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18/03/2010 - 09:21

Manifestação ajudará na derrubada da emenda Ibsen, apostam deputados


A convocação feita pelo governador Sérgio Cabral e apoiada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio, deputado Jorge Picciani (PMDB), venceu até mesmo a chuva e fez com que, no dia 17 de março (quarta-feira), de acordo com cálculos da Polícia Militar, 120 mil pessoas fossem à Avenida Rio Branco, no Centro da capital fluminense, para manifestar seu apoio à passeata "Contra a covardia! Em defesa do Rio". Todos, inclusive diversos deputados estaduais, fizeram questão de mostrar sua indignação contra a aprovação da emenda federal, do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB/RS), que retira a maior parte dos royalties do petróleo e gás do estado. "A mobilização vai do trabalhador mais humilde até os mais importantes notáveis. Temos uma mudança substancial, que é do modelo de concessão para partilha, e isso já vai tirar muita coisa do Rio. Por isso, tirar coisas que já são consagradas do orçamento é um crime contra a população do Rio", declarou Picciani.

A caminhada, que teve concentração na Candelária, começou por volta das 16 horas. Uma das primeiras a chegar à Rio Branco, a deputada Cidinha Campos (PDT) participou do evento acompanhada pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi. "Neste momento, sou capaz de dar a mão ao capeta para defender o Rio. Para manter os recursos do pré-sal no estado, os esforços não podem ser medidos. Montamos uma seleção em defesa do nosso estado, com políticos e artistas, e, em nome da população fluminense, vamos esquecer as diferenças e batalhar pela defesa do Rio", disse ela. Do mesmo partido, o presidente da Comissão de Trabalho da Alerj, deputado Paulo Ramos, mostrou-se preocupado com a retirada de recursos de mais de R$ 7 bilhões dos cofres do estado: "Um rombo desse pode afetar a oferta de emprego em diversas cidades fluminenses".

Para o governador Sérgio Cabral, que falou em coletiva à imprensa no interior da Câmara Municipal, a demonstração de cidadania dada pelos presentes deu o tom da manifestação: "As milhares de pessoas que vieram até aqui debaixo dessa chuva deram uma demonstração de amor ao estado, numa união de cidadania, sem politizar. O recado está dado", disse ele. A decisão de "despolitizar" o evento, fazendo dele uma celebração artística, foi anunciado logo no início do show, pelo prefeito Eduardo Paes. "Decidimos que esta não seria uma festa de discursos, mas uma festa com a cara do Rio, com muita música e demonstrações de generosidade". "Contrariamos quem achava que este seria um ato político-eleitoreiro, mostramos que a intenção era mesmo de fazer uma manifestação plural em defesa do Rio", disse o líder do Governo na casa, deputado Paulo Melo (PMDB).

Na opinião do deputado Rodrigo Dantas (DEM), a manifestação mostra, mais uma vez, que o povo do Rio unido fará a diferença. "Estamos presenciando um dia de defesa do estado e a demonstração de que o cidadão fluminense tem opinião própria. O nosso estado está mostrando ao Brasil e ao Governo federal que estamos insatisfeitos com a emenda apresentada", avaliou. Presidente da Comissão de Cultura da Alerj, o deputado Alessandro Molon (PT) disse temer que faltem recursos para os equipamentos culturais em todo o Rio. "O nosso trabalho consiste em fazer com que a cultura receba uma atenção maior do poder público. Sem o dinheiro dos royalties, sabemos que as verbas que são alocadas nesse setor poderão ser seriamente afetadas", apontou. Para o presidente da Comissão de Tributação da Casa, deputado Luiz Paulo (PSDB), a passeata deixou claro para o País que o Rio não está satisfeito com a Emenda Ibsen. "A manifestação está crescendo a cada minuto! É um protesto contra a violência e o roubo que sofre o Rio de Janeiro", avaliou.

"Da indignação à esperança. É o que esta manifestação popular representa. A população do Rio de Janeiro sabe o que é melhor para seu estado", considerou o parlamentar Nilton Salomão (PT). Para o presidente da Comissão de Economia da Alerj, deputado André Corrêa (PPS), a manifestação popular é capaz de reverter a decisão da Câmara Federal. "A população do Rio entendeu a importância dessa mobilização de uma maneira muito forte. Hoje conseguimos reunir aqui empresários, sindicalistas, profissionais liberais, estudantes e a classe política, em prol da mesma causa. E é essa movimentação, somada aos atores políticos de todos os partidos, que vai permitir a gente reverter essa situação", avaliou Corrêa. Já para o representante do município de Campos dos Goytacazes, Wilson Cabral (PSB), o evento terá o poder de mostrar aos senadores a mobilização da população contra "a covardia que esta emenda representa". "O Senado, como casa revisora, vai corrigir esta barbárie", aposta. "O Senado tomará a decisão sensata em resposta à demonstração de união dada aqui hoje", concordou o colega Edson Albertassi (PMDB).

O impacto da redução da receita para ações de preservação do Meio Ambiente voltou a ser discutido durante a passeata. Reafirmando o que disse recentemente, o ministro do Meio Ambiente e deputado licenciado Carlos Minc classificou a emenda como irresponsável. "Se tiver um acidente aqui, o impacto ambiental não será no Mato Grosso", salientou ele. "Será desastroso para o nosso meio ambiente", sentenciou o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Alerj, deputado André Lazaroni (PMDB). Embora tenha classificado a alteração como "mico federal", Minc disse que o presidente Lula se comprometeu a vetar a emenda.

A manifestação também contou com caravanas de cidades do interior que serão diretamente afetadas com o fim de parte do repasse dos royalties, dentre elas Campos dos Goytacazes, Rio das Ostras, Angra dos Reis, Nova Friburgo e Petrópolis. De acordo com o Governo do estado, 13 mil pessoas de fora da capital participaram da passeata. Sessenta ônibus saíram do município de Macaé, no Norte Fluminense para participar do protesto. Assessor da Secretaria de Meio Ambiente do município, Eduardo Oliveira classificou como vital a participação da população de todo o estado. "A cidade de Macaé deixou de ser uma cidade de pescadores para se tornar uma cidade petrolífera. Com isso sofremos muitos impactos ambientais, então não é justo agora perdermos a nossa compensação. Hoje a população está aqui, unida, para mostrar que não está satisfeita", afirmou Oliveira.

Logo que a multidão chegou à Cinelândia, políticos, personalidades e artistas juntaram-se em um palco em frente à Câmara de Vereadores. Também estiveram na manifestação os parlamentares Dionísio Lins (PP), Aparecida Gama (PMDB), Anabal (PHS), Marcelino D'Almeida (PMDB), Gilberto Palmares (PT), Graça Matos (PMDB), Ronaldo Medeiros (PSB), Armando José (PSB), João Pedro (DEM), Sula do Carmo (PMDB), Jorge Babu (PTN), Nelson Gonçalves (PMDB), Marcelo Simão (PSB), Coronel Jairo (PSC), Alessandro Calazans (PMN), Comte Bittencourt (PPS), Inês Pandeló (PT), Dica (PMDB), Domingos Brazão (PMDB), Fernando Gusmão (PC do B), Flávio Bolsonaro (PP), Pedro Fernandes (PMDB), Jodenir Soares (PT do B), Marcus Vinícius (PTB), Roberto Dinamite (PMDB), Rogério Cabral (PSB), Sabino (PSC), Tucalo (PP) e Wagner Montes (PDT). No final, houve um show com a participação de Neguinho da Beija-Flor, Fernanda Abreu, Toni Garrido e Xuxa, entre outros.[www.alerj.rj.gov.br]

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