Resultado do BB comprova que instituição foi um baluarte da política anticrise, diz Mantega

Brasília - O resultado do Banco do Brasil divulgado no dia 26 de fevereiro (quinta-feira), é importante porque a instituição foi um dos principais baluartes da política anticrise que o governo adotou no ano passado, na a avaliação do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Ele também ressaltou a importância dos outros bancos públicos, que diante da crise adotaram medidas para aumentar o crédito a partir de setembro de 2008, início da crise, e estimular a economia.

Em 2009, o Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 10,15 bilhões, 15,3% a mais do que em 2008. O resultado correspondeu a uma rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido de 30,7%, com lucro por ação de R$ 3,95, ante R$ 3,44 do ano anterior.

O banco também liderou os repasses de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2009, com R$ 12,3 bilhões, além de ter sido o principal negociador no mercado de câmbio, com US$ 47 bilhões.

Segundo o ministro, o resultado demonstra que é possível fazer política anticíclica (adotar medidas adotadas para combater a crise) com responsabilidade e bom desempenho, além de deixar evidente que um banco público “pode concorrer com instituições privadas e até ter um resultado melhor”.

Ele enfatizou que durante a crise o BB pôde aumentar a oferta de crédito e manter as taxas de juros abaixo do patamar de outros bancos, revelando uma prática eficiente e que contrariou a posição de analistas, que especulavam sobre um provável prejuízo. Ele criticou instituições que, no passado, procuravam emprestar menos e cobrar taxas mais elevadas, ao contrário do que fez o BB durante a crise.

“A prática é muito salutar porque coloca um novo paradigma na economia brasileira. Estimula os bancos privados a fazer o mesmo. Vão ter que concorrer e buscar defender o seu mercado emprestando cada vez mais e a taxa menores, senão perderão para o concorrente [BB]”.

Bem-humorado, Mantega disse que não fez o anúncio para pregar que os bancos tenham cada vez lucros maiores, mas sim façam uma ação econômica positiva para o país com eficiência, obtendo lucro e atuando de forma adequada para o fornecimento de crédito no momento necessário.

O incremento do volume de crédito dos bancos públicos na crise até janeiro de 2010 chegou a 48%, enquanto os bancos privados nacionais foram responsáveis por 11,3% e os estrangeiros 4,2%.