Receber cartão de crédito sem solicitá-lo é contra o CDC

São Paulo- Existe no Brasil um número bastante significativo de pessoas que não possuem os chamados cartões de créditos, principalmente nas classes de menor poder aquisitivo.

De olho nessa enorme camada, que representa a maioria da população existente, é que são investidas enormes campanhas de marketing para facilitar o acesso dessas pessoas, para que elas possam aderir idéias de utilização desse produto.

De acordo com o consultor financeiro e presidente da Boriola Consultoria, Cláudio Boriola, existem muitas pessoas recebendo cartões de crédito sem solicitá-los, o que fere o Código de Defesa do Consumidor (CDC). “O raciocínio é bastante lógico: quanto maior a quantidade de pessoas que aderirem a este produto, maior a obtenção dos lucros pelas administradoras. Elas ganham em dois sentidos, do consumidor e do comerciante”, comenta.

Todos os credenciados a vender e receber, através de cartões de créditos pagam em média de 5% (cinco por cento) a 7% (sete por cento), que vêm deduzidos no repasse que as administradoras procedem mensalmente. “Nada contra essa remuneração, porém são percentuais definidos quando do credenciamento, que irão proporcionar maiores alternativas para conquistas de futuros clientes aos estabelecimentos comerciais. Também, nada contra as anuidades cobradas ao consumidor que possui cartão de crédito, que deve pagar pela prestação do serviço. Somos contra, sim, a cobrança de juros extorsivos, multas e outros débitos indevidos”, critica Boriola.

Ainda de acordo com o especialista, as administradoras de Cartões de Créditos no mundo estão cada vez mais, enriquecendo às custas das altas taxas de juros cobradas, além de tarifas administrativas, multas e anuidades pela renovação e manutenção do crédito concedido. “No Brasil, a situação é ainda mais grave”, completa Boriola. | Por: Fabrício Andrade/Boriola Consultoria