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12/02/2010 - 08:33

Vale investirá US$ 12,9 bilhões em 2010


Dos quais US$ 8,6 bilhões serão destinados para financiar o desenvolvimento de projetos.

Simultaneamente à execução do orçamento de investimentos, estamos negociando a aquisição de ativos de fertilizantes no Brasil com objetivo de criar uma sólida base de ativos para atingir posição de liderança global nos próximos anos.

Na visão da Vale, a economia global está retomando o crescimento sincronizado, ainda que com diferentes velocidades entre as várias regiões. A recuperação tem sido sustentada pela volta da confiança, sinalizada pelo comportamento dos preços dos ativos financeiros de longo prazo e pela melhora dos indicadores de confiança do consumidor.

“As economias emergentes estão liderando a recuperação, com China, Índia, outros países emergentes da Ásia e o Brasil apresentando elevadas taxas de crescimento. A atividade econômica na maioria dos países emergentes deve continuar vigorosa, devido principalmente à expansão da demanda doméstica. A recuperação de suas exportações desde o 3T09 está adicionando força e sustentabilidade à recuperação.Entre as economias desenvolvidas, os EUA e a Austrália têm apresentado o melhor desempenho, enquanto que o crescimento deve permanecer lento no Japão e na Europa”, destaca a nota.

“A expansão está ganhando momento e esperamos que a economia global cresça acima de sua tendência de longo prazo durante o ano de 2010. Como é normal em recuperações cíclicas, a retomada do crescimento global tem sido liderada pela indústria, que teve expansão acelerada no 2S09, contribuindo para aumentar a demanda por minérios e metais. Como a retomada da produção industrial possui grande influência nas economias emergentes, onde é maior a intensidade do consumo de minérios e metais, seu crescimento levou à forte alta de preços, mais expressiva do que em quaisquer das recuperações de recessões globais dos últimos 40 anos.

A produção industrial, o componente mais volátil e cíclico do PIB, geralmente começa a se recuperar em resposta a redução dos estoques. Ao mesmo tempo, possui papel importante para a retomada do crescimento econômico. O aumento da produção industrial contribuiu para estabilizar o nível de renda e emprego, uma vez que é mais sensível às recessões, é normalmente responsável por uma parcela desproporcional da perda de empregos no inicio do processo recessivo.

Esperamos que o crescimento da produção industrial global continue sólido nos próximos trimestres, refletindo o cenário de forte demanda final e queda de estoques, continuando desse modo a pressionar a demanda por minérios e metais. A experiência do passado mostra que o ajuste dos estoques não é um fenômeno de curta duração, se estendendo em geral por quase um ano. As vendas finais estão crescendo, e embora em velocidade menor, os estoques continuam caindo, o que requer aumento de produção para normalizar a relação entre estoques e vendas. Os PMIs continuam indicando elevados níveis de novos pedidos relativamente a estoques, o que costuma antecipar aumentos futuros da produção industrial”, frisa.

“O JP Morgan global manufacturing PMI, que desempenha os papéis de indicador antecedente e coincidente da produção industrial global, alcançou em janeiro deste ano o maior patamar desde julho de 2004, influenciado pela recuperação industrial nos EUA e economias emergentes.

A indústria automobilística foi especialmente afetada pela recessão global. Profundos cortes de produção no final de 2008 e início do último ano levaram o nível de produção para bem abaixo do nível de vendas.

Portanto, no contexto de aumento de demanda em 2010, estimamos que a produção de automóveis continue apresentando firme crescimento, prosseguindo a recuperação iniciada no 2S09. Este é um fator importante do lado da demanda por minérios e metais, já que a produção de veículos é intensiva em metais, sendo grande consumidora de aço - e consequentemente de minério de ferro – assim como de cobre, alumínio, níquel, zinco, platina e paládio”, lembra.

