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18/05/2007 - 08:48

Investment grade impactará demanda por profissionais

O sucesso ou fracasso do Brasil na busca pela posição de investment grade nos próximos anos afetará não apenas o fluxo de investimentos para o País, mas também o mercado de trabalho. Caso o Brasil obtenha a chancela de “grau de investimento”, as empresas locais terão de estar prontas para agir com rapidez para formar e atrair profissionais capazes de aproveitar o momento de transição. Caso contrário, tendem a perder espaço e oportunidades de crescimento.

Essa é principal conclusão do estudo “O Futuro do Segmento Financeiro e os Contextos de Trabalho” feito pela DBM Brasil, consultoria global especializada em gestão de capital humano em momentos de transição. O trabalho é o primeiro de uma série, cujo objetivo é promover a interconexão entre variáveis de diversos campos, a fim de ampliar a oportunidade para o gerenciamento de incertezas e a pró-atividade na determinação de políticas de RH.

O estudo explicita que as companhias que não estiverem preparadas para a situação criada pelo investment grade terão problemas para recrutar, integrar e capacitar pessoas na velocidade necessária para não “perder o barco” que a oportunidade apresenta. Nesse contexto, a área de RH se torna ainda mais essencial como fundamento estratégico para o sucesso de um negócio.

Serão especialmente afetadas as companhias de segmentos que tendem ao crescimento acelerado num quadro de investment grade. A perspectiva vale para o mercado imobiliário, para companhias atuantes nos mercados de produtos voltados às classes C e D, para bancos e demais empresas relacionadas a project finance, além de companhias atuantes na área de educação, de crédito e todas aquelas que vivenciarão alterações por conta do contexto de mais facilidade para obtenção de recursos financeiros.

“Não ter pessoas certas na hora certa significará perder contratos e espaço no mercado. Caso o Brasil conquiste a posição de investment grade, os processos de desenvolvimento serão ainda mais velozes, mas com grande preocupação com a qualidade, devido ao padrão ao qual o país estará exposto”, diz Marcelo Cardoso, presidente da DBM Brasil e da DBM América Latina, onde a companhia opera em 12 diferentes praças.

Outro ponto identificado no estudo e que pode afetar a dinâmica e o futuro das empresas é a possível incapacidade dos centros de ensino brasileiros de formar, no tempo adequado, profissionais gabaritados para o novo contexto econômico, de crescimento sustentado e inclusão social. Isso criaria um cenário de ultra-competição por talentos, aumentando as compensações oferecidas aos indivíduos que apresentem as competências essenciais para o novo momento da economia brasileira. Para fazer frente a isso, as companhias precisam estar preparadas para reter talentos e criar outros atrativos, além dos monetários, que mantenham os colaboradores alinhados com a empresa.

A análise sugere ainda que a obtenção do grau de investimento pelo Brasil tende a ampliar a procura por profissionais com expertise no sistema bancário, com conhecimento sobre agribusiness ou de áreas como a de biodiesel, uma vez que, em um quadro de melhoria do rating do Brasil, os segmentos devem receber a maior parcela da atenção (e dos recursos financeiros) de investidores internacionais. A área de real estate também deve contar com expansão da demanda por profissionais dada a perspectiva de investimentos mais sofisticados para o segmento imobiliário e da maior oferta de recursos para aplicação em infra-estrutura.

Se, ao contrário, o País não conseguir promover a melhoria de seus indicadores de solvência e fracassar na obtenção do investment grade, o mercado de trabalho ganha contornos menos favoráveis ao desenvolvimento do agribusiness de alto valor adicionado, mantendo-se como exportador de commodities. Na melhor das hipóteses, o insucesso do Brasil na conquista da posição de “grau de investimento” manterá o País num cenário muito próximo ao atual, marcado por crescimentos do PIB a taxas menores que as verificadas pelos demais países e pela definição de estratégias de negócio focadas no curto prazo.

O estudo da DBM apresenta hipóteses para o futuro desenhadas de acordo com a conquista ou não da posição de investment grade e também com o comportamento dos fundamentos do segmento financeiro, como outros fatores com impacto nos critérios globais de alocação de recursos, com variáveis tecnológicas e ainda pelos movimentos do governo em relação à legislação.

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