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02/02/2010 - 09:43

Início das aulas com mais tranquilidade

No Colégio Dom Bosco, em Curitiba, um programa de adaptação progressiva auxilia a criança a fazer amizades e, aos poucos, entrar na rotina da classe.

Curitiba– Para a maioria dos pais e alunos, a chegada de um novo ano letivo representa a continuidade de uma longa caminhada, suspensa pelo período das férias. Já famílias que têm filhos ingressando pela primeira vez na escola, ou então que se encontram em processo de mudança de colégio, enxergam o período como sinônimo de novas emoções; geralmente com certa dose de preocupação. Isso porque as crianças tendem a se sentir inseguras frente ao desconhecido, e os pais procuram proteger seus filhos de situações que possam gerar desconfortos a eles.

As crianças mais novas têm preocupações genuínas da idade, se perguntam se a mãe voltará para buscá-las, se a professora cuidará delas como acontece em casa, e se os colegas vão aceitar suas brincadeiras. Os pais, por sua vez, também sentem a separação e frequentemente se questionam: será que meu filho ficará bem sozinho? A professora lhe dará a devida atenção? Não são muitas as crianças em sala e ele ficará esquecido?

Para que a integração com a escola seja feita de forma tranquila, o Colégio Dom Bosco, em Curitiba, cujas aulas iniciam dia 8 de fevereiro, aplica nas unidades próprias um programa de adaptação progressiva, o qual auxilia a criança a fazer amizades e, aos poucos, entrar na rotina da classe. Nas primeiras semanas, é possibilitada à mãe, ao pai ou ao responsável a oportunidade de permanecer na escola por um tempo maior, até que a criança conheça aos poucos o espaço, as pessoas, as novas rotinas e, com isso, se sinta cada vez mais segura, criando vínculos de afeto com a professora, colegas e demais profissionais com os quais convive na escola.

O tempo de adaptação varia, sendo que a maioria das crianças costuma se adaptar entre três e cinco dias de aula. Porém, as tímidas podem precisar de mais tempo. Algumas levam até dois meses para que se sintam plenamente seguras e confortáveis no ambiente escolar. Neste caso, as estratégias devem ser outras e combinadas entre escola e família, pois a permanência excessiva do responsável de um único aluno em sala pode desencadear nas demais crianças da turma sensação de abandono, já que seus pais as deixam na escola e só retornam muito tempo depois, ao final do período.

Uma estratégia utilizada é o professor, acompanhado da criança que está em fase de adaptação, sair da sala de aula, de tempos em tempos, e ir de encontro aos pais que permanecem em local previamente combinado. Ao encontrarem-se, todos conversam. O professor reafirma progressos e atividades realizadas pela criança até o momento. Faz elogios e perguntas dirigindo-se diretamente à criança. Então, todos se despedem e retornam para a sala. O objetivo é reduzir as saídas gradativamente.

No entanto, é necessário que os pais sejam firmes e confiantes no momento da separação. Há mães que não entendem que o choro faz parte do processo e é um bom sinal. Significa que existe relação forte de confiança estabelecida entre mãe e filho. E o momento que a criança passa é, portando, de estabelecer novos vínculos com um adulto e crianças desconhecidas até então. A falta de choro, por outro lado, não é motivo de preocupação. A diretora geral do Colégio Dom Bosco, Lucélia Secco, explica que isso acontece quando o filho sabe que pode confiar no que a mãe fala e decide. “Tem estrutura emocional bem desenvolvida. Geralmente são crianças que têm experiências em diferentes atividades de convívio social, como clubes, colônia de férias, visita e pernoite na casa de familiares, e viagens para hotéis que contam com programas especializados para crianças”, explica Lucélia. Portanto, suas experiências anteriores já lhes garantem maturidade emocional capaz de fazer-lhes manter equilíbrio frente ao novo.

Outra estratégia é a ir prolongando a cada dia o tempo de permanência na escola. Começa passando uma hora, aumenta a carga horária aos poucos, até atingir a totalidade do período destinado para as atividades educacionais. Ou, ainda, variar as pessoas que levam a criança à escola. Ao invés de ser a mãe, que pode gerar uma dificuldade maior de separação, sugere-se que o pai, avó, ou tia assumam esse papel provisoriamente, até a criança habituar-se à nova situação.

Algumas recomendações aos pais ou responsáveis: . Não pergunte à criança se ela quer ir ou não à escola. É importante que os pais estejam muito seguros de sua opção. Caso contrário, a criança vai perceber que cederão aos seus pedidos e provavelmente reagirá com choro. Lembre-se que seu filho não é o único que pode apresentar dificuldade de adaptar-se ao novo, e que, todos os anos, esse mesmo processo acontece com outras crianças.

. Para encorajar a criança a ir à escola, deixe-a levar um brinquedo favorito ou algum pertence pessoal que lhe é significativo. Esta é uma maneira de ela manter o vínculo com a sua casa ou pessoas que são queridas. . Mesmo depois de uma familiarização bem-sucedida, é comum haver retrocessos. Após uma semana ou mais, sem os pais na escola, às vezes a criança pode mostrar-se triste, agressiva ou se negar a participar das atividades. Também é comum apresentar comportamento regressivo em casa, ou voltar a pedir mamadeira, chupar o dedo ou fazer xixi na cama. Informe a escola sobre tais comportamentos.

. A separação da criança de seus familiares é um processo que gera sentimentos que precisam ser entendidos e respeitados. Os pais não devem se sentir constrangidos ou ansiosos caso o filho não demonstre adaptação à nova rotina com a mesma facilidade de outras crianças. Cada uma tem uma reação diferente em momentos de mudanças. Algumas crianças podem estar passando simultaneamente por outras mudanças - de casa, de cidade, de organização familiar como a chegada de um irmão ou a separação dos pais. Portanto, tudo que a cerca deve ser levado em conta.

Dicas para a readaptação dos alunos mais velhos: • Ajude seu filho a reorganizar o tempo, para que ele não deixe tudo para o momento da saída. Coloque o relógio para despertar mais cedo. Oriente para a organização do material, do uniforme e do lanche, no turno anterior àquele que ele frequenta as aulas.

• Demonstre confiança na escola, pois seu filho partilhará da sua confiança e se sentirá mais à vontade. Especialmente se a criança mudou de turma ou turno, incentive-a a novas amizades. Isso vai favorecer o desenvolvimento da auto-estima e da autoconfiança.

• Tire todas as dúvidas do seu filho antes da volta às aulas. Se não souber responder, procure as pessoas da escola que poderão ajudar a explicar melhor as rotinas estabelecidas. Proponha-se a um diálogo franco e aberto com a orientadora educacional e incentive seu filho ao mesmo.

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