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30/05/2007 - 08:32

Cooperativismo de trabalho na balança

Entre os dias 14 e 18 de maio, o Ministério Público do Trabalho (MPT) promoveu a Semana de Combate às Fraudes nas Relações de Trabalho. A iniciativa visava a alertar a sociedade sobre o assunto e conscientizar os empregadores brasileiros quanto às formas ilícitas nas contratações e relações trabalhistas. No MPT hoje tramitam mais de duas mil Ações Civis Públicas questionando terceirizações ilegais e a contratação de cooperativas fraudulentas. Os números mostram que há muita coisa para ser revista, apurada e, se preciso for, penalizada. Mas, é necessário afirmar também que há um contrapeso, e que, agindo na legalidade, o cooperativismo de trabalho tem muito a contribuir com o país.

As cooperativas de trabalho apareceram e se fixaram como alternativa real para a fuga dos altos índices de desemprego. Vieram como solução para o sustento de milhares de famílias, para ocupar uma lacuna que não deveria existir, mas que se prolonga ano após ano, sob os olhares impotentes do governo.

É claro que, assim como em uma plantação, sempre se encontra uma erva daninha. O mesmo acontece no sistema cooperativista. Entre as centenas de cooperativas de trabalho atuantes no país, uma ou outra destoa pelas irregularidades que comete. Nada mais justo que as fraudulentas sejam interditadas e dissolvidas. E, nesse sentido, aplaude-se a empreitada do MPT. O que não se pode é generalizar. É preciso separar o joio do trigo.

O cooperativismo cresceu com as próprias pernas e com o suor dos muitos que trabalharam em prol de seu desenvolvimento. Ele é a grande fronteira do sistema empresarial nesse novo século. Onde o capital se objetiva como fim, ele se torna o meio. Há muitas cooperativas idôneas e preparadas para ajudar o país a crescer. Para isso, porém, é preciso que deixe trabalhar os milhões de cooperados que nele interagem.

Entender a importância desse modelo de negócio é o primeiro passo. Conter os abusos por parte dos órgãos públicos do “grupo” trabalhista instalado e fazer valer a lei que, de forma clara, permite que essas cooperativas ofereçam ao trabalhador uma forma digna de sustento são outras ações fundamentais para que o sistema possa continuar atuando positivamente.

Caçar as cooperativas de trabalho que atuam na contramão da legalidade também é a luta do sistema cooperativista. Só não se pode querer “implodir” o modelo como um todo. O cooperativismo já é realidade marcante e não se restringe somente ao ramo trabalho. Hoje, ele participa do turismo, da educação, da agricultura e de tantos outros setores da economia, operados por esse valioso modelo de empreendimento econômico, gerando não só sustento às famílias que dele participam, mas também o desenvolvimento nacional.

. Por: Daniel Augusto Maddalena é consultor especializado em cooperativismo

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