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31/05/2007 - 08:45

Qualidade de vida está na pauta das micros e pequenas

Consultores dizem que é possível melhorar o ambiente de trabalho e a saúde dos empregados promovendo ações simples com baixo investimento.

São Paulo - Depois de trabalhar por 20 anos no mercado financeiro, às voltas com telefones, barulho, uma mesa de operações de câmbio e muita tensão, Antônio Tomaz decidiu mudar de vida. Apostou num negócio próprio - uma pequena loja franqueada, de alimentação e produtos naturais, no ltaim Bibi, zona sul da capital paulista.

Sem muito dinheiro para investir, mas empenhado em não repetir na sua própria empresa um cotidiano de trabalho estressante, usou de criatividade: montou uma área de descanso para seus dez funcionários, que batizou de sala 'zen'.

Com direito a pufes, queimadores de incenso, revistas, TV e DVDs, os empregados podem relaxar nesse espaço pouco antes ou depois do almoço, e ficam mais bem dispostos para atender a clientela, que gosta dos produtos e do clima da loja de Tomaz.

Ações simples como essa podem valer tanto ou mais que os programas de saúde ou de ginástica implantados em grandes corporações. E não devem ficar fora da pauta das micro e pequenas empresas. Por razões fáceis de constatar: além de melhorar a vida dos próprios empresários, elas custam barato e podem constituir um forte diferencial competitivo.

Comprometimento maior - Pesquisa feita em 2003 pelo Conselho de Liderança Corporativa (CLC), entidade com base nos Estados Unidos e atuação mundial, indica que empregados altamente comprometidos com a empresa, seja ela grande ou pequena, podem melhorar seu desempenho em até 50% e a lucratividade dos negócios em mais de 30%.

"É difícil saber até que ponto donos de pequenos empreendimentos, que acabam trabalhando muito e fazendo um pouco de tudo na empresa, se mobilizam para ter programas ou ações voltadas à qualidade de vida no trabalho. Mas não há dúvida de que isso pode ampliar a produtividade. Sobretudo quando os empregados são incentivados a cuidar mais da saúde, da alimentação, a fazer atividades físicas e esportes", diz o consultor de marketing do Sebrae paulista João Abdalla.

Segundo ele, o primeiro passo, antes de implantar qualquer ação, é consultar os funcionários e colaboradores, para ter dados concretos sobre quais são suas carências, necessidades e expectativas. Feito isso, ensina, a empresa deve buscar parceiros profissionais para orientar seus empregados, seja na área de saúde ou em atividades físicas.

Cecília Shibuya, vice-presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV) - que reúne pessoas e empresas interessadas em programas desse tipo -, afirma que não ouvir os empregados é o principal erro ao estabelecer qualquer programa ou atividade.

"Uma grande empresa pode investir R$ 1 milhão na montagem de uma bela academia, e a maioria dos seus empregados não freqüentar o espaço. Nas pequenas empresas é possível fazer muito com baixíssimo investimento, desde que se saiba o que as pessoas precisam."

Ela diz ainda que o dono do negócio, assim como os funcionários, deverão estar envolvidos no programa, que tem de ser acompanhado de perto para garantir bons resultados. "É possível reunir, sob um mesmo guarda-chuva, ações ligadas à saúde, alimentação saudável, combate ao estresse e melhora nos relacionamentos interpessoais", conclui.

Parcerias são boa alternativa - "O empresário pode começar com palestras de profissionais da área de saúde, por exemplo, que darão orientação sobre temas de interesse do seu pessoal. É comum que isso ajude grupos com problemas com fumo, bebida, obesidade", diz o dono da Cottage Consultoria, Flávio Freitas.

Outra alternativa é várias empresas se juntarem - por exemplo pequenas lojas de uma rua -, conseguirem um espaço e montarem grupos de discussão. "Desses grupos podem sair idéias para melhorar o dia-a-dia das pessoas. Elas podem decidir fazer esportes ou atividades culturais, buscando programas gratuitos ou rateando custos."

Gilson dos Santos, professor de Gestão de Pessoas do Senac-SP, diz que o primeiro passo é o respeito dos donos e chefias pelos subordinados. "A proximidade entre as pessoas na pequena empresa é grande e o respeito, fundamental. Toda ação para melhorar os relacionamentos e qualidade de vida é válida. Inclusive iniciativas dos próprios empregados, como se cotizarem e fazerem um café da manhã uma vez por semana. A tendência é isso melhorar a produtividade e reduzir a rotatividade de pessoal."| Sebrae São Paulo.

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