Obras no Canal do Panamá estimadas em US$ 5,2 bi atraem empreiteiras à FIESP

São Paulo - A licitação para obras de expansão do Canal do Panamá, estimadas em 5,25 bilhões de dólares, atrairá algumas das maiores empreiteiras brasileiras, assunto que será tratado no dia 24, num encontro com o presidente panamenho, Martin Torrijos Espino, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).

Dois grupos com sócios brasileiros disputam a concorrência para dobrar a capacidade anual de tonelagem no canal, em um processo aberto em 6 de maio e cujo encerramento está previsto para 29 de junho.

Um dos consórcios conta com a participação da Odebrecht e o outro inclui na mesma associação Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez, além de empresas estrangeiras.

"A perspectiva é de formação de grupos porque as exigências do edital são bem elevadas... A gente está preparado para uma guerra, uma disputa bem acirrada", disse o presidente da Camargo Corrêa internacional, Carlos Fernando Namur, à Reuters.

O executivo afirmou que, apesar de a Camargo Corrêa ainda não ter negócios no Panamá, a empresa abriu um escritório no país e já conversou com o presidente Espino em outras oportunidades, principalmente pela possibilidade de disputar a licitação do canal unindo os oceanos Atlântico e Pacífico.

"Esse nível de obra é de tal complexidade que é um nicho muito pequeno de empresas que pode participar. Numa pré-qualificação devem ficar sete grupos. Aí a competição será eminentemente técnica e de melhor preço", completou.

Segundo ele, é provável que haja na disputa mais consórcios: um japonês, integrado pela Mitsubishi, outro franco-alemão com diversas empresas, um espanhol e mais dois norte-americanos.

Procurada, a Odebrecht informou por meio de sua assessoria que não se manifestaria sobre o assunto.

No ano passado, cerca de 14 mil embarcações passaram pelo Canal do Panamá. A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) espera que as obras de expansão comecem no final deste ano.| Por Maurício Savarese/Reuters