Projeto Formare insere 450 jovens no mercado de trabalho

Índice de empregabilidade é de 85%. Os alunos formados são absorvidos pelas empresas que os capacitaram ou indicados para outras companhias do entorno.

Neste primeiro trimestre, 450 jovens são inseridos social e profissionalmente no mercado de trabalho por meio do Projeto Formare, modelo de educação profissional implantado nas empresas, que se transformou na primeira franquia social do Brasil e se multiplicou para diversos ambientes corporativos. Idealizado e coordenado pela Fundação Iochpe, esse trabalho é responsável por quebrar um ciclo vicioso enfrentado pelos jovens: o de não conseguir trabalho por falta de experiência e não conseguir experiência por falta de emprego para iniciantes sem qualificação.

Atualmente, 81 escolas Formare, distribuídas em 61 municípios brasileiros e mantidas por 50 companhias de diversos setores formam a rede da franquia social. Para combater problemas crônicos do país como a falta de profissionais qualificados e o desemprego, as empresas parceiras exercem papel social em prol do país. Ao todo, 4,5 mil educadores voluntários participam ativamente da capacitação profissional de 1,6 mil jovens de baixa renda de 16 a 18 anos, por ano.

De acordo com Beth Callia, coordenadora geral do projeto, “O Formare está em total sinergia com a demanda das empresas por mão de obra qualificada. Nosso objetivo sempre foi oferecer educação profissional de qualidade, preparando os jovens para a inserção no mercado de trabalho”, afirma. Exemplos de empresas como Alstom, líder em equipamentos e serviços para geração de energia e transporte ferroviário e a DHL, referência mundial em logística confirmam os excelentes resultados. Neste ano, elas absorveram 100% dos jovens formados internamente no curso de 2009.

Já Delphi, Knorr-Bremse, Grupo Ultra, MAN Latin America – Consórcio Modular Resende, Videolar e MWM International também contrataram parte dos formandos de 2009 e se mantêm dedicados na preparação dos jovens. Do começo da turma até o encerramento, as empresas parceiras fazem questão de obedecer cuidadosamente a grade curricular, acompanhar o desenvolvimento dos alunos, proporcionar exercícios práticos e a troca de experiências com os educadores voluntários e de organizar os eventos de formatura. Além de apoiar o Projeto Formare, Phillip Wojdyslawski, presidente da Videolar, resolveu dar o exemplo aos seus colaboradores tornando-se um educador voluntário.

No início, Wojdyslawski se deparou com um desafio comum à maioria das pessoas que ocupam cargos deste nível: conciliar uma agenda cheia de compromissos profissionais às aulas de Empreendedorismo. No entanto, ele conseguiu e o resultado dessa iniciativa é uma verdadeira aula de relacionamento humano. “É importante vencer a resistência ao desconhecido. Geralmente, não gostamos daquilo que não conhecemos. Com iniciativas como essa, aprendemos a enfrentar estes obstáculos, pois o relacionamento entre pessoas têm muito de inesperado, não há manual para isso. Atuar em um projeto como o Formare é um treinamento de vida, é aprender a lidar com o ser humano”.

Os cursos oferecidos pelo Projeto Formare têm duração de um ano, com carga horária mínima de 800 horas/aula. A grade curricular tem, em média, 11 disciplinas que privilegiam a formação humana e técnica do aluno. Ao término do curso, os alunos recebem um certificado da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), instituição de ensino vinculada ao MEC, que mantém convênio com a Fundação Iochpe desde 1995.

Novos parceiros - Neste primeiro trimestre, a rede de empresas parceiras Formare conta com novos seis reforços. International Paper, Mesquita/Santos Brasil, Neumayer Tekfor, Silubrin, Teksid e Thyssenkrup aderiram ao projeto e, juntas, vão capacitar mais 120 jovens por ano.

Na Neumayer, a aprovação do projeto foi unânime. Em tempo recorde, o departamento de Recursos Humanos recebeu a autorização da presidência e das diretorias para sua implementação. E, entre os 580 funcionários, a resposta positiva veio através do comprometimento de 65 deles, que prontamente assumiram o papel de educadores voluntários. Além disso, o gerente de Recursos Humanos e um dos coordenadores da Escola Formare Neumayer, Natanael Cardoso, também contou com total apoio da matriz, na Alemanha. Tanto que o vice-presidente de operações visitou a filial brasileira para participar da aula inaugural e conhecer, de perto, o início das atividades da Escola Formare Neumayer.

De acordo com o executivo, “o Projeto Formare viabilizará o cumprimento do papel social que a empresa faz questão de assumir com a comunidade de seu entorno, além de contribuir para a melhoria da integração e, consequentemente, do clima interno”. Formado em Administração de Empresas, ele fez questão de se envolver no dia a dia da primeira turma. Ele ministrará as aulas da disciplina “Trabalho e Juventude”.

Sobre o Formare - criado em 1988 dentro das empresas Iochpe-Maxion S.A. em Canoas (RS) e São Bernardo do Campo (SP) como uma oportunidade de formação profissional a jovens de baixa renda na própria empresa. Hoje é um modelo vitorioso de educação profissional dentro de empresas; transformou-se na primeira franquia social do Brasil e multiplicou-se para diversos ambientes empresariais.

O objetivo do programa é desenvolver as potencialidades de jovens de famílias de baixa renda, moradores das redondezas das empresas, a fim de integrá-los à sociedade como profissionais e cidadãos. Contudo, o projeto não se limita ao curso. Quando formados, os ex-alunos recebem apoio na obtenção do primeiro emprego. Aproximadamente 6,5 mil jovens já foram capacitados pelo Formare e cerca de 80% estão empregados.

Outro fator de destaque é a capacitação e motivação que envolve os colaboradores da empresa quando aderem ao Projeto como educadores voluntários. Segundo informações da rede de empresas parceiras, foi possível comprovar que o desempenho do voluntário dentro das suas atividades e, principalmente, em seu convívio com outros colaboradores também melhora significativamente.

A Rede Formare (empresas que possuem Escolas Formare) é composta por Escolas de Educação Profissional que oferecem instalações, benefícios e tempo de seus funcionários para atuarem como educadores voluntários dos jovens. Os cursos, com duração de no mínimo 800 horas/aula, são elaborados pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e monitorados pela equipe pedagógica do Formare, de acordo com as características de cada empresa e a realidade do mercado de trabalho local. A orientação pedagógica baseia-se nas diretrizes do Ministério da Educação, que prevê o desenvolvimento de competências e habilidades obtidas por meio da associação de teoria e prática. Os cursos são certificados pela UTFPR, instituição federal de ensino vinculada ao MEC, que mantém convênio com a Fundação Iochpe desde 1995. [www.formare.org.br]