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30/12/2009 - 07:31

Porto de Santos prevê fechamento do ano em 82,8 milhões de toneladas, crescimento de 2,2%


Resultados garantido pelo incremento nas movimentações de sólidos a granel (12,1%) e líquidos a granel (10.6%), que reduziram o impacto na queda da movimentação de carga geral (-11,4%), reflexo do fraco desempenho dos contêineres (-16,4%). “Produtos como o açúcar, que tiveram as exportações amplamente alavancadas pela quebra da safra na Índia e o aumento do escamento da soja procedente da região centro-oeste do país foram itens de grande peso para o desempenho positivo geral do Porto em 2009”, avaliou o diretor de Desenvolvimento Comercial, Carlos Helmut Kopittke.

“Um ano extremamente produtivo”, avalia o diretor presidente da Codesp, José Roberto Correia Serra, ao final de 2009, considerando a definição de importantes metas como a conclusão e implementação de projetos de infraestrutura, um forte desempenho financeiro, a manutenção na demanda de movimentação de cargas -mesmo com a crise financeira mundial ‐, a realização de concorrências para novos arrendamentos e a evolução de estudos imprescindíveis para a expansão e o desenvolvimento portuário.

Com relação ao desempenho do Porto de Santos num ano de crise global financeira, Serra avalia que o problema consolidou de vez a característica de um mercado realmente globalizado, onde ninguém está imune mas, por outro lado, o perfil multifuncional do Porto garantiu que Santos não fosse tão afetado pois setores como da exportação de commodities agrícolas, que acusaram bom desempenho, compensaram quedas mais acentuadas como a de produtos industrializados.

Ainda quanto ao aspecto financeiro, destaca a importância dos arrendamentos concluídos em 2009 e o início do equacionamento de pendências contratuais de grandes dívidas de arrendatários com a Codesp.

“Outro grande desafio que teremos em 2010 e uma das ações mais importantes sob o ponto de vista social financeiro é a questão do Portus. A Codesp responde por cerca de 50% desse negócio e será um ano decisivo para se enfrentar esse problema”, afirma Serra, completando que a empresa está bastante sensível a essa questão.

Serra destaca também a introdução da Participação nos Lucros e Resultados, que terá os resultados homologados na Assembléia dos Acionistas, prevista para abril de 2010. Ainda no aspecto administrativo, avalia que também em 2010 a empresa implementará a reforma administrativa e a reestruturação organizacional e, como conseqüência, a proposição de um plano de desligamento voluntário e a realização de concurso público, renovando o quadro da empresa e inserindo novos postos e funções.

Quanto à infraestrutura portuária, o ganho maior no ano foi a conclusão de todo processo até a assinatura do contrato para a dragagem de aprofundamento do canal de navegação para 15 metros, “em que pesem todas as dificuldades ambientais e junto ao Ministério Público, demandando diversas ações da empresa para obtenção das licenças imprescindíveis para a execução do serviço”, comenta o presidente, destacando a preocupação da empresa em atender com máximo rigor todas as orientações e determinações dos órgãos que acompanham esse processo.

Completando o avanço significativo ocorrido em 2009, o próximo ano tem ainda a importante meta de conclusão da avenida perimetral da margem direita e o início dos serviços na margem esquerda.

Outro projeto que avançou bastante foi a preparação dos termos de referência para que a Codesp possa, com recursos próprios, licitar a implantação do VTMIS (Vessel Traffic Management Information System) e assumir como Autoridade Portuária o pleno gerenciamento e controle do tráfego de embarcações na área do Porto e na zona de fundeio.

Serra frisa que com essas iniciativas o Porto prepara suas vias de acesso, terrestres e aquaviárias, para atender à demanda projetada de movimentação de cargas e à ampliação das instalações com o ingresso de novos terminais. Mas destaca que há aspectos logísticos de acesso, fora da área do Porto que despertam grande preocupação, em função da expansão.

