BNDES aprova R$ 1,1 milhão para restauro da sede da Academia Brasileira de Letras

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou apoio financeiro de R$ 1,1 milhão para o restauro do Palácio Trianon, sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), no centro do Rio de Janeiro. O valor equivale a 63,49% da totalidade do projeto.

Trata-se de restauro de um patrimônio histórico e cultural relevante para a cidade e para o Brasil. Sua total recuperação permitirá a continuidade da realização de diversos estudos e debates em suas instalações, além das tradicionais sessões solenes da Academia. Os recursos não reembolsáveis a serem aportados pelo BNDES são provenientes de seu Fundo Cultural.

A reforma permitirá abrigar adequadamente o acervo de obras literárias raras, assim como a reunião do acervo resultante do legado das bibliotecas particulares dos acadêmicos. Os livros costumam ser doados à ABL que, com isto, acumulou um importante patrimônio histórico-bibliográfico dos maiores escritores brasileiros, incluindo Machado de Assis.

Todo este conjunto se encontra acondicionado de forma inadequada em locais alugados pela instituição. As duas bibliotecas existentes, uma localizada no prédio do Palácio Petit Trianon e a outra no Palácio Austregésilo de Athayde, não comportam mais o acervo existente.

O atual estado de conservação da edificação nos andares térreo e superior é adequado e satisfatório, pois ambos passaram recentemente por obras. No entanto, o subsolo encontra-se em estado crítico.

O projeto propõe a realização de obras urgentes de conservação e de segurança do prédio, e está prevista também a instalação de sistemas de climatização no subsolo com intuito de adequá-lo ao armazenamento do acervo complementar da Academia. Para a realização das obras será necessária a montagem de uma estrutura de apoio e guarda de materiais.

No andar térreo serão recuperados os pisos em mármore e os pisos em tabuado de madeira. No subsolo será executada impermeabilização do piso e parte das alvenarias (como forma de impedir o aparecimento da umidade ascendente ou de solo), a pintura será refeita e os banheiros masculino e feminino reformados, inclusive com a demolição de revestimentos e alvenarias existentes.

A ABL foi fundada em 20 de julho de 1897, quando Afonso Celso Júnior e Medeiros e Albuquerque manifestaram a vontade de criar uma academia à luz da que existia na França. Suas atividades são voltadas para a cultura da língua e da literatura nacionais. Foram responsáveis por sua instalação: Araripe Júnior, Artur Azevedo, Graça Aranha, Guimarães Passos, Inglês de Souza, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Machado de Assis, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro Rabelo, Rodrigo Otávio, Silva Ramos, Teixeira de Melo e o Visconde de Taunay. Machado de Assis foi escolhido presidente, tendo como secretário-geral Joaquim Nabuco e primeiro secretário Rodrigo Otávio. Em 20 de julho de 1897, realizou-se a sessão inaugural, na qual estiveram presentes dezesseis acadêmicos.