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15/05/2007 - 09:56

“Arte Postal”


Fortaleza (CE)– Artista multimídia pernambucano internacionalmente reconhecido, criativo e inquieto ao extremo, Paulo Bruscky vem a Fortaleza na próxima semana para cumprir uma maratona intensa de atividades.

Como colecionador, ele participa disponibilizando parte do seu vasto acervo para a exposição internacional “Arte Postal”, que será aberta no Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941, Térreo – Centro – fone: (85) 3464.3108), na próxima terça-feira, 15, às 18 horas.

Com curadoria de Maurício Coutinho, a exposição também contará com os acervos de Arte Postal de dois colecionadores cearenses: Hélio Rôla e Lupin. Gratuita ao público, a mostra ficará em cartaz até o próximo dia 28 de junho.

Logo em seguida, às 19 horas, no cineteatro do Centro Cultural BNB-Fortaleza (2º andar), Paulo Bruscky concederá entrevista aberta ao público, narrando sua história de vida e descrevendo sua trajetória artística, dentro do programa Nomes do Nordeste. O artista será entrevistado pelo jornalista Augusto César Costa.

Às 21 horas, após a entrevista aberta, no saguão do cineteatro do CCBNB-Fortaleza, o multimídia pernambucano lançará e autografará o livro “Paulo Bruscky: arte, arquivo e utopia” (Companhia Editora de Pernambuco – CEPE, 2007, 271 páginas, R$ 100,00), de autoria da crítica de arte, pesquisadora e curadora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP), Cristina Freire.

De quarta-feira, 16, até sábado, 19, Paulo Bruscky ministrará, no auditório do CCBNB-Fortaleza (3º andar), o curso de apreciação de arte “Os Multimeios: do Futurismo à Contemporaneidade”.

Gratuito ao público, o objetivo do curso é estudar os multimeios desde o Futurismo, passando pelo Dadaísmo, Grupos Gutai e Fluxus, até chegar na Grande Rede Contemporânea, analisando os movimentos com históricos, conceitos, participantes, publicações, exposições e eventos.

Com duração de 12 horas-aula, o curso é dirigido a arte-educadores, produtores culturais, artistas visuais, pesquisadores, historiadores, museólogos e o público em geral. De quarta, 16, até sexta-feira, 18, as aulas acontecem de 15 às 18h; no sábado, 19, de 10 às 13h. Há 80 vagas e as inscrições prosseguem abertas até a próxima terça-feira, 15.

Exposição sobre Arte Postal - Com curadoria de Maurício Coutinho, a exposição internacional “Arte Postal” exibe parte dos acervos dos colecionadores Paulo Bruscky, Hélio Rôla e Lupin, reunindo trabalhos de mais de 100 artistas de várias partes do mundo. A mostra percorre a trajetória da Arte Postal desde o final da década de 1960 até hoje.

Integram o elenco de artistas estrangeiros participantes da exposição: Yoko Ono (Japão); George Maciunas (Lituânia); Joseph Beuys (Alemanha); Ben Vautier (França); Dick Higgins, Bill Mauldin e Ray Johnson (EUA); Clemente Padin (Uruguai); León Ferrari (Argentina); e o transnacional Grupo Fluxus, que reuniu artistas europeus, estadunidenses e japoneses, no período de 1962 a 1973.

Do Brasil, participam nomes como Alex Vallauri, Alex Cabral, Regina Vater, Hudinilson Júnior, o pernambucano Paulo Bruscky e os cearenses Hélio Rôla, Lupin, Sérvulo Esmeraldo, Leonilson, Bené Fonteles e Sérgio Pinheiro.

O que é Arte Postal - A Arte Postal é uma tendência artística originada e formalmente estabelecida em 1968 por Ray Johnson e sua Escola de Arte por Correspondência. O movimento consiste em trocar mensagens criativas utilizando o sistema de correios para a veiculação.

É um meio livre, onde todo tipo de imagens, ícones, pinturas, desenhos, carimbos, adesivos, envelopes, colagens ou composições são permitidos. É praticada por artistas, pintores, desenhistas, ilustradores, arquitetos, poetas, escritores – enfim, pessoas de todas as (ativ)idades.

Esta arte tem encurtado as distâncias entre povos e países, proporcionando exposições e intercâmbios com grande facilidade, onde não há julgamentos nem premiações dos trabalhos, diferentemente dos salões e bienais. Na Arte Postal, a arte retoma funções como a informação, o protesto e a denúncia.

