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27/01/2010 - 08:34

Confea prepara movimento anticorrupção na área tecnológica brasileira

Iniciativa faz parte de ação internacional de organizações da engenharia.

O combate à corrupção é um dos temas da atualidade mais amplamente debatidos na imprensa, em congressos e seminários. No Brasil, existem diversas iniciativas nesse sentido, como o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que conta, inclusive, com o apoio do Confea, a Transparência Brasil e o Instituto Ethos, dentre outros . Entretanto, argumenta o presidente do Confea, engenheiro Marcos Túlio de Melo, " observamos a necessidade de planejar e implantar um movimento específico que buscasse maior transparência nos processos que envolvem as áreas da Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Por esse motivo, e com base em experiências internacionais, será lançado no dia 22 de fevereiro deste ano, durante o Encontro de Lideranças, que será realizado em Brasília, o "Movimento Ética e Anticorrupção no Setor Tecnológico".

"O custo da corrupção em relação a um projeto é calculado pela perda total e pelo prejuízo causado por todas as atividades de corrupção relativas ao projeto", explica diretor do diretor do Centro de Infraestrutura Global de Anticorrupção (GIACC, sigla em inglês), Neil Stansburg. Segundo dados da Sociedade Americana de Engenheiros Civis (ASCE), pode haver uma perda de até U$500 bilhões por ano devido à corrupção no setor. De acordo com Neil, as perdas ou danos em um projeto podem resultar de uma ampla variedade de atividades de corrupção, como a apropriação indevida de recursos, suborno, extorsão, fraude, cartéis, peculato, abuso de poder.

Ele comenta que, de acordo com as experiências internacionais de anticorrupção, não é possível precisar onde a corrupção é maior: no setor público ou privado. "Aquele é provavelmente o de maior risco, já que a maioria dos países constrói e opera sua infraestrutura por meio de serviços públicos. Entretanto, os indivíduos que realizam essas atividades podem ser tanto funcionários corruptos do governo, quanto empregados do dono do projeto, financiadores, empreiteiros, consultores, fornecedores", lamenta.

O diretor da GIACC informa que não existe um simples ou único método para prevenir a corrupção. As medidas devem ser adotadas como parte integral do gerenciamento do projeto corporativo. "As instituições profissionais de engenharia devem pronunciar-se publicamente contra a corrupção, assegurar que os respectivos códigos de conduta incluam proibições expressas de corrupção e sanções proporcionais aos seus membros, além de fornecer treinamento anticorrupção e orientação aos seus membros para garantir que eles estejam cientes da natureza e dos riscos dessa prática", explica.

Para o governo ou proprietários do projeto, é preciso assegurar que as adequadas medidas de combate à orrupção sejam aplicadas nos projetos como parte integrante de um programa de gestão. Para os financiadores, é necessário que eles estejam seguros de que existem medidas adequadas contra a corrupção. Por último, Neil explica que as empresas prestadoras de obras, equipamentos, materiais e serviços devem implantar medidas próprias adequadas.

O Conselho Mundial dos Engenheiros Civis (WCCE), recomenda às organizações profissionais, a criação de movimentos anticorrupção em todos os países. Para Marcos Túlio de Melo, que ocupa a vice-presidência do WCCE, representando o Confea, é necessário o envolvimento das organizações profissionais e empresariais para a mudança de processos. " Não podemos combater a corrupção como se fosse apenas um problema de conduta individual. É necessário discutir e aperfeiçoar os processos, com mudanças na legislação, se necessário. Estes sim, se reformulados e transparentes, serão capazes de inibir a corrupção", defende.

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