Estresse profissional

A palavra estresse pode ser interpretada como pressão, tensão ou insistência. Portanto, estar estressado quer dizer "estar sob pressão" ou "estar sob a ação de estímulo insistente". Chama-se de estressor qualquer estímulo capaz de provocar o aparecimento de um conjunto de respostas orgânicas, mentais, psíquicas e/ou comportamentais relacionadas com mudanças fisiológicas estereotipadas, que acabam resultando em hiperfunção da glândula suprarenal e do sistema nervoso autônomo simpático.

Essa resposta, em princípio tem como objetivo adaptar o indivíduo à nova situação gerada pelo estímulo estressor, e o conjunto delas, assumindo um tempo considerável é chamado de estresse. O estresse é essencialmente um grau de desgaste no corpo e na mente, que pode atingir níveis degenerativos.

O fato de estar nervoso e agitado podem ser percepções de aspectos subjetivos de estresse. Contudo, o estresse não implica necessariamente numa alteração mórbida. A vida normal pode também acarretar desgaste na máquina do corpo. O estresse pode ter valor terapêutico, como é o caso no esporte e no trabalho, desde que exercidos moderadamente.

O stress produz modificações na estrutura e na composição química do corpo, e quando isso ocorre, entra em ação o mecanismo de defesa do organismo contra o estimulo estressor. Hans Selye denomina esta reação de Síndrome Geral de Adaptação. Para ele, ela se desenvolve em três fases: a de alarme, a de resistência e a fase de exaustão. Assim, se esse profissional estiver diante de ação estressante intensa e prolongada, poderá ter maior predisposição ao desenvolvimento de doença psicossomática.

O estresse tem sido associado a sensações de cansaço, desconforto, ansiedade, insegurança e medo, sendo cada vez maior o número de pessoas que se dizem estressadas. Ele é quase sempre visualizado como algo negativo que ocasiona prejuízo ao desempenho laborativo do indivíduo.

Segundo especialistas, o estresse é um processo psicológico e a compreensão dos elementos estressantes é afetada por variáveis cognitivas. Não é a situação em si, nem a resposta da pessoa que define o stress, mas a percepção do indivíduo sobre a situação.

Atenção especial tem sido dada aos chamados estressores ocupacional, ou seja, tensões e problemas advindos do exercício prolongado de uma atividade profissional. Nesse sentido, várias são as profissões que, com o passar do tempo, por sua própria natureza e característica, revelam-se favoráveis ao surgimento do estresse.

Entre elas, chama-se a atenção para a atividade desenvolvida pelos policiais (militares, civis etc.), que possuem a incumbência de zelar pela preservação da ordem pública e a segurança do cidadão. Por estarem diuturnamente diante de situações adversas e colocarem em risco sua vida em beneficio de outrem, além da excessiva jornada de trabalho, estão propensos a serem acometidos desse mal.

Esse estresse ocupacional revela que é de natureza perceptiva, resultado da incapacidade de lidar com as fontes de pressão em decorrência do ambiente de trabalho. Inclusive, provoca conseqüências na saúde física e mental, comprometendo a vida profissional e familiar do indivíduo.

O policial militar como mediador de conflitos, precisa ter, necessariamente, equilíbrio emocional e psicológico, para atuar de forma imparcial e dentro da legalidade no atendimento a solicitação pública, e não ser mais uma vitima que precisa de ajuda.

A estes profissionais, entre outras categorias, devem ser dispensadas atenção e condições favoráveis e adequadas de trabalho, pelas autoridades administrativas e públicas de nosso País, para desempenharem com êxito esta árdua missão constitucional e social.

. Por: Eduardo Veronese da Silva, Subtenente da PMES, Bacharel em Direito – FABAVI/EA, Licenciatura em Educação Física – UFES.Instrutor do Programa Educacional de Resistência às Drogas – PROERD. | Email: [email protected]