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31/05/2007 - 08:38

Contratar energia é, cada vez mais, decisão difícil e estratégica para as empresas


Deve ser tomada pelos escalões mais altos, envolvendo até o Conselho, recomenda o consultor Rafael Herzberg.

“A contratação de energia pelas empresas transformou-se, nos últimos tempos, em uma decisão cada vez mais complexa, sofisticada e estratégica. Ela implica em gastos ou economias de milhões de reais, sendo valores que pesam no balanço financeiro das companhias, podendo até ser diferença entre lucros ou prejuízos”, diz Rafael Herzberg, diretor da Interact Consultoria em Energia. “Em função disso, creio que as decisões sobre esse tema devem ser tomadas pelo mais alto nível de direção das empresas, envolvendo até mesmo o Conselho”.

A complexidade, de acordo com Herzberg, resulta da incerteza sobre a disponibilidade e os preços, que ronda o fornecimento de energia nos próximos anos, o que tem gerado uma crescente dose de inquietação nos consumidores empresariais. O quadro, segundo ele, é o seguinte: . Os consumidores mais organizados em associações de classe demandam por intervenção mais firme do Poder Executivo para que os preços da energia elétrica não disparem – eles se referem sempre ao que chamam de modicidade tarifária.

· Os Reguladores sustentam que toda a cadeia produtiva do setor elétrico, do gerador ao consumidor final, está protegida pelo que o jargão do ramo designa de arcabouço regulatório.

· O Poder Executivo procura transmitir tranqüilidade ao mercado informando que energia elétrica é e será, fornecida na medida certa da demanda, dado que novos projetos de ampliação de capacidade estão sendo providenciados, sempre respeitando as exigências ambientais.

· O Operador do sistema, que despacha a energia elétrica do país, e que conhece na palma da mão a oferta e a procura de energia elétrica, não alerta especificamente para problemas significativos no abastecimento atual e futuro.

“Para a grande maioria de executivos que tem a responsabilidade de contratar energia para empresas e instituições brasileiras, há uma sensação que há algo que não está coerente”, diz Herzberg. “Eles pressentem um novo problema no abastecimento e/ou preços de energia elétrica. Argumentam que identificam semelhanças com a situação que antecedeu o racionamento do início da década”, acrescenta.

Esse pressentimento baseia-se em duas linhas: . No insistente bombardeio de notícias dando conta de que não haverá oferta na medida da procura de energia;

· Na escalada de preços de energia ocorrida nos 2 últimos anos, muito acima da inflação, e nas ofertas que tem sido apresentadas para consumidores livres para o ano que vem, que apontam para aumentos da ordem de 70%.

“Entre a versão oficial e a sensação dos executivos há um abismo. Os sinais vindos do setor elétrico estão confusos”, alerta Herzberg. Por isso, no seu entender, as decisões de contratação de energia devem ser tomadas no mais alto nível decisório das empresas, em caráter estratégico, pois envolvem análises conjunturais, políticas e econômicas, de médio e longo prazo. “São decisões que afetarão a performance produtiva e financeiras das empresas, precisam ser tomadas a partir de uma visão ampla de todos os fatores nela envolvidos”.

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