“Com os bancos centrais mais confiantes na robustez da expansão econômica, existe tendência de normalização das políticas monetárias no mundo, migrando para uma postura de acomodar a recuperação em lugar de promover a expansão. Tais mudanças tendem a causar momentos de maior volatilidade de preços dos ativos financeiros, porém acreditamos que os riscos para o ritmo da atividade econômica sejam baixos no curto prazo.

Do lado da política fiscal, a elevação dos déficits orçamentários e os indicadores de dívida/PIB das economias européias de menor porte estão adicionando certa tensão ao mercado de dívida e câmbio, pressionando em particular os spreads de dívida soberana e as cotações do euro. Estes desequilíbrios fiscais persistiram durante a última década e os vemos como parte dos fatores determinantes do cenário de lento crescimento econômico europeu no presente e no futuro”, reflete.

“A necessidade de ajustes fiscais implica em importantes desafios para o crescimento global no médio prazo, dada a grande ampliação, em termos reais, dos déficits governamentais provocados pelo choque financeiro e dificuldades políticas para sua compressão.

A economia americana, a maior do mundo e epicentro do choque financeiro global, teve excelente desempenho no 4T09. O crescimento do PIB real se acelerou, com taxa anual de 5,7% influenciado principalmente pela redução do ritmo de consumo de estoques. No entanto, a expansão foi bastante ampla, com vendas finais crescendo 2,2%, contra 1,5% no 3T09 e 0,7% no 2T09, gastos reais com consumo pessoal aumentando 2,0%, crescimento real dos investimentos na construção de residências de 5,7%, os dispêndios das empresas com equipamentos e software se expandiram 13,3 e exportações de bens e serviços aumentaram 18,1%.

O cenário para o desempenho dos gastos de consumo é fator importante para as perspectivas de recuperação da economia dos EUA.

Por um lado, a elevação da taxa de desemprego, a desvalorização dos preços de ações e imóveis e o aperto do crédito são razões para pessimismo. Por outro lado, a recente performance dos gastos com consumo, crescendo 2,4% no segundo semestre de 2009, mesmo com as perdas de emprego, sugere que a significativa contração no segundo semestre de 2008 pode ter sido influenciada pelas expectativas altamente negativas geradas pela intensificação da crise financeira.

A recuperação parcial de preços de ativos em 2009 tem contribuído para amenizar as perdas do estoque de riqueza, enquanto que crescimento contínuo dos lucros das empresas e da produtividade da mão-de-obra está criando as bases para o aumento de emprego e a estabilização da taxa de desemprego nos próximos meses, com a consequente elevação da renda dos trabalhadores. A combinação desses eventos com a melhoria da confiança dos consumidores aumenta as possibilidades para performance firme dos gastos com consumo no EUA em 2010.

A recuperação das exportações e da produção industrial no Japão e na zona do euro não foi suficiente para incentivar a recuperação da demanda doméstica, com o consumo permanecendo fraco e a expansão da atividade econômica lenta.

O PIB do Brasil está crescendo acima de sua tendência de longo prazo, influenciado pela alta dos preços das commodities, o retorno de consideráveis fluxos de investimentos estrangeiros diretos e de portfólio, e pela expansão fiscal e do crédito.

Os últimos dados da China mostram continuidade do crescimento econômico acelerado, com o PIB real se expandindo a 10,0% ao ano no 4T09 relativamente ao 4T08 a 8,7% no ano de 2009, devido principalmente ao incremento dos investimentos domésticos. A intensidade da recuperação e o receio de pressões inflacionárias fizeram com que o governo chinês reduzisse a meta de crescimento dos empréstimos bancários em 2010 – de 32% em 2009 para 18% – e elevasse as taxas de recolhimento compulsório (RRR). Esperamos novos aumentos de RRR e de taxas de juros durante o ano, entretanto mantemos a expectativa de rápido crescimento da economia chinesa em 2010 e expansão contínua da demanda por minérios e metais, principalmente minério de ferro.

