, sendo 4,1 milhões de toneladas de placas de aço, 1,1 milhão de toneladas de perfis, 2,15 milhões de toneladas de vergalhão.

No mês passado, a Dongkuk Steel começou a operar a planta Dangjin Works, usina no qual foi investido 1 bilhão de dólares para a produção de 1,5 milhão de toneladas anuais de chapa grossa de alta qualidade para a indústria naval. A Dongkuk Steel, umas das principais fornecedoras de chapas grossas de alta qualidade para a indústria naval coreana, contribui, desta forma, para a liderança mundial da Coréia na fabricação de navios.

Participação da Vale em projetos siderúrgicos - “Atualmente, a Vale está diretamente envolvida na viabilização de três grandes projetos siderúrgicos no país, além da CSP. No ano passado, a indústria siderúrgica brasileira produziu 34 milhões de toneladas de aço bruto. Os quatro projetos em desenvolvimento podem agregar 15,5 milhões de toneladas de aço à capacidade do setor, ou seja, ampliação de mais de 50% da capacidade de produção nacional atual.

A expectativa é de que cada um desses projetos siderúrgicos contribua para a criação de cerca de 10 mil a 25 mil empregos durante a construção, dependendo da fase de implementação. Na operação, cada projeto pode gerar em torno de 3 mil empregos diretos e outros 15 mil indiretos.

No mês passado, a Vale e a Aço Cearense entregaram ao Governo do Estado do Pará Memorando de Entendimento firmado entre as duas empresas para viabilizar a produção de aço laminado e revestidos numa área integrada à Aços Laminados do Pará (Alpa). O compromisso tem como objetivo desenvolver um estudo de viabilidade econômica para implantar, em Marabá, uma indústria para produzir laminados a quente (capacidade de 710 Kta), laminados a frio (capacidade de 450 Kta) e galvanizados (capacidade de 150 Kta), com placas fornecidas pela Alpa. O terreno para construção da indústria será concedido em regime de comodato.

O estudo de viabilidade tem previsão para ficar pronto até abril de 2010, cabendo à Vale a responsabilidade em elaborar todo o projeto básico. Caso a mineradora e a siderúrgica cearense decidam pela implantação do projeto, será criada uma empresa com 25% de participação da Vale e 75% de participação do Grupo Aço Cearense, que, a partir daí ficará responsável pela implantação, operacão e comercialização dos produtos da nova empresa.

ThyssenKrupp CSA - Atualmente em construção em Santa Cruz, no município do Rio de Janeiro, esta nova usina terá capacidade de produção anual de 5 milhões de toneladas métricas de placas de aço. O projeto engloba ainda porto, coqueria e térmica. O início das operações da planta está previsto para meados de 2010.

CSU (Companhia Siderúrgica Ubu) - O projeto, com capacidade de produção de 5 milhões de toneladas de placas anuais, deverá ser instalado no Estado do Espírito Santo. A expectativa é de que a planta entre em operação em 2014.

Aços Laminados do Pará - Em agosto de 2008, a Vale anunciou a intenção de investir na construção de uma usina siderúrgica em Marabá, no Pará, com capacidade anual de produção de 2,5 milhões de toneladas métricas de aço. Há a expectativa de geração de 16 mil novos empregos na fase de implantação do projeto e 3.500 empregos diretos na fase de operação”, destaca a Vale.