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23/02/2010 - 11:38

Brasília: 50 anos

Brasília, nesse ano de 2010, comemorará 50 anos em meio a escândalos de corrupção envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda. Mesmo assim, essa charmosa cinquentona tem muito o que comemorar! Vamos conhecer um pouco mais da história da capital federal.

A ideia da transferência da capital do Brasil para o interior do país é muito antiga. Em 1761, Marquês de Pombal, então primeiro ministro de Portugal, propunha mudar a capital para o interior da colônia. No século seguinte, mais especificamente em 1813, o jornalista Hipólito José da Costa, fundador do Correio Braziliense, primeiro jornal brasileiro, sugeriu também a mudança da sede política para o interior do país. Foi José Bonifácio, no entanto, a primeira pessoa a se referir à primeira capital do país como Brasília, em 1823.

A primeira constituição republicana, promulgada em 1891, já previa um dispositivo com a mudança da capital federal do país do Rio de Janeiro para o interior, determinando como pertencente à União “ (...) no Planalto Central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal". Nesse mesmo ano foi nomeada a Comissão Exploradora do Planalto Central do Brasil, liderada pelo astrônomo Luís Cruls e integrada por médicos, geólogos e botânicos que fizeram um levantamento sobre os recursos da região. A área, naquela época, ficou conhecida como Quadrilátero Cruls e foi apresentada em 1894 ao governo da República. Naquela época, Brasília era conhecida como Vera Cruz.

O padre italiano João Bosco disse ter sonhado com uma terra de riquezas e prosperidade situada próxima a um lago, entre os paralelos 15 e 20 do hemisfério sul. O sonho do religioso teria se transformado em Brasília e ele, posteriormente canonizado, tornou-se o padroeiro da cidade.

Em 1922, ano do centenário da Independência do Brasil, o Deputado Americano do Brasil, apresentou um projeto à Câmara incluindo entre as comemorações a serem celebradas o lançamento da pedra fundamental da futura capital do país. Naquele mesmo ano, o presidente Epitácio Pessoa baixa o Decreto 4.494 de 18 de janeiro de 1922, determina o assentamento da pedra.

Em 1954, o Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque foi convidado pelo presidente Café Filho para ocupar a presidência da Comissão de Localização da Nova Capital Federal. O presidente da República então, homologa o sítio da nova capital e delimita a área do futuro distrito federal

A idealização do plano-piloto, também foi obra da mesma comissão que, em robusto relatório redigido pelo Marechal José Pessôa com o título "Nova Metrópole do Brasil", entregue ao Presidente Café Filho, detalhou os pormenores do arrojado planejamento que se realizou. Devido a discordâncias com o presidente Juscelino Kubitschek, o Marechal José Pessoa foi sucedido pelo Coronel do Exército Ernesto Silva.

O traçado de ruas de Brasília obedece ao plano piloto implantado pela Novacap, empresa encarregada para projetar a nova capital federal a partir de um anteprojeto do arquiteto Lucio Costa, escolhido através de concurso público nacional, e por Oscar Niemayer.

Um dos fatores que influenciou a transferência da capital foi a segurança nacional, pois acreditava-se que com a capital no interior ela estaria menos vulnerável a ataques militares. Além disso, uma capital no interior do país estaria mais afastada dos principais centros urbanos e, portanto, os governantes estariam menos influenciados pela massa da população. A transferência para o interior do país também forçaria a transferência de um grande contingente populacional para essa área.

Brasília foi planejada para ter cerca de 600 mil habitantes no ano 2000, mas em 2009 já atingia 2,6 milhões. Yuri Gagarin, primeiro homem a viajar para o espaço, ao visitar Brasília teria dito: “Tenho a impressão de que estou desembarcando num planeta diferente, não na Terra”, devido aos arrojados traçados da nova capital do país.

. Por: Ricardo Barros, Professor de História do Colégio Paulista, Mestre em Educação pela USP, formado em História e Pedagogia pela mesma universidade.

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