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30/03/2010 - 08:47

A neta da maharani, Maha Akhtar


(…) “Já era noite alta e eu continuava no escritório da CBS, na sala de Dan Rather, do noticiário 60 Minutes. Segurava o telefone entre o ombro e a cabeça enquanto esperava para falar com Julia Callaghan, encarregada do registro civil de Sydney, Nova Gales do Sul, Austrália.”

(…) “Dan Rather poderia ter ido diretamente para o panteão em que repousam Edward R. Murrow, Charles Collingwood, Eric Severeid e outros jornalistas lendários do rádio e da televisão, não fosse o protagonista do escândalo jornalístico envolvendo o presidente Bush na Guarda Nacional.”

(…) “No final, depois de mais de seis meses, duzentas e quarenta e duas cartas, sessenta e cinco e-mails e incontáveis ligações telefônicas, voltei para casa em uma noite fria de novembro depois de saber que não tinha nascido na Austrália.”

Maha Akhtar, então diretora da CBS Communications – canal de notícias da rede norte-americana CBS – se surpreendeu ao ver recusado o pedido de uma nova via de sua certidão de nascimento, documento necessário à renovação do passaporte. Na busca por sua verdadeira identidade, descobre que não havia nascido na Austrália, como acreditava. Uma pista indicou um possível parentesco com Ajit Singh, filho de Anita Delgado, jovem bailarina espanhola, e de Jagatjit Singh, um dos marajás mais ricos da Índia do início do século XX. Esse foi o ponto de partida para uma longa saga em busca da própria origem, que resultou na obra “A neta da Maharani: a história real da neta de Anita Delgado, a princesa de Kapurthala”, lançado no Brasil pela Primavera Editorial e que ocupa a sétima posição na lista espanhola dos livros mais vendidos de não-ficção.

A jornalista – que atuou como assistente da banda The Cure e que durante 15 anos foi o braço direito do jornalista Dan Rather, acompanhando-o em entrevistas antológicas com Fidel Castro, Bill Clinton e Saddan Hussein, entre outros – chega ao Brasil, em 29 de abril, para divulgar livro em São Paulo e no Rio de Janeiro. O agendamento de entrevistas pode ser solicitado a partir de 29 de março de 2010 no e-mail [email protected]. Fluente em seis línguas, Maha Akhtar pode conceder entrevistas em inglês, espanhol e francês; a autora fala, também, hindi, árabe e italiano.

Em 2005, aos 40 anos, Maha Akhtar descobre um segredo que envolvia as últimas gerações de mulheres de sua família; um segredo que fez desmoronar toda a árvore genealógica da autora. Na autobiografia “A neta da Maharani: a história real da neta de Anita Delgado, a princesa de Kapurthala”, a jornalista detalha o resgate de experiências familiares e femininas que o tempo tentou apagar. Em três gerações e um século completo, o relato traz a história de quatro mulheres admiráveis – avó paterna, avó materna e mãe da autora, respectivamente –, marcadas por amores secretos: Anita Delgado, uma bailaora espanhola que aos 17 anos se casou com o marajá de Kapurthala, na Índia; Laila, uma mulher libanesa independente e à frente de seu tempo; Zahra, que cometeu o erro de se apaixonar por Ajit, filho de Anita Delgado e do marajá; e Maha, que busca a verdadeira identidade em uma viagem que começa em Nova York, passa pela Europa e chega à Índia. A descoberta de Maha Akhtar culmina com um período profissional conturbado, quando vem à tona uma crise envolvendo o governo de George Bush, que precipitou a saída de Dan Rather da CBS.

Superadas as intempéries da infância – educada nos rigores do islamismo – e da descoberta da verdadeira origem, Maha Akhtar se tornou uma dançarina notável de flamenco, sendo integrante da companhia de Manuela Carrasco, com a qual viaja o mundo, dançando com Rafael Amargo. Embora tenha uma agenda lotada de apresentações, Maha não abandonou o jornalismo e atualmente é colaboradora do Departures – uma das publicações de maior destaque do American Express Publishing Group of Magazines –, e atua como articulista do jornal The Times, na Índia. A escritora mora em Nova York, Sevilha e Nova Délhi. “A neta da maharani”, livro que marca a estreia de Maha Akhtar na literatura, é um recorte de um momento da vida da jornalista; uma vida intensa e cheia de aspectos fascinantes. “Confissões”de Maha Akhtar

