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19/03/2010 - 07:30

Angiologistas discutem como reduzir amputações

Quase dois mil pessoas sofreram esse tipo de intervenção na rede pública do Rio por problemas vasculares nos últimos dois anos. SBACV-RJ indica prevenção com hábitos saudáveis e acompanhamento médico.

Apesar dos avanços na medicina, ainda há pessoas sendo amputadas por complicações na circulação sanguínea. E não são poucas. Para se ter uma ideia, somando os dados de 2008 e 2009, 1849 passaram pelo procedimento nos hospitais públicos do Estado do Rio. Somente em janeiro de 2010, foram 84. O que está faltando para diminuir essa estatística? Por conta da gravidade do assunto, este é um dos temas apresentados e discutidos no 24º Encontro de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro por especialistas nacionais e internacionais. Ele ocorre entre os dias 18 e 20 de março, no Windsor Barra Hotel & Congressos.

Avanços no mundo - Estima-se que mais de 90% dos pacientes com gangrena poderiam evitar a amputação ou limitá-la a uma parte do pé, se tivessem se tratado antes de chegar a esse estágio de morte do tecido. O especialista Marc Bosiers, chefe do Departamento de Cirurgia Vascular do General Hospital Saint Blasius, da Bélgica, irá apresentar sua experiência em tratamento inicial de gangrena e úlceras em estado avançado com intervenção endovascular. Trata-se de operação dentro da aorta com uso de cateteres. Bosiers observa uma baixa taxa de eventos adversos em relação ao procedimento convencional e avalia que a tecnologia nessa área está em evolução promissora. Já o cirurgião vascular John Hallet, do Roper Hospital, dos Estados Unidos, irá falar sobre o novo papel dos transplantes de medula óssea na isquemia crítica, que é a extrema falta de circulação na perna.

Brasil deve oferecer mais próteses - Há uma questão social importante que também deve ser levada em conta. “Nos EUA, quando há uma necrose no pé, por exemplo, os médicos amputam até a coxa e o paciente no dia seguinte recebe uma prótese. No Brasil, infelizmente, apenas 10% chegam a receber esse benefício e os outros ficam restritos ao leito”, compara Rossi Murilo. Todo cidadão que sofre esse procedimento tem direito a receber uma prótese pelo SUS. “Entretanto, a média de próteses oferecidas no Rio de Janeiro é de 40 por ano. Somente em 2009 foram amputadas 914 pessoas”, completa o angiologista e cirurgião vascular Paulo Márcio Canongia, que irá apresentar no 24º Encontro os obstáculos que devem ser vencidos no Brasil para se diminuir a necessidade dessa intervenção, as novas terapias e o que está sendo feito no país.

Prevenir é sempre o melhor - A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ) recomenda que doenças de base, como o diabetes, a hipertensão, o tabagismo e o colesterol, por exemplo, sejam controladas, porque elas podem levar à isquemia crítica. Para isso, indica uma vida saudável, com atividade física regular e consumo de alimentação balanceada, com frutas, legumes e verduras. “Essa é a melhor forma para se evitar a obstrução nas artérias, chamada de aterosclerose. Para avaliação da saúde vascular, é preciso consultar um especialista na área desde o início dos primeiros sintomas de dor nas pernas ao caminhar”, ressalta Canongia.

Como evolui para amputação - Geralmente, tudo começa com a chamada claudicação intermitente: “Ao caminhar, a pessoa sente dor na panturrilha e precisa parar. Quando volta a andar, a dor recomeça”, explica o angiologista e cirurgião vascular Paulo Marcio Canongia. Com o agravamento da obstrução arterial, o fluxo sanguíneo é reduzido gradativamente e a distância que o paciente consegue andar vai diminuindo proporcionalmente. Tem início a isquemia crítica, que é a situação máxima de falta de circulação. “Com a dor contínua no local, mesmo em repouso, o quadro pode evoluir para ferida e, por fim, para a gangrena”, conclui.

Atualmente, além das intervenções convencionais para o desentupimento da artéria da perna, estão sendo feitas angioplastias. Um stent, que é uma espécie de mola, fica definitivamente no lugar da dilatação e garante o fluxo de sangue. “O especialista avalia qual a melhor opção em função do risco cirúrgico, idade, expectativa de vida, disponibilidade de safena, grau e extensão da lesão, entre outras”, diz Canongia. Se esse tipo de procedimento não for realizado, haverá morte do tecido e será preciso amputar. Quanto mais cedo procurar um médico, melhores serão as chances do paciente em manter a perna.

Angiologistas se reúnem na Barra - Entre os dias 18 e 20 de março, ocorre na Barra da Tijuca o 24º Encontro de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro. Especialistas nacionais e internacionais irão apresentar e discutir temas atuais da área, controvérsias e aplicabilidade clínica. Organizado e coordenado pela SBACV-RJ, é presidido pelo angiologista e cirurgião vascular Manuel Julio Cota. [www.sbacvrj.com.br]

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