As medidas restritivas visam prevenir uma explosão da oferta de crédito e moeda e não representam mudança do curso da política econômica. Parte significativa dos fundos emprestados em 2009 continua depositada em contas correntes e serão gastos na medida em que os projetos de infraestrutura sejam executados. Além disso, um aumento de 18% representa ainda expansão significativa da oferta de crédito.

O crescimento dos investimentos públicos deve ser mais moderado, mas o desenvolvimento de grandes projetos de infraestrutura aprovados e iniciados no último ano continuará a demandar grande consumo de metais. O investimento na construção imobiliária residencial também deve se estabilizar, porém a pressão por urbanização e a disposição do governo em aumentar a oferta de residências populares deve continuar a sustentar sólida demanda por aço.

O crescimento mais moderado do investimento e a recuperação global devem produzir expansão mais equilibrada da economia chinesa em 2010. Devido à brusca queda das exportações causada pela recessão global, as exportações líquidas foram um obstáculo ao crescimento em 2009, contribuindo para reduzir a demanda agregada em 3,5%. Para 2010, estimamos que a contribuição do investimento doméstico para a demanda agregada diminua, o que seria mais do que compensado pelo efeito do aumento das exportações.

Em 2009, a importação de minério de ferro da China foi recorde, totalizando 627,8 milhões de toneladas métricas e com aumento de 41,6% em relação ao ano passado. Tal movimento foi impulsionado pelo crescimento da produção de aço e pela maior da importância do minério de ferro importado.

Além do efeito negativo da queda dos preços spot de minério de ferro no 2S08/1T09 sobre a produção doméstica, o desempenho das importações é resultante da tendência do aumento da dependência ao minério de ferro importado, o que vem se manifestando há muitos anos. Em função da contínua deterioração da qualidade da produção interna de minério de ferro e da modernização da indústria siderúrgica chinesa, consumindo matérias primas de melhor qualidade, a participação da importação de minério de ferro no consumo doméstico aumentou de 15% em 1985, para 25% em 1995, 50% em 2005, alcançando 72% em 2009.

Enquanto o Brasil e a Austrália aumentaram seus respectivos market shares no fornecimento de minério de ferro para a China, a participação da Índia diminuiu em 2009. Apesar dos volumes de vendas de minério de ferro para a China terem aumentado nos últimos anos, a Índia não conseguiu acompanhar o ritmo de expansão da importação transoceânica chinesa, e assim sua participação caiu, do pico de 25,5% de 2005 para 17,4% no ano passado. Tendo em vista o crescimento esperado da indústria de aço na Índia para atender às necessidades da industrialização e de seu extenso programa de investimento em infraestrutura, isto eleva a probabilidade do declínio de uma importante fonte de oferta de minério de ferro para o maior mercado consumidor do mundo.

Esperamos que as importações chinesas permaneçam elevadas em 2010, principalmente devido ao aquecimento da demanda por aço carbono. O aumento da taxa de utilização da capacidade da indústria siderúrgica no Japão, Coréia, Brasil e Europa, e os grandes volumes demandados pela China, produziram mudança dramática no mercado global de minério de ferro, que passou de uma situação de excesso de oferta para excesso de demanda.

Em 2010, a Vale se defronta com mercado apertado, e mesmo operando suas minas de minério de ferro e usinas de pelotização a plena capacidade temos limitações para satisfazer a demanda dos nossos clientes. Nossos maiores projetos entrarão em operação a partir de 2012, com um pequeno aumento de capacidade no curto prazo: 10 Mtpa de um projeto de expansão brownfield em Carajás no 2S10, não havendo programação para 2011.

A produção de aço inox teve queda anual dessazonalizada de 12% no 4T09, devido ao processo de desestocagem na Ásia.

Contudo a produção foi 40% maior que no 4T08 - quando atingiu-se o menor nível de produção do ciclo de baixa. Como consequência, 2009 foi o terceiro ano consecutivo de contração na produção de aço inoxidável, acumulando 11,2% em relação a 2006. A última vez que observamos tal queda sequencial foi entre 1991-93, quando a produção teve perda de 1,7% no período, bem menor do que em 2007-09.

