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02/04/2010 - 10:37

Concursos de Goiás: prejudiciais

A rima no título tem a intenção de frisar o prejuízo que concursos mal elaborados provocam para toda a sociedade.

Agora em março o Governo estadual de Goiás, por intermédio da Secretaria de Ciência e Tecnologia – SECTEC, lançou edital para preenchimento de vagas nas carreiras de Bombeiro, Policial Militar e Policial Técnico-científico. As inscrições estão abertas até 4 de abril, devendo as provas ocorrer entre 18 a 25 de abril.

A Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos – ANPAC vem observando no Brasil inteiro que um prazo de inscrição inferior a 30 dias, cria privilégio para os cidadãos mais próximos ao Poder e/ou de melhor acesso aos meios de divulgação, em prejuízo dos que vivem em localidades mais remotas e menos tecnologicamente adaptadas, o que fere o princípio constitucional de isonomia entre os concursandos e a igualdade de oportunidades entre os candidatos nos pleitos eleitorais. Tais danos se agravam pelo fato de que as inscrições ocorrerão até 4 de abril, data então considerada suficiente para que todos os goianos, mesmo os que moram noutros estados, como os demais brasileiros, sejam informados. Esses cidadãos leem o edital, preparam sua documentação e conseguem inscrever-se para o concurso, cumprindo com dificuldade o prazo. Agora vão estudar.

Para Policial Técnico-científico, como a prova acontecerá em 25 de abril, os interessados dispõem de 20 dias para estudar um conjunto de até 20 disciplinas, ou seja, uma disciplina por dia. Para Policial Militar, o candidato tem apenas 16 dias destinados à sua preparação. Para Bombeiro, quem quer se preparar tem não mais que 13 dias de estudo. Sem considerar o tempo gasto na avaliação do material didático e/ou do curso presencial ou online que o ajude, ou que o poderia ajudar. Esses prazos são absolutamente irrisórios para uma boa preparação e excluem automaticamente a grande maioria dos candidatos, que é levada pensar, e com razão, que o concurso foi instituído propositalmente para beneficiar uma minoria.

Como estamos em ano eleitoral, a homologação dos resultados de concursos só pode ocorrer até 3 meses antes das eleições e após a posse dos eleitos, o que se circunscreve ao período compreendido entre 3 de julho de 2010 e 1º de janeiro de 2011. Se antes de 3 de julho o resultado final do concurso for homologado, as nomeações poderão acontecer normalmente, inclusive no período eleitoral.

É, infelizmente, possível depreender-se que o Governo do Estado de Goiás está mais interessado na homologação dos concursos e nomeação dos aprovados, para atender a interesses próprios políticos? Infelizmente essa é a visão predominante no meio dos concursandos e concurseiros. O prazo curto do edital tem sido usado para facilitar a aprovação de apadrinhados que são informados da realização do concurso antes da publicação do edital, o que lhes dá muito mais tempo de preparação, vantagem suficiente para serem aprovados e nomeados. Outra ferramenta da nefasta manipulação para desequilibrar o certame em benefício dos possíveis “preferidos” tem sido o aumento da quantidade de matérias ou de sua abrangência sem antecipada divulgação. Há quem esteja vendo algo parecido no fato de o conteúdo exigido no edital para Perito da Polícia Técnico-Científica de Goiás ser mais extenso que o cobrado para Perito da Polícia Federal.

A desconfiança do mercado em relação a esses concursos tem-se ampliado principalmente pela congregação destes dois fatores: pouco tempo e muita matéria.

Quem tem prejuízo com editais assim? Milhares de candidatos, geralmente os mais conscientes, desistem do seu sonho e não participam do certame. Os que participam preparam-se mal. O Estado limita a abrangência dos concursos, desprezando milhares de outros ótimos concorrentes. O serviço público não contrata os objetivamente melhores. A população, no final, sofre ao ser atendida por profissionais mal selecionados.

É para evitar repetição de situações como essas que no site [www.anpac.org.br ]você deve acessar “Concurso Público – Quero Lei”, participar do abaixo-assinado, e divulgá-lo.

. Por: Ernani Pimentel, Presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (ANPAC)

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