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19/12/2009 - 06:59

Perspectivas para a economia brasileira em 2010

O Brasil deverá terminar 2009 com inflação próxima a 4%, taxa Selic em torno dos atuais 8,75%, dólar na casa de R$ 1,75 e crescimento do PIB por volta de 0,5%. Para 2010, estima-se o aumento da inflação devido ao aquecimento da economia e o conseqüente crescimento da demanda. Este aumento será mais intenso nos setores de serviços, uma vez que não há concorrência das importações.

Em relação ao setor externo, o saldo da balança comercial deverá fechar o ano de 2009 com superávit de US$ 26 bilhões. As exportações poderão chegar a US$ 150 bilhões e as importações, US$ 124 bilhões. Embora o resultado da balança comercial em 2009 tenha sido superior ao de 2008, a soma das exportações mais as importações (corrente de comércio) cairá cerca de US$ 90 bilhões, devido aos efeitos da crise sobre o mercado internacional. No próximo ano espera-se uma pequena melhora no saldo da balança comercial com uma corrente de comércio bastante superior a de 2009.

Este ano, o total de investimentos diretos estrangeiros no Brasil deve chegar a US$ 20 bilhões, volume bastante inferior ao registrado em 2008 (US$ 45 bilhões). No entanto, considerando a situação de crise financeira internacional, o volume líquido alcançado em 2009 foi bastante satisfatório.

No que diz respeito à agropecuária, as perspectivas para a economia brasileira em 2010 apontam para um desempenho bastante positivo, uma vez que a produção brasileira de grãos deve alcançar 144 milhões de toneladas, volume 4,5% superior ao registrado em 2009, e a exportação de carne bovina e frango deve aumentar bastante.

O setor industrial foi o mais prejudicado pela crise financeira internacional no ano passado devido à escassez de crédito. Com a recuperação do crédito ao longo de 2009 e o esgotamento dos estoques, a produção industrial vem crescendo continuamente nos últimos meses, porém ainda não atingiu os patamares anteriores à crise, situação que deverá ocorrer ainda no primeiro semestre de 2010.

O comércio doméstico foi o setor que menos sofreu com a crise financeira internacional. O aumento da renda real do trabalho, a queda da inflação e da taxa de juros, assim como a extensão dos prazos de financiamento garantiram a manutenção do faturamento do comércio, sobretudo o varejista. Para 2010, a ascensão deve continuar em ritmo equivalente ao deste ano.

A taxa de desemprego ao longo de 2009 apresentou contínuo recuo em relação ao início do ano. Em 2010, é possível que a trajetória de queda continue. O aumento do PIB, com aquecimento do nível de atividade industrial e no setor de construção civil, deve impulsionar o volume de contratações, sobretudo de carteira assinada.

O aquecimento da atividade industrial deverá amenizar a situação do emprego na região metropolitana de São Paulo, que foi a mais atingida durante a crise financeira internacional, uma vez que a indústria responde por grande parcela do número de empregos formais.

Por fim, a necessidade de vultosos investimentos em infra-estrutura para a Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 deverá fazer do setor de construção civil um dos principais empregadores no país. Este setor é intensivo em mão de obra e não exige nível de especialização elevado.

. Por: Alcides Domingues Leite Junior, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios e autor do livro “Brasil, a trajetória de um país forte”, da Trevisan Editora Universitária.

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