A produção de aço inoxidável chinesa está se expandindo em 2010, enquanto em outros importantes produtores asiáticos, como Japão, Coréia e Taiwan, as operações permanecem no mesmo nível do 4T09. Na América do Norte e Europa as taxas de utilização de capacidade estão crescendo moderadamente, enquanto o mercado de sucata está novamente aquecido com preços atingindo 95% dos preços de níquel na London Metal Exchange (LME). A demanda de níquel para plating está se expandindo como consequência da recuperação da indústria automobilística, simultaneamente ao incremento da demanda para outras aplicações, originado pelas indústrias de turbinas para geração de energia, eletrônicos e de baterias recarregáveis.

Esperamos forte demanda pelo níquel em 2010. A Vale está retomando as atividades em Sudbury, no Canadá, operando as minas de Coleman e Garson, a planta de processamento de Clarabelle e a fundição de Copper Cliff para alimentar a produção de produtos de níquel na refinaria de Clydach, no País de Gales. Esses produtos – plating powders e pellets - são comercializados com prêmios sobre o preço do níquel na London Metal Exchange (LME) e tiveram sua escassez relativa magnificada pela paralisação temporária de nossa refinaria de Copper Cliff, um de seus maiores produtores, desde julho do ano passado.

A recuperação da economia global está se ampliando e se fortalecendo, e com isso o consumo de cobre vem se expandindo. Tendo em vista as limitações estruturais ao crescimento da oferta de concentrados, o nível de preço de cobre deverá permanecer elevado.

A China se tornou a maior importadora de carvão em 2009. No ano passado o total importado atingiu 104 Mt1 contra exportações líquidas de 4,6 Mt em 2008.

Dado o aumento da demanda da China e Índia por carvão térmico, o mercado do Pacífico está bastante aquecido, com preços ao redor de US$ 100 por tonelada métrica. Por outro lado, mercado no Atlântico ainda se mostra relativamente fraco.

O cenário para o mercado de carvão metalúrgico chinês é similar ao de minério de ferro. Há robusto crescimento de demanda causado pelo aumento contínuo da produção siderúrgica. Pelo lado da oferta, os depósitos de carvão se concentram no interior, enquanto as usinas siderúrgicas estão se posicionando no litoral e demandam carvão metalúrgico de alta qualidade frente ao declínio da qualidade das limitadas reservas chinesas. Com outros países aumentando a produção de aço e consumindo mais carvão, o mercado de carvão metalúrgico deve prosseguir bastante apertado em 2010”, continua.

Investimento em 2010 - “Continuamos a construir nossa plataforma de crescimento e criação de valor através do desenvolvimento das várias oportunidades disponíveis de crescimento orgânico. Este ano a Vale investirá US$ 12,9 bilhões, dos quais US$ 8,6 bilhões estão alocados para financiar o desenvolvimento de projetos. Simultaneamente à execução do orçamento de investimentos, estamos negociando a aquisição de ativos de fertilizantes no Brasil com objetivo de criar uma sólida base de ativos para atingir posição de liderança global nos próximos anos.

Os fertilizantes possuem expressivo potencial de crescimento de demanda, ancorado em fundamentos de mercado semelhantes aos que influenciam a demanda de minerais, metais e energia. Já possuímos um pipeline atrativo de projetos na América do Sul, América do Norte e África para potássio e rocha fosfática, o que nos proporciona posição vantajosa em termos de custo, qualidade e posicionamento geográfico.

Apesar de o mundo ainda se defrontar com desafios decorrentes da crise financeira global e das políticas empregadas para lidar com seus efeitos, permanecemos confiantes na tendência de crescimento da demanda por minerais e metais e vemos 2010 como um ano bastante promissor para nosso desempenho financeiro e operacional”, desafia a Vale.

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