Diretor detalha vantagens de Sociedades Garantidoras de Crédito

Diretor do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos fala no Paraná sobre os principais procedimentos para se montar uma dessas entidades.

Curitiba - O diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, esteve em Curitiba (PR), nesta segunda-feira (21), para uma conversa com representantes do Conselho Deliberativo do Sebrae no Paraná e do Conselho de Administração da Federação das Associações Comerciais e Empresarias do Estado do Paraná (Faciap) sobre a experiência das Sociedades Garantidoras de Crédito.

O encontro foi realizado com o intuito de sensibilizar e mobilizar forças representativas em todo o Paraná para a formação de Sociedades Garantidoras de Crédito como alternativa aos empresários de pequenos negócios de conseguir crédito junto a agentes financeiros, estimulando a produção, investimentos na área de inovação tecnológica, geração de emprego e renda.

O acesso ao crédito bancário é fundamental para o fomento, promoção e desenvolvimento das pequenas empresas. Com esses recursos abre-se uma oportunidade de crescimento para boa parte dos empreendedores que trabalham por conta própria, e que estão à margem do sistema financeiro. Uma Sociedade Garantidora de Crédito é uma associação civil sem fins lucrativos que tem por finalidade fornecer garantias e assessoria técnica para viabilizar o acesso ao crédito de seus associados.

Para a formatação dessas Sociedades, Carlos Alberto explicou que é necessário haver uma forte cultura associativa e de cooperação por parte da comunidade empresarial; a instituição de uma governança privada, ser multissetorial com a participação de atores locais, como o Poder Público, cooperativas, sindicatos e entidades de abrangência regional; ter um corpo técnico; ser financeiramente viável e ter credibilidade em relação a sua capacidade técnica.

"A Sociedade ajuda a resolver um problema que é a falta de garantias na hora do banco conceder o crédito. Com a sua formatação, uma análise do pedido de empréstimo será realizada e uma carta de aval será emitida ao agente financeiro, esse filtro é importante na hora da concessão do crédito. Os bancos têm interesse na formatação de sociedades garantidoras de crédito porque elas diminuem o risco de inadimplência", ressaltou.

Carlos Alberto explicou às lideranças quais seriam as seis etapas ideais para a implantação de uma Sociedade, o que na sua avaliação durará nove meses: 1. articulação, divulgação e discussão da idéia; 2. nova discussão sobre o tema, agora junto às associações e sindicatos; 3. diagnóstico socioeconômico na região; 4. elaboração de um plano de negócios, contendo planejamento a médio e longo prazo; 5. mobilização e instituição da Sociedade; 6. assembléia de fundação, com definição de diretoria e funcionários.

O diretor de Administração e Finanças do Sebrae no Paraná, Vitor Tioqueta, salientou que a vinda de Carlos Alberto ao Estado foi importante para discutir com entidades representativas as vantagens da formatação de Sociedades Garantidoras de Crédito. "O diretor trouxe o seu conhecimento no assunto, para que as entidades junto com os empresários percebam a oportunidade que uma Sociedade pode trazer para o desenvolvimento regional", assinalou Tioqueta.

Experiências - Na Europa, as Sociedades Garantidoras de Crédito surgiram da mobilização da classe empresarial, das instituições bancárias, de entidades comprometidas e do Poder Público. Elas funcionam como cooperativas, que, em vez de conceder créditos, garantem avais aos empreendedores junto aos bancos.

No Brasil, essa experiência é relativamente nova. Em funcionamento desde 2004, há apenas uma dessas entidades na região da Serra Gaúcha no Rio Grande do Sul. No Paraná, uma Sociedade vem sendo discutida com lideranças e empresários na região sudoeste e outra na região noroeste do Estado. | Mauro Frasson/Sebrae Nacional