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29/01/2010 - 08:24

Dermatologistas são alvo de campanha para ampliar o diagnóstico da hanseníase

A regional paulista da Sociedade Brasileira de Dermatologia comemora o Dia Mundial da Hanseníase propondo aos hospitais e faculdades do Estado de São Paulo uma busca ativa da doença entre os pacientes com o objetivo de ajudar no seu controle.

Dia 31 de janeiro comemora-se o Dia Mundial da Hanseníase. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional São Paulo (SBD-SP) Dr. Joel Lastória, há motivos para se comemorar. “O Estado de São Paulo já atingiu a meta de controle da doença. No entanto, continua havendo casos em pessoas com menos de 15 anos, importante indicador da transmissão da doença. Por isso, queremos agora conseguir o controle da hanseníase. Para atingir esse objetivo, vamos incentivar a realização de uma campanha junto aos serviços de Dermatologia credenciados à SBD-SP, incentivando a busca ativa da doença entre os pacientes”, anuncia.

Sob a coordenação da dermatologista Dra. Marilda Aparecida Milanez de Abreu, coordenadora científica da Distrital da SBD-SP de Presidente Prudente, a campanha deverá ajudar a descobrir casos de hanseníase no Estado de São Paulo, que hoje chega a 2.885 pacientes em tratamento. Isso, posteriormente, levará a diminuição do número de casos, já que estes serão tratados e curados.

Embora a doença já tenha sido erradicada na maioria dos países do mundo, o Brasil figura no topo da lista dos países com o maior número de casos. O presidente da SBD-SP reforça que a hanseníase tem cura e o tratamento é gratuito, tanto as consultas como a medicação necessária, oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Ao apresentar algum sintoma da doença, as pessoas devem procurar um dermatologista ou um centro de atendimento em sua cidade. O diagnóstico precoce pode impedir a evolução da doença para as formas incapacitantes e deformantes e, com isso, minimizar ao máximo a terrível condição do estigma, além de ajudar na sua erradicação. A falta de informação por parte da população e, às vezes até mesmo dos médicos, faz com que a doença seja estigmatizada e tratada de forma inadequada no Brasil”, afirma o médico, que é também professor do Departamento de Dermatologia e Radioterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB).

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria (bacilo de Hansen) que compromete principalmente a pele e os nervos, provocando inflamação, manchas na pele e perda da sensibilidade. A hanseníase se transmite de pessoa para pessoa através das secreções das vias respiratórias (nariz e boca). Mas, assim que se inicia o tratamento, os pacientes deixam de transmitir a doença.

Se não for tratada precocemente, a hanseníase pode tornar-se grave; o paciente pode apresentar aumento de manchas pelo corpo, que podem crescer ou ficarem mais dormentes. O nariz entope, surgem formigamentos nas mãos e pés, ou inchaços nas mãos, pés, rosto e orelhas. Em alguns casos, os homens podem ficar estéreis. Devido à dormência, a pessoa pode se ferir nas mãos e nos pés e, por não ter sensibilidade nessas partes do corpo, surgem lesões traumáticas nas áreas dormentes. A doença também pode gerar deformidades físicas devido ao comprometimento dos troncos nervosos, principalmente nas mãos, pés e face.

Outra frente de atuação da SBD-SP tem sido junto ao Ministério da Saúde, com o objetivo de melhorar o tratamento de uma complicação da doença que é a reação tipo 2. “No sexo masculino, o tratamento da hanseníase que apresente reação tipo 2 é usada a talidomida. No sexo feminino, há restrição do uso desse medicamento em mulheres na idade fértil. Porém, quando necessário e bem indicada, coberto de todos os cuidados para não haver gravidez, o uso de talidomida em pacientes mulheres é extremamente positivo”, afirma o médico.

Para ajudar a reverter este quadro, além de buscar a ampliação do diagnóstico da doença entre os serviços credenciados, a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo procura abordar a hanseníase em toda a sua grade de eventos voltados para dermatologistas. Além disso, oferece cursos gratuitos a profissionais da rede pública de saúde sobre o tema, como parte do seu Programa de Responsabilidade Social. A entidade também disponibiliza informações em seu site www.sbd-sp.org.br para o público em geral.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional do Estado de São Paulo (SBD-SP) é uma entidade médica sem fins lucrativos, organizada com a finalidade de fomentar a pesquisa, o ensino e o aprimoramento científico da dermatologia como especialidade médica. Fundada em 1970, a SBD-SP congrega atualmente mais de 2.000 associados. A entidade organiza uma série de eventos durante todo o ano, como os Cursos de Educação Médica Continuada em Dermatologia (CEMC-D), as Jornadas, a RADESP (Reunião Anual dos Dermatologistas do Estado de São Paulo, realizada no final de cada ano), e cursos sobre essa especialidade voltados exclusivamente para jornalistas. Além dos eventos regionais, a SBD-SP dá apoio aos eventos e iniciativas da SBD Nacional, como a Campanha contra o Câncer de Pele.

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