Dan Rather… “Foi uma honra e um privilégio trabalhar para Dan Rather, um ícone do jornalismo nos Estados Unidos. Os 15 anos que trabalhei com ele foram os mais emocionantes de minha vida – acompanhei, em primeira mão, os grandes acontecimentos do mundo. Fui para Bósnia e Afeganistão; estive na famosa entrevista de Dan com Saddam Hussein, em 2002. Em 11 de setembro, no atentado a Oklahoma, fui várias vezes à Casa Branca e conheci o presidente Bill Clinton e Hillary Clinton; conheci o presidente George Bush; estive em todas as convenções políticas; conheci as principais figuras da vida pública dos Estados Unidos, sem falar dos chefes de Estado de outros países. Meu momento favorito foi quando Fidel Castro veio a Nova York e esteve na CBS News para conhecer o Dan Rather. Estava emocionada com a possibilidade de vê-lo com o uniforme verde oliva, mas se apresentou com terno preto Valentino, a barba feita e o cabelo penteado para trás, com gel. Fidel Castro trouxe charutos cubanos para Rather, que o presenteou com um taco de beisebol, assinado pelos jogadores do New York Yankees.”

Anita Delgado, a avó paterna espanhola - “Anita Delgado é, para mim, a mulher que deu à luz Ajit Singh; uma personagem secundária no meu mundo, não uma protagonista. Dito isto, acho que foi uma mulher extraordinária que teve a coragem, com apenas 16 anos, de deixar para trás família, casa e toda uma vida para viajar para o outro lado do mundo com um homem que não conhecia muito bem; um homem cuja vida e cultura conhecia ainda menos. Ainda hoje nos parece extremamente difícil o que Anita fez há 100 anos! Ela foi uma pioneira, uma das poucas mulheres que se atreveram a estender uma ponte entre o enorme fosso que separa o Ocidente do Oriente. E, para seu mérito, isso funcionou por pelo menos duas décadas. O que eu admiro nela é a sua determinação e coragem, seu senso de aventura.”

Laila, a avó materna libanesa - “Laila é minha heroína! Foi uma mulher moderna que para seu infortúnio nasceu em uma época e dentro de uma cultura que não aceitava sua maneira de pensar ou agir. Era linda, inteligente e independente. Queria viver de acordo com as suas próprias normas e ficar à parte do que a sociedade ditava. Laila não se importava com o que as pessoas diziam quando se vestia como uma ocidental – bebia champanhe e fumava o narguilé sem se esconder. Às vezes, eu acho que fazia somente para “chocar” as pessoas, pois tinha consciência de como podia irritar as pessoas; Laila era intencionalmente exuberante e adotava uma postura escandalosa para provocar uma reação maior da sociedade. Era uma mulher espetacular, que não estaria deslocada no mundo contemporâneo.”

Zahra, a mãe mulçumana - “Zahra é uma figura trágica. Viveu superprotegida, sempre à sombra de uma personalidade forte e determinada, que era sua mãe, Laila. Quando foi enfrentar o mundo sozinha, não era madura nem sofisticada o bastante para cuidar de si mesma. Minha mãe viveu algemada, incapaz de ajudar a si mesma ou a mim. Mas, tentou e fez o melhor que podia com o pouco que tinha.”

Trechos do livro.: Página 20 - (…) “O celular voltou a tocar e atendi pensando que seria meu tio novamente, mas não, era Dan Rather, ligando-me às seis e meia da manhã para falar sobre o que Howard Kurtz havia escrito sobre ele no Washington Post. Ouvi pacientemente as reclamações dele sobre o que eu deveria fazer, o que ele deveria fazer e o que nós dois deveríamos fazer.

— Acho que temos que responder, Maha. É mentira. É o tipo de besteiras conservadoras e de direita que Howard gosta de escrever.”

Página 29 - (…) “Olhei o resto dos convidados da casa. A maioria dos homens era árabe e vestia o thawb tradicional, uma camisa comprida de algodão sob o bisht, uma espécie de túnica, e o keffiyeh, um turbante totalmente branco, preso com o agal, um cordão preto. Era capaz de adivinhar de que país vinha cada uma das mulheres só de ver as roupas. As que usavam roupas europeias eram libanesas, as que estavam cobertas dos pés à cabeça eram sauditas e as mulheres da região do Golfo do Oriente Médio vestiam-se mais ou menos como eu, exceto pelo fato de que sob os cáftãs longos e negros com certeza usavam roupas íntimas Chane, Dior ou Givenchy.”

Página 34 - (…) “Anwar Akhtar (de quem Maha acreditava ser filha) suspirou aliviado. Estava feito. Tinha fechado um acordo com o xeque Ibrahim: como sinal de boa vontade e para consolidar sua entrada no Gulf Bank, me casaria com o primogênito do xeque. Anwar Akhtar tinham chegado a um acordo quanto às somas em dinheiro, casas no Kuwait, Londres e Paris, carros, empregados, joias e outros bens materiais que me seriam entregues, assim como os que correspondiam a minha família. O xeque Ibrahim tinha me comprado para seu filho.”

