Mercado eleva projeção para o IPCA

Os economistas do Banco Central elevaram, mais uma vez, a projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) passando de 5,16% para 5,18%, segundo pesquisa Focus divulgada no dia 05 de abril (segunda-feira).

Há um mês, a previsão para o IPCA em 2010 era de 4,99%. A meta do governo é de 4,5%.

De acordo com o professor da FGV-EAESP, Evaldo Alves, essas previsões de alta podem ser explicadas a partir de três aspectos.

“Primeiro, pelo custo do ajuste do sistema produtivo que, por conta da crise, teve que focar no mercado interno, para suprir as perdas nos mercados internacionais dos países desenvolvidos; Em segundo lugar, os incentivos fiscais aos bens de consumo duráveis, automóveis e eletrodomésticos, embora sejam medidas corretas para combater a crise sistêmica, criam uma pequena pressão inflacionária; Por último, temos o aumento dos gastos do Governo em virtude do ano eleitoral, sem a correspondente oferta de serviços ou bens. A soma desses fatores pressiona a alta da inflação no País”.

Sobre a possível alta da Selic nos próximos meses, Alves explica que “a taxa de juros básica tem o papel de ajudar a equilibrar o setor monetário com o setor real. Em decorrência da pressão inflacionária, apesar de pequena, deverá provocar um aumento da taxa Selic”.

Para o consumidor, o professor aconselha que é preciso ter cautela. “O consumidor deve evitar as dívidas de longo prazo, uma vez que o cenário da estabilidade financeira está mudando. Embora não haja nenhuma ameaça de espiral inflacionária, o melhor é comparar o valor do bem a ser comprado nas hipóteses à vista e financiado para avaliar o custo do financiamento. Desta forma, é possível fazer de modo seguro a programação orçamentária de longo prazo”.