Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

20/02/2010 - 07:41

Redução da mortalidade por câncer desencadeia associação entre neoplasias e doenças cardiovasculares

Um estudo publicado no Journal of the American College of Cardiology (JACC), em 2009, tem como objetivo sumarizar as melhores evidências científicas para os cardiologistas em relação aos principais problemas cardiovasculares associados ao câncer, devido à realização de quimioterapia e radioterapia.

A pormenorizada revisão foi promovida pelo MD Anderson, o maior centro de oncologia do mundo, uma vez que se observa em diversos países do mundo, inclusive no Brasil, o número de pacientes com neoplasia e doenças cardíacas aumentando. A associação entre câncer e doença cardíaca se tornou recorrente devido à redução da mortalidade por neoplasias e pelo diagnóstico mais precoce do câncer. Com o aumento da sobrevida desses pacientes, novos problemas cardiovasculares têm se tornado aparentes. Na maioria das vezes, são complicações agudas e tardias associadas às neoplasias de base e aos tratamentos modernos.

Algumas anormalidades cardiovasculares observadas nos pacientes - tais como hipertensão refratária, arritmias cardíacas, doença coronária e doença venosa trombo-embólica - têm motivado a solicitação de pareceres cardiológicos. No que se refere ao infarto, o estudo identificou que problemas crônicos aparecem em 1,6 a 2,1% dos pacientes durante o primeiro ano de terapia oncológica. Já depois do 1º ano, o infarto ocorre em 1,6 a 5% dos casos. Outro fator importante demonstrado nessa pesquisa é que pacientes com câncer frequentemente são hipertensos.

Outras associações com o câncer também foram observadas nesse estudo. Pode ser que isso não seja evidente em até 10 a 20 depois do início do tratamento, porém a Childhood Câncer Survivor demonstrou que, 30 anos após a terapia contra o câncer, 73% das crianças sobreviventes irão desenvolver ao menos uma doença física crônica e 42% uma mais severa, que poderá desencadear morte ou desabilitá-la.

Foi observado que o risco de cardiotoxidade aumenta com quantidades cumulativas de antraciclina. Estudos demonstram que a probabilidade de falha no coração ocorre de 3 a 5% com 400mg/m2 do medicamento, 7 a 26% com 550mg/m2 e 18 a 48% com 700mg/m2.

Dos 1.745 pacientes que tiveram cinco triagens de controle para câncer, a tendência é o surgimento de arteriotrombose em pacientes tratados com bevacizumab associada à quimioterapia em comparação com pacientes que só fizeram quimioterapia.

Segundo o Dr. Evandro Tinoco Mesquita, diretor clínico do Hospital Pró-Cardíaco, "todos os fatores avaliados nessa pesquisa revelam a necessidade de cooperação mútua entre as áreas de oncologia e cardiologia comprovando a necessidade de pesquisa e assistência multidisciplinar", revela.

Alguns fatores de risco são comuns ao sistema cardiovascular e ao câncer, como por exemplo: sedentarismo, obesidade, padrões alimentares e tabagismo.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira