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Poli desenvolve simulador computacional para manobras de navios

A Vale do Rio do Rio Doce já se beneficiou desse sistema que, entre outras aplicações, avalia a viabilidade de operação de um novo navio no porto.

Pesquisadores do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) desenvolveram um simulador digital para manobras de navios, que torna mais segura e eficiente a sua atracação nos portos. O novo software já foi usado para simular a atracação nos portos de Santos e Vitória. Agora, as empresas Aracruz Papel e Celulose e Companhia do Vale do Rio Doce, que operam navios em terminais próprios, demonstraram interesse em usar o simulador para verificar de que forma podem tornar mais eficientes suas operações portuárias.

O simulador nada mais é do que um sofisticado e complexo programa de computador que começou a ser desenvolvido em 1989, mas que nunca parou de evoluir e ser aperfeiçoado. A sua mais recente inovação é a capacidade de simular manobras em águas rasas e restritas, como canais e baías próximas aos portos. Essa nova aplicação do simulador será apresentada no 21.º Congresso Nacional de Transportes Marítimos, Construção Naval e Offshore - Sobena 2006 & Exponaval, que ocorrerá no Rio de Janeiro, de 27 de novembro a 1 de dezembro próximos.

Aplicações - Segundo o coordenador da equipe que o desenvolveu, Jessé D'Assunção Rebello de Souza Júnior, do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da Poli, o Simulador de Manobras de Navios em Águas Rasas e Restritas pode ser aplicado a uma grande variedade de problemas práticos, tais como a avaliação da viabilidade de operar com um novo navio (por exemplo, de maior calado) em um dado terminal, dimensionamento de áreas e profundidades de dragagem em canais de acesso a portos e bacias de evolução (área onde os navios manobram para atracar) e verificação da possibilidade de redução de restrições de operações em um dado terminal.

Foi num trabalho desse tipo que o programa foi empregado pela primeira vez, em 1989, no Terminal da Alemoa, no porto de Santos. “Lá, devido à localização geográfica do terminal, que fica entre o canal de Piaçaguera e o de acesso ao terminal, a corrente da maré vazante tende a jogar os navios contra o píer”, explica Souza Júnior. “Por causa disso, as operações tem de ser paralisadas em cerca de 50% do tempo, durante três a quatro dias por quinzena. Nós fomos lá, estudamos o local e as correntes e usamos o programa para simular manobras e verificar se era possível aumentar o período de operações. O simulador mostrou que sim, que a ociosidade poderia ser reduzida em 30%.”

Mais recentemente, em 2004, o simulador foi usado no porto de Vitória, a pedido da Companhia do Vale do Rio Doce. “A Vale queria saber se era possível atracar um navio graneleiro de cerca de 250 metros de cumprimento, maior do que os que o porto recebia até então”, conta o pesquisador da Poli. “Fizemos a simulação e verificamos que era possível”.

Devido a esses exemplos, a Aracruz demonstrou interesse em usar o simulador para ver se é possível aumentar a eficiência da manobras de comboios de chatas, entre os terminais Caravelas, no extremo sul da Bahia, e Portocel, no norte do Espírito Santo. Em vista das dificuldades desse tipo de manobra, a empresa movimenta naqueles terminais uma quantidade de carga menor do que deseja. A Vale, por sua vez, quer de novo os serviços do simulador. “A empresa quer integrar as operações marítimas de seu terminal de Tubarão com as de terra”, explica Souza Júnior. “O simulador permite ajudar na parte das manobras de atracação e esatracação.”

O programa pode desempenhar essas tarefas porque é capaz de simular os movimentos horizontais das embarcações, que é o que importa para efeito de manobra. “Esses movimentos são o avanço (para frente e para trás), a deriva (para os lados) e a guinada (rotação)”, explica Souza Júnior. “Para fazer a simulação, o programa leva em conta as características do casco do navio (dimensões, forma, peso), do leme (tamanho, posição, velocidade de acionamento), dos propulsores, além da ação de rebocadores, do vento e da correnteza. Assim, simulamos uma atracação, evitando acidentes que poderiam ocorrer em manobras reais que nunca foram feitas antes.”

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