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23/03/2010 - 11:43

Vale a pena ter um sócio investidor numa PME?

Especialista aponta cuidados e vantagens para pequenas e médias empresas que podem atrair fundos de investimento interessados no crescimento do Brasil.

O momento da economia brasileira é propício para o crescimento de pequenas e médias empresas que estão ligadas a setores promissores, como produtos de consumo, automotivo, petróleo, construção, educação e saúde. E os investidores nacionais e estrangeiros estão em busca de negócios que podem oferecer boas oportunidades de retorno. Parece o casamento ideal! Mas os empreendedores precisam ter cuidado: enxergar os fundos de private equity e de venture capital simplesmente como fonte de recursos de baixo custo é um equívoco.

"Devido ao risco envolvido no investimento, na realidade, esses fundos buscam rentabilidades mais altas, em termos de retorno sobre o capital investido, do que os empréstimos tradicionais, que também podem financiar o negócio", explica Roberto Amatuzzi, sócio da Excelia, empresa especializada em gestão financeira para PMEs em crescimento.

Segundo ele, as contribuições da entrada de um sócio institucional numa PME vão muito além dos recursos aportados, mas representam um desafio para o empreendedor e seus sócios atuais. "O fundo participa intensamente da gestão, contribuindo para a revisão da estratégia e fazendo implantar (ou fortalecer) uma cultura de medição contínua de desempenho e de melhoria de performance econômica e financeira do negócio", diz Amatuzzi, que foi executivo financeiro de grandes empresas, como a Lopes, e agora dedica-se a promover transformações em organizações de menor porte.

O diretor da Excelia ressalta outra vantagem de ter um fundo como sócio: estreitar o relacionamento na comunidade empresarial, seja entre clientes das carteiras de investimentos, de outros fundos semelhantes ou até no mercado internacional. "O fundo é também um catalisador de crescimento da empresa, ao instaurar uma agenda acelerada de realizações, uma vez que ele tem o objetivo claro e previsto de sair do negócio para realizar seus lucros", afirma.

Entretanto, alerta Amatuzzi, essas contribuições trazem algumas exigências: "Os sócios precisam dividir as decisões, profissionalizar a gestão, prestar contas das atividades e estar sujeitos a críticas quanto à qualidade da gestão dos negócios. Ou seja, a empresa deve passar por uma mudança para outro patamar de tamanho, consistência administrativa e sofisticação empresarial".

É neste ponto que podem surgir problemas. "Muitas das empresas que são candidatas a receber um investimento de fundo de private equity ou de qualquer investidor institucional têm uma gestão familiar, em que pessoas de confiança, como parentes e amigos, são mais importantes do que os processos que viabilizam as decisões de bons profissionais com base em dados e fatos", adverte o especialista.

Amatuzzi orienta os empreendedores que pretendem crescer com a capitalização de um investidor institucional: "É preciso que a gestão se transforme. Processos escaláveis, governança, alçadas de decisão, delegação de responsabilidades, definição e avaliação de metas devem passar a fazer parte do dia a dia do negócio. Os empresários que entendem o papel do novo sócio como uma alavanca do crescimento e de rentabilidade são largamente beneficiados".

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