“O impacto dos novos terminais requer um redimensionamento rodoferroviário que se integre aos projetos que a Codesp já desenvolveu e está implementando”, explica Serra, anunciando que a Secretaria Especial de Portos já trabalha para a elaboração de um convênio com o governo do Estado para tratar dessa questão.

Serra avalia que 2009 foi marcado pela elaboração de importantes estudos que nortearão a elaboração de um novo Plano de Desenvolvimento do Porto, embasado nas informações produzidas pelo Plano de Expansão e pelos Estudos de Acessibilidade. “A integração desse material com outras iniciativas como as normas de exploração do Porto e de pré qualificação de Operadores Portuários, projetos de planejamento, estrutura física e órgãos intervenientes na cadeia portuária poderiam gerar já em 2010 um valioso documento facilitador para o gerenciamento e tomada de decisões”, conclui o presidente.

Outra importante realização foram os arrendamentos de áreas portuárias. O presidente define como um grande avanço que só não ocorreu com maior celeridade em função das dificuldades burocráticas junto aos órgãos que autorizam essas licitações. “Poderíamos estar muito mais à frente nesse aspecto não fossem os longos períodos na tramitação dos processos”, destaca, observando que o retorno financeiro e o ganho operacional não podem ser retardados pela lentidão desses procedimentos.

Infraestrutura em alta - “O Porto de Santos teve um ano particularmente muito positivo, como há décadas não ocorria”, garante o diretor de Infraestrutura e Execução de Obras, Paulino Vicente, referindo‐se aos empreendimentos em andamento e preparados para 2010. “Demos passos muito importantes para a melhoria da infraestrutura portuária”.

O diretor destaca a implantação do viaduto sobre a rua João Pessoa, considerando um marco histórico no sistema viário do Porto. O equipamento, além de eliminar o conflito rodoferroviário no local, distribui o tráfego em direção à região de Outeirinhos e para o trecho Macuco/Ponta da Praia, atendendo às principais demandas da margem direita: açúcar, contêineres e grãos. Outro ponto importante no projeto da avenida é o traçado ferroviário que teve, na região de Outeirinhos, a implementação de cinco faixas para ferrovia, criando condições para expansão do transporte por esse modal.

Paulino frisa que a execução da obra não tem sido fácil, em virtude de aspectos como a ocorrência de longos períodos de chuva, o dia‐a‐dia da operação portuária e o equacionamento de questões de caráter ambiental, arqueológico e de patrimônio histórico.

Em janeiro, a pista de entrada, com a conclusão do contorno de Outeirinhos, se estenderá da praça Barão do Rio do Branco até a praça da Santa, possibilitando a utilização plena do viaduto e estabelecendo novo acesso às instalações do Terminal de Passageiros até a Ponta da Praia. A pista de saída deve estar concluída até março próximo, inclusive com a implantação da ciclovia.

A licitação para a execução da próxima etapa (Santa/Canal 4, incluindo o segundo viaduto) já está concluída e as obras devem ser iniciadas em janeiro com cronograma de execução de 18 meses.

Quanto ao viário na margem esquerda, a expectativa é a conclusão do projeto executivo até o final de março, já contemplando as novas intervenções estabelecidas com a Prefeitura Municipal de Guarujá, e, a partir de abril, iniciar licitação para contratação das obras. A Codesp já faz gestão junto à Secretaria Especial de Portos para a inclusão no PAC 2 da segunda fase do projeto da Perimetral da Margem Esquerda, implantando a ligação da avenida Santos Dumont com a rodovia Cônego Domenico Rangoni.

O diretor de Infraestrutura comemora também os resultados do serviço de dragagem de manutenção realizado em 2009, alcançando o limite possível das cotas para navegação, chegando a 13,30 m da entrada do canal da Barra até a Torre Grande e de 12,20m daí até a Alemoa.

