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22/05/2007 - 08:29

ALERJ entrega a viúva Medalha Tiradentes Post-Mortem para Paulo Freire

Um dos mais importantes educadores do País recebeu, dia 21 de maio (segunda-feira), a principal honraria concedida pelo Poder Legislativo fluminense. O pernambucano Paulo Freire, que morreu em 2 de maio de 1997, foi condecorado com a Medalha Tiradentes post-mortem, entregue pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) a Ana Maria Freire, viúva do autor de livros como Cultura Popular, Educação Popular e Pedagogia da Esperança. A homenagem, sugerida pelo deputado Marcelo Freixo (PSol), ocorreu no Auditório Nelson Carneiro, no Palácio 23 de Julho, como início de uma extensa programação que durou todo o dia, com a realização do seminário "Paulo Freire, sempre!". "Estamos pagando uma dívida premiando esse grande homem por não tê-lo homenageado em vida. O Rio deve muito a ele", afirmou Freixo. A cerimônia contou com a presença do deputado federal Chico Alencar (PSol); do vereador do Rio Eliomar Coelho (PSol); do escritor e dramaturgo Augusto Boal; da primeira-secretária da Associação de Docentes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Inalda Pimentel; e da professora Lizete Arelaro, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

Todos os presentes fizeram questão de ressaltar a importância de Freire para a Educação no País. Eliomar Coelho explicou que a Câmara Municipal também está preparando uma homenagem para o educador. "Nós estamos com um projeto de lei que instituirá o Prêmio Paulo Freire, homenageando profissionais de Educação que estejam contribuindo para a melhoria do nosso município", confirmou o vereador. Já Chico Alencar fez questão de parabenizar o deputado Marcelo Freixo por sua iniciativa, explicando que ela servirá como um veículo para que o povo fluminense possa conhecer melhor quem foi Freire. A viúva do educador ficou muito emocionada com a solenidade de entrega da medalha. "Paulo foi um pensador, filósofo da Educação e percebeu que nós nos constituímos fazendo cultura. Todas as vezes que ele recebeu uma homenagem era como se fosse a primeira vez", disse Ana Maria Freire, ou simplesmente Nita Freire, como é carinhosamente chamada pelos amigos. De acordo com Inalda Pimentel, nada mais justo que homenagear o educador. "Vim para representar a UERJ e garanto que todos estariam honrados de estar aqui em meu lugar", disse a primeira-secretária.

Após a entrega da Medalha Tiradentes, uma mesa de discussão foi aberta para tratar das diretrizes do pensamento de Paulo Freire e de como as idéias do educador podem levar a uma teoria e a uma prática para a liberdade. O dramaturgo e escritor Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, fez um discurso de abertura sobre a vida e o legado de Freire. Já a professora Lizete Arelaro elogiou a passagem do educador pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e garantiu que o Paulo Freire-homem público em nada deveu ao Paulo Freire-educador. "O que eu mais aprendi com Freire foi que ele não tinha medo de encarar nada. Ele fez um belo trabalho pela Educação de São Paulo", disse Arelaro. Um dos assuntos abordados na mesa foi sobre o novo método de ensino para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) utilizado pela Secretaria de Educação de São Gonçalo e baseado nas teorias de Freire. A representante do Sindicato dos Profissionais de Educação (SEPE), Maria Beatriz Rios, defendeu que a maior homenagem ao educador é continuar lutando por uma educação pública decente para todos.

À tarde Chico Alencar e a professora titular da Faculdade de Educação da UERJ e presidente da Associação de Docentes da universidade, Nilda Alves, proferiram a palestra "O Cotidiano Escolar e o Pensamento Político-pedagógico em Paulo Freire". O pernambucano morreu aos 75 anos, mas deixou, para o País, uma enorme contribuição ao desenvolver teses que aproximaram os brasileiros do ensino e das letras. Ele se destacou na área de educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado Pedagogia Crítica. Freire entendia a Educação como um ato político pleno e pregava que o mero pragmatismo, na medida em que tornava o ser humano preso aos bens materiais, poderia levar a humanidade ao desastre.

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