Pentecostes ontem, hoje e sempre

Os judeus antigos já celebravam a festa de Pentecostes, cinqüenta dias depois da Páscoa. Era a festa das colheitas e também da celebração dos Mandamentos que Deus tinha dado a Moisés nas duas tábuas da Lei.

Cinqüenta dias depois da Ressurreição de Jesus, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi enviado por Cristo sobre os Apóstolos reunidos com a Virgem Maria no Cenáculo, que há nove dias aguardavam a sua chegada em oração, por ordem de Jesus. Foi a primeira Novena que houve na história da Igreja – e daí nasceram as outras.

Antes de sua Ascensão ao Céu, Jesus mandou que os discípulos aguardassem em Jerusalém, a chegada do “Poder do Alto”. Naquela manhã de Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja nascente, dando-lhe vida, coragem e inspiração. Pedro e os apóstolos que estavam trancados no Cenáculo, com medo dos judeus, de repente abriram as portas da Casa e começaram a pregar corajosamente, com tal poder e inspiração, que povos de vários lugares (persas, medos, elamitas...) que se encontravam em Jerusalém para celebrar a Páscoa judaica foram tocados pela graça de Deus.

Nos Atos dos Apóstolos, Lucas relata que naquela manhã cerca de três mil judeus e pagãos foram batizados. Nascia a Igreja católica no poder do Espírito Santo que Jesus tinha prometido aos Apóstolos que lhes enviaria tão logo penetrasse na glória do Pai. E, no poder do Espírito Santo, a Igreja caminhou até hoje, e continuará sua caminhada.

Nada nem ninguém conseguiu destruir a Igreja, porque o Espírito de Jesus a mantém viva. Nem mesmo os pecados dos filhos da Igreja, em todos os tempos de sua história, conseguiram acabar com a sagrada Instituição. Por entre as fraquezas dos homens, o Espírito Santo atua de maneira permanente.

Hoje há um novo Pentecostes na Igreja, da mesma forma que houve no seu início: milhares de homens e mulheres se unem para viver o cristianismo em centenas de Comunidades de vida e de aliança, cujo único desejo é testemunhar Jesus Ressuscitado, vivo e presente na Igreja. Os grupos de oração, cenáculos do século XXI, multiplicam-se aos milhares pela face da terra.

Impressiona a força evangelizadora dessas comunidades, especialmente as formadas por jovens que deixam tudo para servir apenas a Deus. Esses grupos se lançam a serviço de outros jovens, dos pobres mais abandonados, ao cuidado dos drogados e alcoólatras, dos velhos e das crianças carentes, movidos pelo fogo desse novo Pentecostes. Renova-se a Igreja, renova-se o catolicismo, enchem-se novamente os seminários de vocações autênticas. É o mesmo Pentecostes de ontem, de hoje e de sempre.

. Por: Prof. Felipe Aquino é teólogo e apresentador dos programas Escola da Fé e Trocando idéias, na TV Canção Nova (www.cancaonova.com)