Página 37- (…) “Maha, Anwar Akhtar não é seu pai verdadeiro. E você não nasceu em Sydney, mas nessa cama (Beirute, Líbano). Seu pai era o maharajhumar Ajit Singh, de Kapurthala. E o pai dele era o marajá Jagatjit Singh, cuja quarta esposa, a mãe de Ajit, era uma mulher sensível chamada Anita Delgado. Era malaguenha, bailaora de flamenco.”

Página 95 - (…) “Quinze anos depois do divórcio, Laila Ajami, uma jovem libanesa considerada uma das mulheres mais belas de Beirute, teve uma filha a quem deu o nome de Zahra. Laila tinha mais ou menos a mesma idade de Ajit Singh, o filho de Anita e Jagatjit. Duas décadas depois, a maneira como a família Ajami e a família real de Kapurthala se uniriam acarretaria mais dores do que alegrias, destruiria vidas e despedaçaria sonhos e esperanças.”

Página 309 - (…) “Durante a crise Clinton-Lewinsky, organizei com cuidado uma matéria de primeira página para a New York Magazine. O jornalista, Marshall Sella, seguiria Rather de Nova York a Washington enquanto ele cobria a notícia sobre Monica Lewinsky, a impugnação contra o presidente Clinton e seu discurso perante o Congresso. Assim como eu tinha imaginado, a notícia mostrou Rather em plena forma.”

Página 315 - (…) “Naquela noite tive sorte. O doutor Jeffrey Gold estava de plantão e salvou minha vida. Tinha sofrido um aneurisma da aorta torácica. A operação durou quase dezoito horas e passei três dias com respiração assistida na Unidade de Terapia Intensiva, depois dos quais Rather foi me ver e conseguiu armar uma grade confusão entre as enfermeiras. ”

Página 347 - (…) “Entretanto, o mais importante de toda aquela informação era que Anwar Akhtar não era o meu pai. Entendi a maneira que se comportava comigo, sua frieza, seu ressentimento, sua má educação, suas ameaças, seu assédio psicológico, sua chantagem emocional…tudo. Nada que eu pudesse fazer teria mudado seus sentimentos em relação a mim e, sabendo disso, fiquei aliviada ao compreender que aquela repulsa não tinha sido culpa minha.”

. [ Categoria: romance de memórias | Tradutor: Lizandra Almeida | Formato: 16 x 23 cm | 368 Páginas | Acabamento: brochura | ISBN: 978-85-61977-09-2 | Preço sugerido: R$ 45,50].

Primavera Editorial - A Primavera Editorial, uma “butique de livros”, estimula no cidadão brasileiro o hábito da leitura com conteúdos prazerosos, inteligentes e instrutivos. Investir em novos autores nacionais e estrangeiros – especialmente os estreantes e com obras que não foram publicadas no Brasil – tem sido uma das estratégias adotadas pela Primavera Editorial. Com diferentes linhas editoriais como romances históricos e sociais, ficção brasileira e estrangeira e policiais, entre outras, as obras da Primavera Editorial são associadas à inovação e ao pioneirismo dos conteúdos, além da qualidade da produção gráfica. As obras de ficção apresentadas pela Primavera Editorial oferecem a possibilidade de “viver emoções” que não fazem parte do “enredo” cotidiano dos leitores.

No portfólio da editora estão títulos de sucesso como La llorona (Marcela Serrano, Chile), 31 profissão solteira (Claudia Aldana, Chile), Solstício de verão (Edna Bugni, Brasil), A décima sinfonia (Joseph Gelinek, Espanha), As duas faces da abóbora (Caco Porto, Brasil), Há muito o que contar…aqui (Alison Louise Kennedy, Escócia), Mohamed, o latoeiro (Gilberto Abrão, Brasil), O véu (Luis Eduardo Matta, Brasil) e A neta da maharani (Maha Akhtar, Estados Unidos).

Pelo selo BIZ – criado para a publicação de livros que fomentam uma cultura corporativa positiva –, a Primavera Editorial lançou o Manual de gentilezas do executivo (Steve Harrison, Estados Unidos) e As 3 leis do desempenho – reescrevendo o futuro de seu negócio e de sua vida (Steve Zaffron e Dave Logan, Estados Unidos).

Com o selo EDU, uma alusão à palavra inglesa education, associada à educação continuada, a Primavera Editorial criou uma divisão que representa o investimento da editora no segmento de não-ficção. O anel que tu me deste – O casamento no divã (Lidia Rosenberg Aratangy, Brasil); Livro dos avós – Na casa dos avós é sempre domingo? (Lidia Rosenberg Aratangy e Leonardo Posternak, Brasil); Você sabe lidar com o seu dinheiro? Da infância à velhice (Marília Cardoso e Luciano Gissi Fonseca, Brasil); e “Onde o esporte se reinventa: histórias e bastidores dos 40 anos de Placar” (Bruno Chiarioni e Márcio Kroehn, Brasil) integram o selo. [ www.aprimaveraeditorial.com]

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