Embalagens sustentáveis da Amazônia garantem qualidade de vida em Rondônia

População ribeirinha produz peças a partir de materiais exóticos da região.

Produtos naturais da Amazônia agora vêm como enfeites em embalagens para presentes. É o que as comunidades ribeirinhas vêm produzindo para garantir o sustento das famílias que vivem às margens do Rio Verde, em Rondônia. O inusitado projeto é uma parceria das associações Amar Rio Verde e AmoJamari, organizações sem fins lucrativos que trabalham para a conscientização e fiscalização dos rios do baixo Madeira.

Sem interferir no ciclo natural da fauna e flora amazônica, as embalagens sustentáveis da Amazônia, como são chamadas, são embrulhos 100% ecológicos, feitos de papel craft reciclado. Entre os enfeites, é possível encontrar materiais exóticos e típicos da região amazônica como cipó cururu, ambé, titica, casca de cupurana, sementes de pau-brasil, de seringa barriguda, tento, taquari, palmeira taboquinha, talos de açaí, abacaba, fibras de babaçu , butiti e juta, e até escama de pirarucu.

Graças à parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), os produtos podem ser adquiridos por empresários locais, principalmente vindos de Porto Velho, e assim ajudam as populações ribeirinhas na geração de trabalho e renda. Izabel Cristina, gerente de projetos socioambientais da Sedam e quem coordena a divulgação da iniciativa, ressalta que a proposta é "despertar na comunidade o interesse pela consciência ambiental, além de valorizar o potencial da floresta".

A Associação Amar Rio Verde está localizada às margens do Rio Verde, afluente do Rio Jamari, próximo ao Distrito de São Carlos, no baixo Madeira. O grupo existe há nove anos e desenvolve trabalhos de conscientização e fiscalização dos rios na região.

Com população de 1,4 milhões de habitantes, Rondônia é Estado que mais cresce no Brasil, além de ser o terceiro mais populoso e de maior densidade demográfica entre os estados da Região Norte. São 52 municípios entre os quais se destacam Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal, Vilhena e a capital Porto Velho. Da área total de 237 mil km², 85% tem potencial produtivo, segundo a Embrapa. Além do crescimento econômico sustentado principalmente pela agropecuária, duas hidrelétricas em construção sobre o Rio Madeira - Santo Antônio e Jirau - respondem pela geração de 30 mil empregos até 2019.