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20/01/2010 - 09:33

Indústria paulista mantém recuperação em dezembro, mas fecha o ano com 98 mil empregos a menos

Entidades esperam crescimento de 6,3% em 2010. Mesmo assim, geração de vagas só deve retomar nível pré-crise em 201

A indústria paulista de transformação continuou a trajetória de retomada do nível de emprego no último mês de 2009. O índice com ajuste sazonal subiu 0,31% e sustentou a taxa de crescimento de 0,5% ao mês, média do último trimestre do ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira (19) pela Fiesp e o Ciesp.

Sem ajuste, houve baixa de 3% em dezembro, ou 67 mil empregos perdidos – natural para o período, devido à sazonalidade do setor sucroalcooleiro, com o fim da colheita no campo. O resultado é semelhante ao obtido no último mês de 2007 (-3,25%), ano em que o emprego industrial cresceu 4,57%.

Em 2009, porém, carregando os efeitos da crise financeira, a indústria fechou 98 mil vagas – queda de 4,32% em relação ao ano anterior.

“A perda ocorrida em dezembro é normal para o mês, já isento de crise. Em 2010, para não dizer céu de brigadeiro, não vemos ameaças de nuvens no nosso horizonte”, afirmou Paulo Francini, diretor-titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp/Ciesp.

Nível pré-crise - A Fiesp e o Ciesp apostam em um desempenho positivo da economia brasileira em 2010: PIB em 6%, com uma taxa de crescimento trimestral de 1,4%; nível de atividade da indústria paulista em 12% - em compensação à forte queda ocorrida em 2009, que deverá ficar entre 7% e 8%.

“Apostamos no crescimento da demanda, que se apoiará no crescimento da renda, e na recuperação do crédito e dos bens de capital. O empresário tem faro sensível para a demanda futura”, sublinhou Francini.

Segundo o diretor, a atividade industrial em São Paulo só retomará o nível pré-crise no início do segundo trimestre. Já a projeção de recuperação do emprego é mais tardia, e deve se estender para o começo de 2011.

“Apesar de esperarmos um crescimento de 6,3% para o emprego [na indústria paulista] neste ano, ele não será suficiente para cobrir a perda de mais de 7% que contabilizamos desde o início da crise, em outubro de 2008”, apontou Francini. “Além disso, os empregos não voltarão em número igual aos que existiam anteriormente”, acrescentou.

Indicadores setoriais - Em dezembro, 16 atividades industriais tiveram desempenho negativo no índice de emprego, quatro registraram saldo positivo e duas ficaram estáveis. Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,1%), produtos de minerais não-metálicos e produtos de madeira, ambos com alta de 0,2%, apareceram no topo do ranking mensal.

Já os setores ligados à produção de açúcar e álcool vieram nos últimos lugares: coque, petróleo e biocombustíveis (-22,2%) e produtos alimentícios (-16,1%), seguidos de couro, artigos de viagem e calçados (-4,5%). O setor alimentício, principalmente a produção de açúcar, foi responsável pela perda de 51 mil vagas no mês.

No ano, foram cinco os setores que conseguiram neutralizar os efeitos da crise no saldo de empregos: vestuário e acessórios (1,5%), produtos diversos (1,3%), produtos alimentícios (0,7%), coque, petróleo e biocombustíveis (0,7%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (0,6%). A pior variação (-22,5%) ocorreu no setor de outros equipamentos de transporte, que engloba a indústria aeronáutica.

Regiões - Das 36 Diretorias Regionais do Ciesp pesquisadas, 27 apresentaram desempenho negativo no mês, cinco tiveram comportamento positivo e quatro ficaram estáveis no mês de dezembro. A Grande São Paulo contabilizou menor perda (-0,80%) em relação às indústrias do Interior, cuja variação atingiu -4,73%.

.Jundiaí liderou as contratações no mês, com crescimento de 0,58%, influenciado por veículos automotores (5,61%) e produtos alimentícios (1,56%); - Bauru aparece na sequência, com alta de 0,49% no mês, puxada por produtos alimentícios (6,63%) e máquinas e equipamentos (1,86%).

. Em terceiro lugar, Santo André, com expansão de 0,32%, devido à geração de empregos nos setores de borracha e plástico (1,71%) e metalurgia (1,16%).

O nível de emprego industrial teve queda mais expressiva nas regiões de Sertãozinho (-18,61%), Jaú (-13,98%) e Araçatuba (-10,58%), todas ligadas à baixa sazonal no setor sucroalcooleiro.

Poucas regiões conseguiram fechar o ano de 2009 com saldo positivo. Entre as variações mais expressivas aparecem Matão (12,1%), devido à produção de suco de laranja, e Araraquara (10,3%), Rio Claro (9,5%) e Presidente Prudente (7,5%), influenciadas pela produção de açúcar e álcool.

Nas últimas posições do ranking anual estão as regiões de São José dos Campos (-11,9%), Mogi das Cruzes (-11,8%) e São José do Rio Preto (-10,4%).

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