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07/04/2010 - 10:15

Valorização do Real e competitividade das exportações

O Real tem sofrido contínua valorização frente ao dólar. Em termos reais (descontada a diferença de inflação entre o Brasil e os Estados Unidos), a moeda americana, atualmente, está 26% abaixo do valor que estava no início do Plano Real. No primeiro dia da atual moeda brasileira, um dólar valia um Real. Hoje, em termos reais, vale R$ 0,743.

No momento de maior valorização do Real (julho de 1996), em termos reais, o dólar valia R$ 0,687, ou seja, uma desvalorização de 31% (em relação ao primeiro dia do Plano Real).

Para que o dólar voltasse a valer o mesmo que no primeiro dia do Plano Real, seria necessário que a cotação da moeda americana, hoje, estivesse em R$ 2,44.

A valorização do Real frente ao dólar ocorre devido ao excesso de oferta da moeda americana no mercado brasileiro em relação à demanda pela mesma.

Para desvalorizar o Real, seria necessário aumentar a demanda por dólares, ou reduzir a oferta da moeda americana. Isto, dentre outras formas, poderia ser feito via aumento da demanda por dólares, incentivando a saída do Brasil, via apoio à internacionalização das empresas nacionais e facilitação das aplicações em moedas estrangeiras; e a redução da oferta de dólares, incentivando a manutenção de recursos no exterior ou impondo alguma restrição à entrada dele no Brasil.

Embora as medidas para dificultar a entrada de dólares, ou facilitar sua saída, possam trazer resultados a curto prazo, elas não conseguem os mesmos resultados no médio e longo prazo. Os agentes financeiros sempre arrumam uma forma para driblar as medidas do governo.

Um país em desenvolvimento, que se torna atrativo aos investimentos estrangeiros, precisa se conformar com um certo nível de valorização de sua moeda. Para não prejudicar as exportações, é necessário investir maciçamente em pesquisa e tecnologia nas áreas em que o país apresente vantagens competitivas.

O Brasil pode se tornar um grande produtor de energia alternativa e de fármacos naturais e derivados. Estes produtos têm alto valor agregado e possuem um mercado cativo no mundo.

Esta missão ficará para o próximo governo. Cabe a nós, eleitores, exigir que os candidatos apresentem propostas concretas sobre o assunto.

. Por: Alcides Domingues Leite Junior, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios e autor do livro “Brasil, a trajetória de um país forte”, da Trevisan Editora Universitária. | E-mail: [email protected].

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