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11/02/2010 - 08:41

Acessibilidade é meta do NEAD para 2010

A EAD tem representado uma importante oportunidade de inclusão de alunos portadores de necessidades especiais no ensino superior. Ela possui ferramentas facilitadoras do processo de ensino-aprendizagem para estudantes especiais.

Luciana de Lima Santana é aluna do curso de Licenciatura em Pedagogia a distância, ofertada pela Universidade Federal de Juiz de Fora, no polo UAB de Ilicínea. Luciana está no 6o período do curso e pôde voltar a estudar porque a EAD é oferecida em sua cidade. Ela é um dos 12 estudantes portadores de necessidades especiais dos 27 polos em que o Núcleo de Educação a Distância da Universidade Federal de Juiz de Fora (NEAD/UFJF) atua. Além de promover a inclusão social facilitando o acesso das comunidades dos interiores do estado à educação superior, a educação a distância tem se apresentado como importante oportunidade para as pessoas portadoras de necessidades especiais pela variedade de recursos tecnológicos utilizados e por dispensar a locomoção diária do estudante.

Luciana conta que decidiu fazer o curso depois da insistência do irmão, Lucílio Santana, e da coordenadora do polo, Adriana Faria. “Não tinha ideia de quando e como voltaria a estudar”, afirmou a estudante, agradecendo a oportunidade de cursar o nível superior pela UFJF, instituição que oferece condições especiais de aprendizagem para os alunos portadores de necessidades especiais, desde o vestibular até a conclusão do curso. A aluna, por exemplo, prestou vestibular e realiza todas as provas do curso de Pedagogia em sua própria casa.

Segundo a coordenadora do polo, Luciana é ótima aluna. “Ela não fica de recuperação e se dedica muito aos estudos. Percebemos que o curso deu vida para ela”, ressaltou Adriana. Depois dessa experiência, Luciana pretende fazer um curso de especialização para trabalhar na secretaria ou na direção de escolas do seu município. “Na sala de aula seria muito difícil exercer a profissão, pois a tetraplegia não me permite escrever muito”, explicou a estudante. Nos seus dois estágios, concluídos em escolas municipais de Ilicínea, a aluna pôde colocar em prática o que aprendeu. “Acompanhei o trabalho dos professores e desenvolvi planos de aula junto com eles. Aprendi muito depois que coloquei em prática os ensinamentos do curso”, comemorou Luciana.

Contexto nacional - O tema da EAD e de suas especificidades para inclusão de portadores de necessidades especiais será debatido em forma de audiência pública na Comissão de Educação do Congresso. O encontro está marcado para março e educadores, sindicalistas, empresários e pessoas interessadas no assunto podem participar. Estudantes portadores de necessidades especiais irão falar sobre a experiência de fazer parte de um projeto educacional pioneiro voltado para atender às pessoas com deficiência.

Embora a EAD tenha características que viabilizem o estudo de pessoas portadoras de deficiência, dados do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação a Distância mostram que mesmo com o crescimento de 200% nessa modalidade de ensino nos últimos quatro anos, evidenciou-se que o sistema ainda não atende aos mais de 24,5 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de deficiência, o que representa 14% da população. Segundo o censo da Educação Superior de 2007, dos 300 mil alunos da graduação a distância, apenas 137 são portadores de necessidades especiais.

O professor Flávio Iassuo Takakura, coordenador-geral do NEAD, avalia que a baixa participação desses alunos, mesmo com a facilidade do acesso às aulas e com a ausência de locomoção contínua, está ligada à falta de preparo das instituições para receber os estudantes especiais. “Essas pessoas sofrem muitas discriminações e não recebem um tratamento diferenciado que possa dar conta de suas necessidades especiais”. Segundo o coordenador, o NEAD está pesquisando tecnologias (softwares) que possibilitem a transformação de textos em materiais de áudio para atender aos deficientes visuais – o mesmo também será feito para aqueles que têm dificuldades auditivas. “Está dentro do planejamento do NEAD para 2010 implantar mecanismos que possibilitem a participação de pessoas com necessidades especiais nos cursos de EAD da UFJF. A coordenação de acessibilidade da UFJF tem a intenção de elaborar um projeto de acessibilidade nos polos da UAB onde a UFJF oferece cursos. Agora, já no início do ano, estamos iniciando um processo de inclusão de legendas em todos os nossos vídeos”, completou Takakura.

O Sudeste representa a região onde essa inserção de estudantes especiais é maior no Brasil. Em seguida, aparecem as regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste. No Norte, de acordo com o censo 2007, não há nenhum aluno portador de deficiência em cursos superiores a distância.

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