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04/02/2010 - 09:47

De olho na água

O verão se aproxima e as férias também; e para uma boa parcela da população brasileira, o lugar ideal para aproveitar este merecido descanso é justamente o litoral. Entendemos que, por seguinte, as pessoas irão se dirigir para seus apartamentos e casas que muitas vezes serão mais utilizados em períodos específicos do ano. A consequência natural que vemos é a elevação do consumo de água e o aumento da conta por parte destes usuários e, portanto, um aumento do nível de reclamações. Isso porque a maioria dos condomínios ainda possui o antigo sistema de medição em que o edifício tem apenas um medidor de água e o valor da conta é repartido pelo número de apartamentos, não importando se lá moram uma ou seis pessoas.

Nas cidades turísticas essa cobrança é ainda mais injusta em função da alta rotatividade que existe nos apartamentos em época de férias e feriados. Por exemplo, se uma família possui apartamento na praia e não foi viajar nas férias, mas os outros apartamentos foram ocupados e utilizaram água, aquela família, mesmo assim, teria que dividir a conta com aqueles que a consumiram. Mas agora esta realidade está mudando em função da crescente adoção do sistema de medição individualizada de água por parte dos condomínios.

O sistema de medição individualizada possibilita que cada apartamento passe a ter um hidrômetro próprio que mede a quantidade de água consumida, de modo com que as pessoas paguem exatamente pelo que elas utilizaram. Dessa forma, o volume de água medido pelo hidrômetro indicará de forma individual e não mais coletiva, evitando desta forma o famoso “rateio”, tão injusto nestes tempos de crise ou de bonança.

Nos prédios onde essa solução foi implantada, houve uma economia imediata de 20%, podendo, em alguns casos, chegar a 40% já nos primeiros meses de adoção. Além de ser uma maneira mais justa de se pagar pelo uso, também faz com que as pessoas economizem e passem a utilizar este recurso com mais responsabilidade. Afinal, de que adianta eu economizar água se meu vizinho não fizer o mesmo?

A redução no bolso do consumidor é uma boa motivação para o uso racional deste recurso finito, mas ainda tem um problema muito maior. O consumo médio de água nas capitais brasileiras é de 150 litros/habitante ao dia, enquanto que a Organização das Nações Unidas recomenda que esse consumo seja de apenas 110 litros diariamente por habitante. É preciso que todos se conscientizem de que a água não é infinita e, se não utilizada corretamente, um dia vai acabar. Segundo dados do International Water Management Institute, 1,8 bilhão de pessoas viverão sem nenhuma gota de água até 2025 se continuar desta maneira.

Essa realidade é atual e, portanto, urge ações de forma individual e coletiva para a preservação e sustentabilidade para conservar o meio ambiente e garantir um futuro com água não só para as futuras gerações, mas para nós mesmos.

. Por: Samuel Lee, diretor Geral da Itron na América Latina

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