Sala com projeção de imagens e arte postal sonora - Os artistas postais sempre trabalharam em “rede” e foram incorporando o telex, o fax e outros meios de comunicação à distância, até chegarem na rede mundial de computadores. Seguindo essa linha, uma das salas da exposição projetará imagens de autoria e pertencentes ao acervo de Hélio Rôla, compartilhadas por ele Internet com outros artistas e interessados em arte postal no mundo todo.

Na mesma sala, o público ouvirá spots de arte postal sonora elaborados por artistas de diversos países em vários idiomas, simultaneamente à exibição das imagens criadas por Hélio Rôla. No decorrer da exposição, serão acolhidas – através do e-mail [email protected] – colaborações de pessoas de qualquer lugar do mundo que enviarem mensagens criativas para exibição na sala específica do artista e colecionador cearense.

Paulo Bruscky: história de vida e trajetória artística - Nascido em Recife em 21 de março de 1949, Paulo Bruscky ingressou no mundo das artes ainda pequeno, influenciado e incentivado pelo pai, um fotógrafo russo. Formado em Comunicação Social, é o pioneiro no Brasil em videoarte, áudio-arte, fax-arte, arte correio, artdoor e xerografia artística.

Em seu trabalho, prioriza as pesquisas experimentais, utilizando tipos inusitados de materiais e fazendo de tudo um pouco: esculturas, instalações, pinturas, desenhos, fotografias e literatura, entre outras expressões artísticas.

Referência na vida cultural pernambucana e reconhecido internacionalmente, Paulo Bruscky ficou famoso nos anos 1970, quando iniciou suas experiências no campo da arte conceitual, com pesquisas envolvendo o espaço e o ambiente, em intervenções e materiais diversos.

Participou de vários movimentos, como o do Grupo Fluxus, que marcou as décadas de 1960 e 1970 opondo-se aos valores vigentes e pregando uma revolução cultural, social e política através da arte.

Ele possui importante acervo documental sobre as vanguardas artísticas do pós-guerra, incluindo trabalhos do Fluxus e do Grupo Gutai (Japão), tendo mantido correspondência regular com alguns de seus integrantes.

Paulo Bruscky é reconhecido como um dos mais expressivos renovadores da cena artística contemporânea do Recife. No período de 1979 a 1982, realizou nada menos que 30 filmes de artista e videoarte.

Em 1980, inventou os “xerofilmes”, que são filmes feitos a partir de imagens xerográficas, abrindo um novo campo para o desenho animado e o cinema experimental. A partir de 1983, iniciou suas vídeo-instalações. Já participou de 60 mostras realizadas no Brasil, Itália, Espanha, Portugal, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Canadá, EUA e Venezuela.

Por suas criações originais e significativas, recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, caracterizando-se como o mais jovem artista a ganhar a Bolsa Guggenheim de Artes Visuais, o que lhe possibilitou estudar em Nova Iorque, EUA, e na Holanda, no início dos anos 1980.

Entre suas inúmeras obras, destacam-se o projeto “Aeronimbo”, uma instalação aleatória de nuvens coloridas no céu do Recife, de 1974, e a “Composição Aurorial”, de 1976, uma exposição noturna de arte espacial visível a olho nu – ambas realizadas em parceria com Daniel Santiago.

Um dos interessantes trabalhos atuais consiste numa foto-instalação – Work in progress –, apresentada recentemente em Paris e em Salvador. Trata-se de uma combinação de fotos com objetos de demolição e restos de materiais de construção, simbolizando a destruição de arquiteturas fantásticas pelo homem e o desprezo pelo patrimônio histórico.

Em 2004, Paulo Bruscky tornou-se o primeiro pernambucano a contar com uma sala especial exclusiva na Bienal Internacional de Artes de São Paulo. Essa sala reproduziu cada centímetro do seu ateliê-apartamento de Recife.

Para esse trabalho, foi necessário transportar 300 caixas para o prédio da Bienal, no parque Ibirapuera, em São Paulo. O espaço possuía até “janelas”, com paisagens idênticas às de Recife, usando fotografias em escala real.

Casado, pai de três filhos adultos, até seus momentos de lazer são ligados à arte. Como bom recifense, ele gosta de ir à praia, mas sempre aproveita para catar conchas e outros badulaques para os seus trabalhos.

Aos sábados, é sagrada a visita ao mercado público – um local popular onde saboreia petiscos e cerveja, e atualiza o papo com os amigos. “Gosto de ouvir as pessoas – é mais uma fonte de idéias”, diz o criador incansável. * Paulo Bruscky – (81) 9159-8264 / 3231-4960 / 3082-2447 / 3242-4976 –E-mail: [email protected]

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