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25/02/2010 - 10:26

Só o Brasil acredita

A Rússia decidiu assinar, juntamente com os Estados Unidos e a França, o documento endereçado à Agência Internacional de Energia Atômica, que qualifica como “totalmente injustificado” o programa nuclear do Irã.

A atitude do governo de Moscou, que antes sempre se recusara a endossar a posição das potências do Ocidente face ao programa nuclear iraniano, deixa o Brasil ainda mais isolado em seu apoio a tais iniciativas.

Também coloca a projetada visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio, a Teerã, para levar apoio ao presidente Ahmadinejad, numa condição antipática e censurável.

Qualquer pessoa pode, por acontecimentos fora e acima de seu controle, ver-se conduzida à indesejável situação de inimigo de um de seus vizinhos, seja ele o da esquerda, da direita ou da frente. Em tal situação, a responsabilidade pelo desgaste de relações pode ser de qualquer uma das partes envolvidas.

As coisas se invertem quando, num determinado quarteirão, temos um residente cujas relações com todos os demais moradores são ruins. Nesse caso, é inevitável que iniciemos a análise dos conflitos em que vive essa pessoa partindo da suposição de que tem dificuldades de cultivar relações construtivas com seus semelhantes.

É esse, sem tirar nem por, o caso do regime iraniano, desde a transformação do país numa República Teocrática. Outra coisa ele não tem feito, nesse meio tempo, que ampliar o número dos Estados soberanos com os quais vive a atritar-se. A longa relação de dissensos inclui uma longa, sangrenta e inconclusiva guerra com o Iraque, nos tempos em que o Ocidente via Saddam Hussein como um personagem confiável.

Adotando uma diretriz de tolerância zero ante qualquer divergência face à sua cúpula dirigente, parta ela de um cidadão ou de um país, negando um fato histórico como o holocausto promovido pelos nazistas contra os judeus (e outros grupos étnicos ou comportamentais) e anunciando sua decisão de, tão logo tenha forças para tanto, riscar Israel do mapa, o governo de Teerã agora anuncia que o aumento da velocidade e índice de enriquecimento do urânio processado em suas usinas objetiva combater o câncer e melhorar as condições de vida da humanidade. Considerados os precedentes, merece ser acreditado?

Ao converter-se na única democracia a ouvir e aceitar de boa fé essa lenga lenga, o Brasil se distancia da comunidade internacional, num momento grave para a história da humanidade, em que só a união de todas as forças pode barrar o desvario nuclear iraniano.

. Por: Antonio Carlos Pannunzio, Deputado federal, membro da CCJ, foi líder de bancada e presidente do Diretório Estadual do PSDB/SP.

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