Construção civil de SC busca parceria com espanhóis para suprir máquinas

A cooperação com o país Europeu tem o objetivo de suprir a demanda por equipamentos que estão em falta no Brasil.

Florianópolis - Para suprir o déficit de máquinas e equipamentos para a construção de obras residenciais e comerciais em Santa Catarina, a Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Construção Civil da FIESC propôs uma parceria com empresários espanhóis do segmento. Durante encontro realizado nesta segunda-feira (8), na sede da entidade, em Florianópolis, o presidente da Câmara, Hélio Bairros, afirmou que devido ao crescimento do setor no país, há demanda por uma série de máquinas que precisam ser importadas.

Em reunião com uma comitiva da região da Galícia, empresários catarinenses buscaram um acordo para trazer equipamentos como guindastes para movimentar materiais (a Espanha tem cerca de 900 para alugar) e andaimes. Segundo Bairros, hoje, o empecilho para importar equipamentos como estes é o alto custo de importação, que inviabiliza a operação, embora o equipamento esteja em falta no Brasil e seja de extrema importância para as construções. Para ele, uma possível alternativa para trazer os equipamentos seria firmar uma joint venture, possibilidade que o setor deve estudar agora.

O presidente da Câmara destacou que o aquecimento do setor é estimulado por programas governamentais como o "Minha Casa, Minha Vida", além da oferta de crédito para habitação. Em dezembro de 2009, só nos municípios de Florianópolis, Palhoça e Içara a Caixa Econômica Federal desembolsou R$ 37,8 milhões para a execução de obras no âmbito do programa "Minha casa, Minha Vida".

Pelo fato de ter sido um setor que por muitos anos ficou estagnado, com o crescimento repentino vieram também os desafios - principalmente no quesito qualificação profissional. A atividade, que no ano passado criou cerca de 3,3 mil postos de trabalho no estado, está desenvolvendo políticas de educação em conjunto com o SENAI para garantir que o estado não venha sofrer falta de trabalhadores qualificados. "Hoje, Santa Catarina tem déficit de trabalhadores, do servente ao engenheiro", alertou Bairros. Por isso, uma das saídas é investir também em tecnologia, especialmente em um segmento dinâmico como esse, disse.

Construção na Espanha: A secretária-geral da Câmara de Comércio e Indústria da cidade de Pontevedra, Charo Torinzo, explicou que há muito interesse em firmar parcerias com o estado - não apenas na construção civil, mas também na área de construção naval e aquicultura.

Segundo ela, a Espanha definiu mercados prioritários para relações comerciais, e o Brasil está entre eles. Charo afirmou que a Galícia, ao contrário de Santa Catarina, não tem perfil exportador, mas a província quer quebrar esta "inércia", pois vê na internacionalização das empresas uma oportunidade para crescer.

A secretária disse que a Espanha tem muito conhecimento na área da construção civil, pois, por muitos anos este segmento impulsionou o crescimento do país. Como nos últimos quatro anos a atividade vem desacelerando, os empresários estão buscando parcerias para seguir expandindo. | www.fiescnet.com.br