Quanto à dragagem de aprofundamento, informou que a expectativa é iniciar o serviço até o final de janeiro e destacou o trabalho para atender todos os critérios ambientais exigidos para uma obra desse porte, culminando com a expedição da Licença de Instalação que requer a adoção de 25 programas ambientais.

A meta é concluir o serviço até o final de 2010, também com a contratação no início do ano dos trabalhos de derrocagem de pedras e a definição da metodologia de retirada dos restos do naufrágio do Ais Giorgius.

A partir do segundo semestre, mesmo antes de a dragagem de aprofundamento chegar à região da Alemoa, o Porto de Santos deve contar com berços de atracação aptos para operar cargueiros na profundidade de 15 metros, principalmente nos terminais da Ponta da Praia e do Macuco, onde já há cais estruturalmente preparado para usufruir desse aprofundamento. Essa situação foi encaminhada ao IBAMA e, de acordo com a expectativa, trata‐se de um processo mais simplificado para que se obtenha a licença permitindo essa intervenção.

A elaboração do projeto executivo do chamado Mergulhão é mais uma ação importante para a melhoria da infraestrutura viária, a partir de 2010. Com 1,1 km de extensão, será concebido para, através de passagem subterrânea, eliminar definitivamente um dos maiores gargalos do sistema, caracterizado pelo estreitamento das vias naquele trecho, intensificado ainda pela confluência com as linhas ferroviárias.

Planejando a expansão - Com base em dois estudos recentemente concluídos, a Codesp se prepara para elaborar um novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Santos que deverá ser encaminhado ao Conselho de Autoridade Portuária ainda no primeiro semestre de 2010.

“O Estudo de Acessibilidade e o Plano de Expansão estão sendo digeridos pela diretoria e podemos garantir que foram realizadas a partir de metodologia científica, pesquisas muito apuradas e um detalhamento que nos permitirá programar com bastante precisão os rumos do Porto nos próximos 15 anos”, explica o diretor de Planejamento e Controle, Renato Barco.

Ele informa que o Plano de Expansão caracteriza o cenário portuário nos três próximos qüinqüênios, considerando o momento atual, os principais projetos consolidados e os factíveis, aliados a estudo de demanda da hinterlândia, abrangendo mercados de origem e destino, principais parceiros comerciais e PIB médio brasileiro e mundial, entre outras variáveis

O resultado aponta, num aspecto otimista, para uma movimentação de cargas em 2024 de 230 milhões de toneladas. “Atualmente, o Porto tem uma capacidade de atendimento de cerca de 115 milhões e deverá fechar 2009 em torno de 82 milhões de toneladas”, comenta Barco.

A previsão para 2024 também mostra projetos hoje em andamento atingindo boas marcas de movimentação. Somente no segmento de contêineres, a Embraport apresenta potencial para chegar a 1,85 milhão teu e a BTP a 1,79 milhão teu, somados à otimização e expansão dos terminais existentes que projetam estimativas de 1,9 milhão teu para Santos Brasil, 1,35 milhão teu para Libra Terminais, 900 mil teu Tecondi e 800 mil teu para a área do Saboó. “Tais projeções mostram que Santos está bem atendida pra o crescimento do contêiner e também de cargas como veículos e granéis vegetais apenas com as soluções já definidas e com projetos bem delineados”, conclui Barco.

Já com relação ao setor de granéis líquidos, fertilizantes e enxofre, o estudo apresenta um quadro que requer a aceleração dos negócios visando uma expansão mais premente. “De toda forma, já estamos com algumas ações previstas. Além da BTP que atenderá também o setor de granel líquido, há a implantação de novos berços para essa carga tanto na Ilha Barnabé como no Terminal da Alemoa e a perspectiva de se dedicar a área de Conceiçãozinha para granel sólido”, revela o diretor.

