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A ferrovia pede passagem

Dispor as grandes metrópoles de sistemas de transporte público compatíveis com as necessidades básicas da população e garantir, assim, a movimentação das pessoas de forma rápida, segura e eficiente é uma meta a se alcançar. Não existem, no entanto, soluções para essas metrópoles que não sejam as redes de transportes baseadas no sistema metroferroviário. Daí a necessidade de implantação de uma política de investimentos continuados e priorizados para esse sistema.

Devemos priorizar o transporte metroferroviário, incentivar e incrementar o seu desenvolvimento, e integrá-lo aos sistemas de ônibus com corredores exclusivos. São Paulo, apesar de contar com 328,6km de linhas férreas, sendo 58,6km de metrô e 270km de trens urbanos da CPTM, se verifica a necessidade urgente de ampliação desses sistemas. Está previsto que, até 2010, o Metrô/SP deverá ter 88,5km e a CPTM 296,3km, perfazendo um total de 384,8km de linhas férreas.

Já no transporte ferroviário de carga, os investimentos foram alavancados a partir de 1996, com a concessão das malhas ferroviárias. Isso possibilitou uma mudança em todo o cenário da indústria das empresas fabricantes de materiais e equipamentos. As encomendas de vagões foram retomadas, sendo que, em 2005, registramos produção recorde com quase 7 mil unidades fabricadas, e o faturamento, que era de R$ 180 milhões em 1996, atingiu R$ 2,5 bilhões em 2005.

De acordo com a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), a frota atual de vagões é de 72 mil unidades e a de locomotivas, 2,3 mil unidades e, os números do setor indicam que suas associadas são responsáveis pela criação de quase 30 mil empregos diretos e indiretos e por investimentos que superam R$ 9,5 bilhões. Ainda segundo a ANTF, as associadas planejam investir R$ 2,35 bilhões em 2006, fechando o ano com um crescimento entre 9% e 11% sobre o volume transportado em 2005, atingindo 435,7 milhões de toneladas (TU) e 245 bilhões de Toneladas-Quilômetro Útil (TKU).

Temos então dois universos diferentes sobre o mesmo modal, que por um lado carece de investimentos e uma política de transporte público de passageiros mais efetiva, enquanto o setor de transporte de carga caminha por conta própria após a privatização. Mais detalhes sobre esses dois cenários serão conhecidos no dia 23 de novembro, durante o Painel Ferroviário do Congresso SAE BRASIL 2006.

Inédito em congressos da SAE BRASIL, o Painel Ferroviário trará também assuntos técnicos que estão em pauta nas engenharias brasileiras e estrangeiras, como as tendências tecnológicas em anel anti-ruído para rodas ferroviárias e fabricação de trilhos para via permanente. Além disso, haverá apresentação da Unicamp sobre a contribuição da universidade na formação de profissionais que, com a crescente demanda por mão-de-obra qualificada, faz-se necessário a realização de cursos em níveis de especialização como o MBA que começa a ser ministrado no Senai Francisco Matarazzo, em São Paulo, fruto de aliança entre Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários), Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) e Cepefer (Centro de Estudos e Pesquisas Ferroviárias).

Outra iniciativa tomada para fomentar o desenvolvimento tecnológico das empresas fabricantes de materiais e equipamentos ferroviários e operadoras ferroviárias foi a criação do Comitê Internacional de Estudos Técnicos Metroferroviários, unidade autônoma sem fins lucrativos, idealizada pela MRS Logística, Simefre e a ANTF, para fornecer subsídios para o ABNT/CB06, Comitê Brasileiro de Normas Técnicas Metroferroviárias do qual o Simefre é a entidade mantenedora.

Este primeiro fórum ferroviário do Congresso SAE BRASIL será, portanto, um canal efetivo para mostrarmos que, para o desenvolvimento do País, necessitamos de um sistema ferroviário eficiente e integrado com os demais modais, permitindo assim que os nossos produtos sejam competitivos nos diversos continentes.

. Paschoal De Mario é diretor do Comitê Ferroviário do Congresso SAE BRASIL 2006 e assessor técnico do Simefre

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