Sustentabilidade na mineração e na siderurgia

Em torno deste tema central, a ABM - Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração realiza entre os dias 27 e 30 de setembro de 2010, na capital mineira, o 40º Seminário de Redução de Minério de Ferro e Matérias-primas e o 11º Simpósio Brasileiro de Minério de Ferro.

Especialistas nacionais e estrangeiros apresentarão e debaterão sobre as melhores práticas na extração de minério de ferro e no processamento da produção de ferro-gusa, a partir dos sistemas convencionais e de novas tecnologias. Além de palestras convidadas, haverá a apresentação de cases das empresas e trabalhos técnicos das universidades e centros de pesquisa.

Vânia Lúcia de Lima Andrade (Vale), uma das coordenadoras dos eventos, explica que este ano, os debates estarão bastante focados no tema principal, com destaque para o segundo dia, quando acontece o 4º Painel do Gusa (manhã), as palestras convidadas e a mesa-redonda (tarde).

“O 4º Painel tratará do gusa-verde, que tem forte apelo de sustentabilidade ambiental e social ao utilizar o carvão vegetal proveniente de florestas replantadas pelos guseiros independentes”, diz ela.

Para ter uma idéia, dos 35 milhões de toneladas de ferro gusa produzidos no Brasil, em 2008, 10,4 milhões consumiram carvão de madeira plantada pelos guseiros independentes. Outro dado significativo da atividade gusa-verde é a geração de postos de trabalho. Segundo dados do Sindifer (Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais), a produção de um milhão de tonelada de gusa produzido com carvão vegetal regularmente plantado gera em média 32 mil empregos, sendo 8 mil diretos e 24 mil indiretos, sem contar os postos de trabalho gerados na fase da mineração.

No painel da tarde, o tema Sustentabilidade volta à discussão com os palestrantes convidados. “Esperamos um debate muito rico porque a responsabilidade social e ambiental tem sido praticamente o pano de fundo de todo o plano de desenvolvimento do setor nos últimos anos”

Vânia lembra que até 10 anos atrás a visão era outra, de desenvolvimento a qualquer custo e lucro imediato para os acionistas. Esta postura de curto prazo, salienta, tem sido computada como uma das grandes razões da fragilidade de muitas organizações no mundo.

“A visão de sustentabilidade é recente e, aos poucos, está sendo internalizada nas empresas, saindo do discurso para a aplicação real. E é muito bom, para nós da ABM, darmos a nossa contribuição para que a esta nova mentalidade fique cada vez mais fortalecida, conciliando desenvolvimento econômico, com o ambiental e o social”.

Em função do rico programa, tanto em qualidade quanto de relevância, a coordenação espera um comparecimento muito bom, semelhante ou superior ao evento do ano passado, que contou com a expressiva adesão da comunidade técnico-científica do setor mínero-siderúrgico do Brasil e do exterior, como Ucrânia, Chile, Canadá, Argentina, Holanda, Alemanha, Luxemburgo e Áustria.

“Minas Gerais ainda concentra a grande parte do segmento de mineração e siderurgia, facilitando o deslocamento dos profissionais. Além disso, BH é acolhedora, com clima agradável e excelente infra-estrutura de hotéis e serviços”, sintetiza Vânia.

Na fase atual de preparação dos eventos, as comissões organizadoras recebem (até 20/04) os resumos de trabalhos que serão avaliados para compor a programação técnica.

.[ Os profissionais interessados em apresentar trabalhos devem preencher o formulário pela internet (http://www.abmbrasil.com.br/seminarios/reducaoetecnologia/2010] | www.abmbrasil.com.br