Quanto ao estudo de acessibilidade, foram avaliadas as condições necessárias para que as vias de acesso ao Porto de Santos possam estar dimensionadas ao crescimento previsto para a movimentação de carga, com um foco bastante dirigido sobre a hinterlândia primária. “O momento é de depuração dos dados apresentados, identificando os principais gargalos”, antecipa Barco, frisando que uma ação determinante será a mudança da matriz de transporte, principalmente para as cargas de curta distância, privilegiando o modal ferroviário, hidroviário (na Baixada Santista), esteiras transportadoras e dutovias, com o objetivo de desafogar o máximo possível o tráfego rodoviário.

A crise e o crescimento - Um dos destaques apontados pelo diretor de Desenvolvimento Comercial, Carlos Helmut Kopittke, em sua área, foram os processos recentes de arrendamentos de importantes terminais e os investimentos realizados pela iniciativa privada. “Mesmo para um ano marcado pela crise financeira, o Porto atraiu forte participação do setor privado tanto nas concorrências por novas áreas como na instalação e expansão de áreas já arrendadas”, comenta Kopittke referindo‐se às propostas de preço vencedoras na licitações do TEV e do Terminal da Cargill e a injeção de recursos em obras, principalmente nas áreas da Santos Brasil, Itamaraty, Louis Dreyfus e Tecondi.

O diretor apresentou a previsão de 82,8 milhões de toneladas para fechamento do ano, correspondendo a um crescimento de 2,2% sobre 2008, garantido pelo incremento nas movimentações de sólidos a granel (12,1%) e líquidos a granel (10.6%), que reduziram o impacto na queda da movimentação de carga geral (-11,4%), reflexo do fraco desempenho dos contêineres (-16,4%). “Produtos como o açúcar, que tiveram as exportações amplamente alavancadas pela quebra da safra na Índia e o aumento do escamento da soja procedente da região centro-oeste do país foram itens de grande peso para o desempenho positivo geral do Porto em 2009”.

“O Porto mostrou que é, de forma global, um grande negócio”, define Kopittke, destacando que, além do crescimento estimado para o movimento físico, Santos ampliou sua participação na balança comercial brasileira. “A pluralidade no atendimento é um dos diferenciais que caracterizam a força do o Porto de Santos”.

Outro aspecto destacado por Kopitkke foi a participação e a atuação promocional da equipe comercial em feiras, exposições e seminários, em especial em eventos onde a empresa participou como palestrante, disseminando as vantagens competitivas e comparativas do Porto de Santos no cenário nacional.

Investindo em pessoal e cultura - Com grande participação nas áreas de meio ambiente, informática e recursos humanos, a CODESP encerra 2009 com um total de 12.642 horas de treinamento para um total de 1.329 funcionários, além de ampla presença em eventos como palestras e workshops.

Ainda através do CENEP, foi ministrado curso preparatório para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos – Ensino Fundamental, com a participação de 208 trabalhadores sem esse grau de instrução, e do Curso Portuário de Aperfeiçoamento e Experiência Profissional, dentro do Plano Setorial de Qualificação – Portuário, do Ministério do Trabalho, com a participação de 280 trabalhadores, ambos dirigidos a Trabalhadores Portuários Avulsos.

Na área cultural, a empresa lançou a criação do Instituto Porto de Santos, uma entidade sem fins lucrativos para propor, gerenciar e executar projetos nas áreas social, cultural, de educação, meio ambiente, turismo e esporte. A CODESP convidou, através de edital publicado em agosto, pessoas físicas e jurídicas interessadas em integrar o quadro associativo da instituição, na condição de sócios fundadores. Para atingir seus objetivos, o Instituto poderá firmar convênios, parcerias, contatos e estabelecer intercâmbios promovendo iniciativas conjuntas com outras instituições públicas ou privadas, organizações não governamentais ou da sociedade civil de interesse público, nacionais ou internacionais. Em 2010, será realizada a Assembléia Geral para fundação da instituição. [www.portodesantos.com.br]

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