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04/02/2010 - 09:13

Boom eólico global continua, a despeito das dificuldades econômicas

China dobra sua capacidade instalada pelo quinto ano consecutivo – Mercado global sobe 31% - Emissão de energia limpa atinge 340 TWh na Europa – No Brasil, crescimento foi de 77,7%.

Bruxelas / São Paulo – O Conselho Global de Energia Eólica (GWEC na sigla em inglês) anuncia formalmente que em 2009, em todo o mundo, a potência instalada cresceu 31%. A capacidade instalada somente no ano passado foi de 37.5 GW, elevando a capacidade de geração eólica para 157.9 GW. Um terço deste aumento ocorreu na China, que experimentou outro ano de crescimento de 100% em suas instalações.

“A despeito de crise financeira mundial e da desaceleração econômica, a continuidade no rápido crescimento das aplicações de energia eólica testemunham a inerente atratividade desta tecnologia, que é limpa, confiável e que permite uma rápida instalação e início de operação. A energia eólica tornou-se a escolha prioritária em uma série de países ao redor do mundo”, comentou Steve Sawyer, Secretário Geral do GWEC.

“Copenhagen não nos trouxe para a solução de termos um preço mundial para os créditos de carbono, mas apesar disso a energia eólica continuou a crescer devido a políticas nacionais praticadas nos principais mercados e, também, porque muitos governos priorizaram o desenvolvimento de fontes de energia renováveis nos seus planos de recuperação econômica de seus respectivos países”, ele comentou.

A energia eólica é hoje uma peça muito importante nos mercados mundiais de energia. O valor do mercado mundial para os aerogeradores instalados em 2009 foi cerca de 43 bilhões de Euros (63 bilhões de dólares). A estimativa da GWEC é a de que hoje cerca de 500.000 empregos estão criados na indústria eólica ao redor do mundo. Os principais mercados que empurram este crescimento contínuo são Ásia, América do Norte e Europa, sendo que no ano de 2009 cada um destes mercados instalou individualmente mais de 10 GW em capacidade de nova de geração eólica, respectivamente.

Ásia - No ano passado, a China novamente dobrou a sua capacidade instalada, de 12.1 GW em 2008 para 25.1 GW. “O Governo da China está levando muito a sério a responsabilidade de limitar as emissões de CO2, ao mesmo tempo em que fornece energia elétrica abundante para garantir o crescimento da economia. A China está fazendo grandes esforços no desenvolvimento de seu tremendo potencial eólico. Mantidos os atuais níveis de crescimento, pode-se estimar que a meta não-oficial de 150 GW até 2020 possa ser alcançada antes desta data”, falou Li Jungfeng, Secretário Geral da Associação das Indústrias Chinesas de Energias Renováveis.

Uma capacidade adicional de 1,270 MW foi instalada na Índia, e menores índices foram alcançados pelo Japão, por Coréia do Sul e Taiwan, que é onde se localiza o maior mercado regional de eólica na Ásia, onde foram instalados mais de 14 GW de capacidade nova aos seus sistemas.

Estados Unidos - Contra todas as expectativas, os Estados Unidos cresceram extraordinários 9.9 GW em 2009, aumentando a capacidade instalada no país em 39%. No início de 2009 vários analistas previram que haveria uma queda de até 50% no crescimento da energia eólica, mas a implementaçào do US Recovery Act com seu foco no desenvolvimento da energia eólica reverteu esta tendência de queda no último verão.

“No ano de 2009, a indústria Norte Americana de energia quebro todos os recordes de instalações anteriores, tendo marcado o “Recovery Act” como um sucesso histórico n a criação de novos empregos, evitando emissões de carbono e protegendo os consumidores”, comentou Denise Bode, Presidente da American Wind Energy Association – AWEA. “Mas, a fabricação local de aerogeradores caiu em comparação ao ano anterior e necessita de uma política de longo prazo garantindo este mercado e, ainda uma alavancagem no mercado para garantir este crescimento.”

Perfil - A Europa é tradicionalmente o maior mercado para o desenvolvimento da energia eólica e, em 2009, continuou vendo um forte crescimento que superou a todas as expectativas: foram instalados na Europa um total de 10.5 GW, onde a liderança coube à Espanha com 2.5 GW e a Alemanha com 1.9 GW. A Itália, a França e o Reino Unido cresceram mais de 1 GW cada um. “Foi um resultado espetacular, em um ano tão difícil” disse Christian Kjaer, Presidente da EWEA- European Wind Energy Association. “Novamente os números atingidos confirmaram que a energia eólica, junto das outras fontes de energias renováveis e uma mudança do carvão para o gás como combustível térmico, estão promovendo maciças reduções nas emissões de carbono para a atmosfera, enquanto vêm sendo criados muitos empregos garantindo atividade econômica para os cidadãos europeus e, também, ao redor do mundo”. “A capacidade mundial de geração eólica elevada para 158 GW, instalados até o final de 2009, irá produzir 340 TWh de energia limpa e irão evitar a emissão de 204 milhões de toneladas de CO2 a cada ano”, concluiu Steve Sawyer. “Como podemos ver na Europa e nos Estados Unidos, a energia eólica é hoje, freqüentemente a opção mais atrativa para instalação de novas unidades de geração, tanto em termos econômicos quanto em termos ambientais.”

Brasil / América Latina - A América Latina, devido à presença de uma diversidade de fontes energéticas, ainda tem um desenvolvimento tímido, se comparado aos mercados já citados e aos valores atingidos por países como China e Estados Unidos. Mas em 2009, a America Latina e o Caribe encerraram o ano com 1.274 MW instalados, metade dos quais em operação no Brasil.

Nesta área geográfica, o Brasil tem uma posição destacada no contexto regional, pois terminou o ano de 2009 com uma capacidade instalada de 606 MW, tendo apresentado um crescimento de 77,7% sobre os 341 MW instalados até o final de 2008. E, ainda no ano passado, o Brasil realizou o primeiro Leilão de Reserva – Modalidade Eólica, onde foram comercializados 1.805 MW para serem entregues até 2012.

Estes 1.805 MW se dividirão em investimentos a serem realizados em cinco estados brasileiros: o Rio Grade do Norte com 657 MW, o Ceará com 542 MW, a Bahia com 390 MW, o Rio Grande do Sul com 189 MW e Sergipe com 30 MW. “O leilão foi um sucesso, pois além de comercializar um número tão significativo de MW, ainda mostrou a pujança deste setor no Brasil, pois no certame competiram 10,005 MW de 39 projetos considerados aptos e aprovados pela EPE e pela ANEEL”, declara Lauro Fiuza Junior, presidente da ABEEólica – Associação Brasileira de Energia Eólica. “Cada vez mais este mercado se torna uma realidade irreversível. E, agora, há uma certeza de que pelas suas características de energia limpa a eólica será a alternativa natural para a complementação das novas hidrelétricas a já em fase de construção na região Amazônica.”

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