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10/04/2010 - 10:11

Brasil, país do presente.

Brasil, país do futuro. Talvez a maioria dos brasileiros já tenha em algum momento ouvido esta expressão, embora muitos desconheçam que foi título de um dos últimos livros publicado, em 1941, pelo grande romancista austríaco, de origem judaica, Stefan Zweig (1881-1942), que encerrou seus dias, suicidando-se em nosso país, amargurado com a expansão e as atrocidades cometidas pelo nazismo. Stefan Zweig acreditava com grande entusiasmo que o Brasil viria a ser o embrião de uma nova cultura mundial, na qual ocuparia uma posição de liderança baseada no espírito humanitário e pacifista de nosso povo, também acreditava que "onde quer que forças éticas estejam trabalhando, é nosso dever fortalecer essa vontade".

Todos reconhecem nosso imenso potencial, mas a verdade é que, decorridos sessenta e nove anos desde que foi cunhada tal expressão, continuamos "quase chegando lá", embora tenhamos avançado consideravelmente em muitos aspectos, especialmente nos econômicos e na consolidação da democracia, muito ainda temos a avançar em direção da ética preconizada pelo escritor austríaco.

Acredito que temos amadurecido como sociedade nos últimos anos apesar de todas as mazelas, ou justamente por elas, e vejo que já conseguimos estabelecer um processo de autocrítica social que precisa ser aproveitado para melhorar nossa compreensão das amarras que nos impedem de ter um grau de desenvolvimento compatível com nosso potencial. E, aqui, não podemos olvidar de mencionar uma das grandes responsáveis por entravar nosso desenvolvimento: a infernal burocracia que permeia toda máquina governamental.

Ao contrário do que muitos pensam, não se muda a cultura de uma sociedade através de Leis, Medidas Provisórias, Decretos, Resoluções, Normas e tantos outros instrumentos que são utilizados, infelizmente de forma indiscriminada, para regular nosso dia a dia. A mudança vem através da educação e do exemplo, no lar, na escola, e também no trabalho. Acredito que todos queremos uma sociedade mais justa e ética, na qual possamos viver sem os sobressaltos de toda ordem que hoje nos atormentam. As pessoas não serão honestas apenas porque a lei assim o determina, mas sim porque foram educadas para tal e compreenderam a sua importância para a vida em sociedade.

Legislar sem educar e conscientizar não resolve o problema social, talvez até o agrave.

O brasileiro é reconhecido, e até orgulha-se disso, como o povo do "jeitinho". Há "jeitinho" para resolver tudo e muitos de nós acreditam que isto nos caracteriza como um povo inventivo, criativo e original. Não creio nisso, creio que o "jeitinho" é conseqüência do que expus acima, e uma sociedade para evoluir deve prescindir desse tipo de subterfúgio, não raro antiético.

Como cidadão e empresário, quero respeitar e ser respeitado, quero ser justo e ter justiça, quero trabalhar e gerar empregos, quero uma carga tributária justa e adequada aos serviços que recebo do Estado, como é possível termos a maior carga tributária do mundo sobre medicamentos Quero respostas claras e objetivas por parte do governo, quero uma legislação que não seja perfunctória, complexa e por vezes alienada de nossa realidade. Enfim quero que nosso país funcione sem a necessidade de "jeitinhos" de qualquer espécie.

Quando isso ocorrer, o Brasil deixará de ser o país do futuro e será o país do presente, consolidando juntamente com o desenvolvimento econômico, o desenvolvimento ético e cultural de nossa sociedade.

. Por: Carlos Alexandre Geyer, presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais.

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