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23/05/2007 - 09:50

Balanço de ações motiva celebração no Dia do Apicultor


Instituições ligadas a projetos para desenvolvimento da apicultura no País apontam resultados positivos que devem ser comemorados pelos apicultores.Os projetos apoiados pelo Sebrae estão na ponta em termos de produtividade e qualidade.

Brasília – Dia 22 de maio, comemora-se em todo o País o Dia do Apicultor. A atividade, que remonta ao ano de 2.400 a.C., no antigo Egito, gera no Brasil 450 mil ocupações diretas no campo e 16 mil nas indústrias de processamento e de insumos, materiais e equipamentos apícolas. Hoje, são 350 mil apicultores brasileiros. E o País ocupa a 11ª posição no ranking mundial de produção de mel.

Robson Souza, 46, trabalha nessa atividade há 29 anos. Segundo ele, o segredo é ter amor pelo trabalho com as abelhas. Isso Robson demonstra ter de sobra. Ele largou o emprego em empresa pública para ser apicultor. "O emprego era cômodo, mas preferi o trabalho apaixonante com as abelhas", diz.

O apicultor, do município de Faria Lemos (MG), cuida de 300 enxames de produção e ainda de 600 núcleos de fecundação de abelha rainha. Robson aponta que nesses anos de apicultura a maior dificuldade encontrada foi a comercialização do mel. "Esse era o nosso maior gargalo até a formação de uma cooperativa na região", ressalta. Para ele, os apicultores reunidos na Cooperativa Regional da Agricultura Familiar (Cooperafa) podem comemorar, neste dia, a legalização da comercialização do mel.

O diretor-presidente da Cooperafa, Jean Rocha, ressalta que ao longo dos seis anos de existência da cooperativa outras conquistas também foram alcançadas. Além de ampliar a base produtiva, a Cooperafa, com verba do Ministério da Integração, vai montar um laboratório físico-químico para pesquisas na área de interesse da cooperativa e pretende iniciar o geo-referenciamento dos produtores.

"Conseguimos também, com apoio do Sebrae, firmar contrato com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a entrega de mel em sachês", ressalta. Segundo Jean, a Cooperafa foi a primeira do Brasil a fazer esse tipo de entrega. Atualmente, essa cooperativa reúne 252 apicultores de três localidades diferentes: Zona da Mata Mineira (MG), Norte/Nordeste Fluminense (RJ) e Sul Capixaba (ES).

Desenvolvimento - As ações positivas para o desenvolvimento da apicultura no Brasil também são apontadas pelo presidente da Confederação Brasileira de Apicultura, José Cunha. Ele comemora o lançamento recente do site Brasil Apícola (www.brasilapícola.com.br), que será uma ferramenta a mais para o produtor. "Eu convido todos os apicultores a visitarem o site e fazerem a sua carteira nacional. Com esse cadastramento teremos argumentos fortes para pleitearmos o reconhecimento dessa profissão", ressalta Cunha.

Segundo Cunha, a apicultura hoje é uma atividade agrícola sem enquadramento específico. Isso dificulta, por exemplo, a aposentadoria. É esse o desafio que a CBA vai tentar superar nos próximos anos. Outra bandeira será o programa nacional de geo-referenciamento, que compreende o cadastro dos apicultores, a localização dos apiários e a rastreabilidade da produção. "Com essa ferramenta estaremos mais preparados para enfrentar o mercado e as suas exigências", afirma.

Os consultores da Unidade de Agronegócios do Sebrae e coordenadores nacionais da Rede Apicultura Integrada Sustentável (Rede Apis), Alzira Vieira e Reginaldo Resende, mostram que os números são positivos para a atividade no Brasil. Hoje o Sebrae atende com seus projetos 9.958 apicultores em 457 municípios de todas as regiões do País.

"Os projetos do Sebrae trabalham com uma produção total de 7,3 mil toneladas de mel por ano, o que corresponde a 21% da produção nacional", ressalta Reginaldo. A meta para 2008 é de 9,9 mil toneladas por ano. A consultora Alzira destaca que a produção média dos 46 projetos do Sebrae voltados para a apicultura é de 46 quilos de mel por colméia no ano. "Essa produção está acima da média nacional que é de 16 a 18 quilos por ano", diz Alzira. Nesses projetos também há a produção de 31 mil quilos de pólen e de 8,8 mil quilos de própolis por ano.

Mel indígena - No município de Conquista D'Oeste (MT) há quatro anos existe dedicação à atividade apícola. Para aproveitar a potencialidade apícola da região, o prefeito e também presidente da Federação das Entidades Apícolas de Mato Grosso (Feapismat), Walmir Guse, contratou técnicos para implantar a apicultura no município. Trabalhadores da zona rural e indígenas aprenderam o trato com as abelhas e há três anos formaram, com o apoio do Sebrae, um Arranjo Produtivo Local (APL) de Apicultura.

"O APL envolve 21 municípios do Estado e 220 apicultores, organizados em cooperativas e associações", diz Guse. Ele ressalta que as comunidades indígenas também ganharam muito com a apicultura, pois além de fonte de alimento, a atividade é geradora de renda. Segundo Guse, os índios Nhambiquara assimilaram bem esse tipo de produção porque o mel já era consumido bastante por eles.

"No Dia do Apicultor, os produtores da nossa região devem comemorar a evolução de forma organizada e coordenada dessa atividade", ressalta Guse. "Assim, estamos conseguindo comercializar o que é produzido", acrescenta.

Semi-árido - Outra conquista dos apicultores será o lançamento, em junho, da Central de Cooperativas Apícolas do Semi-árido (Casa Apis). Na Casa, haverá uma indústria de beneficiamento de mel e um centro tecnológico com laboratório para análise do produto. Na fábrica serão elaborados todos os produtos fracionados e derivados do mel.

A construção da Casa Apis já está concluída e as máquinas estão sendo instaladas. A Casa vai atender a 1,6 mil famílias do Piauí e do Ceará, reunidas em oito cooperativas. Esse empreendimento é resultado do trabalho conjunto da Fundação Banco do Brasil, Sebrae, Incubadora de Empreendimentos Solidários da Universidade Federal do Piauí, Rede UniTrabalho, Unisol Brasil, Agência Holandesa ICO e Agência de Desenvolvimento Usaid, dos Estados Unidos.

"Vamos agregar valor aos produtos da apicultura mantendo a qualidade e utilizando inteligência de mercado para competir", afirma o diretor-geral da Casa Apis, Antônio Leopoldino Dantas Filho, mais conhecido na região por Sitonho. Segundo ele, a Casa vai melhorar a renda do produtor, pois irá eliminar os intermediários do processo produtivo de mel. O empreendimento também vai auxiliar os apicultores a aplicarem técnicas mais modernas de manejo da produção.| Giovana Perfeito/Sebrae Nacional

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