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16/05/2007 - 09:01

Supermercados vendem mais – e mais barato

Pesquisa inédita aponta aumento dos volumes e queda nos preços motivada pela concorrência; consumidor está ganhando mais e gastando menos.

São Paulo, maio de 2007 – Pesquisa da APAS (Associação Paulista de Supermercados) sobre “PAINEL DE MERCADO E CONSUMO”, EDIÇÃO 2007 realizada pelas empresas Nielsen e LatinPanel, mostrou que as vendas do setor cresceram mais que o faturamento (5,3% contra 2,1%). A razão disso foi uma queda no valor médio dos itens comercializados (-3%), que pode ter sido causada por queda no preço de algumas marcas ou pelo crescimento de vendas de outras mais baratas no sortimento. A pesquisa, que tem como referência o mercado brasileiro no ano de 2006, foi feita para dimensionar as tendências do segmento supermercadista e de comportamento do consumidor.

Essa queda de preços é, também, reflexo da concorrência, que tem se acirrado desde o lançamento do Plano Real. De 1994 para cá, o faturamento real do setor supermercadista cresceu 15,6%, (descontando-se a inflação) chegando a R$ 124,1 bilhões em 2006. No mesmo período, o número de lojas quase dobrou: saltou de 37,5 mil para 73,7 mil – um incremento de 96,5%. No mesmo período, também caiu o número de consumidores por loja: 30% nos últimos dez anos.

"Na prática, as vendas cresceram, mas a concorrência cresceu muito mais. O número maior de supermercados disputando os mesmos consumidores resultou em drástica redução das margens”, explica o presidente da APAS, João Sanzovo Neto.

O perfil destas lojas também vem mudando, conforme aponta o estudo da APAS. A razão é simples: enquanto estabelecimentos com até quatro check-outs (caixas) tiveram incremento de 3,9% no faturamento em relação a 2005, lojas com 20 a 49 check-outs tiveram redução de 0,8%, enquanto as que possuem mais de 50 check-outs apresentaram queda ainda maior no faturamento, de 3,2% em relação ao ano anterior.

As lojas menores também têm os melhores índices de produtividade: são as que possuem mais vendas por check-out, área de vendas e funcionários. “Os consumidores estão preferindo lojas de vizinhança, de menor porte, que permitem uma compra, mais objetiva, rápida, em sintonia com as exigências de abastecimento da vida moderna”, avalia Sanzovo.

A tendência é que o consumidor aumente o número de visitas aos diferentes estabelecimentos de varejo e diminua o valor gasto a cada visita (ticket). Em 2006, o consumidor passou a ir 15 vezes às compras por mês, contra 14,3 vezes em 2005. No mesmo período, o ticket médio caiu de R$ 9,89 para R$ 9,60.

Um fenômeno interessante é a concentração de compras nos fins-de-semana: 38% das vendas (em valor) acontecem nesse período, em que a cesta tem uma composição diferenciada. Cervejas, refrigerantes, sorvetes, leite em pó, leite aromatizado, massas, café solúvel, cereal tradicional, polpa e/ou purê de tomate e sucos prontos para beber são alguns itens que tem 40% ou mais de suas vendas nesse período. É uma nova forma de agrupamento das compras num período específico, que vem substituir como fenômeno as compras do mês tão tradicionais nas épocas de hiperinflação.

Com mais visitas, num cenário de concorrência crescente, o consumidor continua infiel: 74% dos lares brasileiros optaram por três ou mais canais de vendas para se abastecer. Porém, o número é levemente menor do que o do ano passado (77%), indicando uma reação dos estabelecimentos visando a fidelizar o consumidor. Outro número que chama a atenção é o de pessoas que visitam diferentes lojas para encontrar os melhores preços: 47%.

O preço, aliás, é apontado como o fator mais importante de decisão para 44% dos compradores – e 69% sempre comparam preços entre marcas antes de comprar. Mais do que isso: 50% dos consumidores reconheceram que, se uma marca que eles normalmente não compram estiver em promoção, eles vão comprá-la.

Esse consumidor, consciente do seu poder de compra, no ano anterior havia apresentado endividamento médio de 3%. No ano passado, ele reduziu o gasto domiciliar mensal (-1%) e aumentou sua renda (4%). O fenômeno é ainda mais sensível entre as classes D e E, que apresentaram renda média 5% acima do gasto. “Esse crescimento da renda acompanhado de uma queda nos gastos mostra que o consumidor está pagando as dívidas contraídas no passado”, analisa Sanzovo.

Nas classes D e E, alimentação e bebidas são responsáveis por 33% das despesas domésticas. “Por isso, a queda de preços foi imediatamente acompanhada de um aumento do volume de vendas”, explica o presidente da APAS.

A pesquisa também mostra, pelo segundo ano consecutivo, que, depois de perder sistematicamente participação no faturamento frente a outros canais de compra (drogarias, perfumarias, porta a porta, armazéns, etc.) entre 1999 e 2004, os supermercados voltaram a ganhar a preferência do consumidor brasileiro nas compras de algumas categorias em 2006. Um dos destaques nesse processo de recuperação foi a cesta de produtos de limpeza: 58% dos consumidores passaram a comprar produtos do gênero exclusivamente nos supermercados em 2006.

O fenômeno se repetiu também na categoria carnes e aves. Produtos do gênero são comprados exclusivamente no canal supermercado por 40% dos consumidores. Em 2004, o índice de exclusividade era de 36%. A compra de frios também evoluiu no canal supermercado. Em 2004, 49% dos compradores destes produtos eram exclusivos desse canal contra 56% no ano passado.

O estudo também voltou a verificar os pontos considerados importantes pelos consumidores na avaliação das lojas e seu grau de satisfação. Para 74% dos consumidores, a limpeza é ponto fundamental e ocupa o topo da lista de requisitos fundamentais a serem observados pelos estabelecimentos. A qualidade e frescor de frutas, verduras e legumes aparece em segundo lugar (71%), juntamente com qualidade e frescor das carnes. Em seguida, aparecem rapidez no caixa (61%) e atendimento oferecido (57%).

Perfil da APAS – A APAS é uma entidade de classe que reúne empresários supermercadistas do Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento, de forma a promover o desenvolvimento do setor. A entidade conta com 1.200 associados, somando 2.200 lojas, alcançando cerca de 80% das vendas do segmento.

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